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Análise: Life is Strange

Life is Strange despontou como um grande sucesso em 2015, o jogo produzido pela Dontnod Entertainment e publicado pela Square Enix, vem com uma mecânica já vista em jogos da Telltale e Quantic Dream e traz um tema que sempre gera fascínio no grande público: viagem no tempo. Aqui, além de suas escolhas de diálogo determinar o futuro do seu gameplay, você ainda pode voltar no tempo e mudar suas escolhas. Life is Strange foi lançado no formato episódico e teve 5 episódios para contar sua história.

A história gira em torno de Max Caulfield, uma estudante de fotografia na faculdade de Blackwell, em Arcadia Bay. Max é uma moça tímida e bem deslocada em relação ao restante da turma. A vida da pacata menina muda completamente quando ela descobre que pode mudar os acontecimentos, pois ganhou repentinamente o poder de alterar o tempo. A partir desse ponto a protagonista começa a usar seus poderes para tentar ajudar aqueles ao seu redor, mas já sabemos que mudar o tempo pode ter consequências devastadoras. A ideia principal da história gira ao redor da ideia da Teoria do Caos: “O bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque”. Então as escolhas que faremos no decorrer da trama irão impactar o mundo de todos em Arcadia Bay.

Além da personagem principal, o jogo ainda conta com coadjuvantes muito bem construídos. Temos Chloe Price, melhor amiga de infância de Max, que agora faz o estilo rebelde e é a principal companheira de Max em suas missões para desvendar o mistério de Arcadia Bay. Ainda podemos destacar a dupla do mal Nathan e Victoria, a introspectiva Kate, o engraçado Warren e ainda uma dúzia de outros personagens cheios de personalidade própria.

Life is Strange toca em assuntos muito profundos e importantes na sociedade atual. Começa mostrando que muitas amizades podem esfriar pela falta de contato quando precisamos nos mudar. Trata de assuntos sérios como o Bullying que pode levar pessoas ao desespero e até mesmo ao suicídio, além do abuso de álcool e drogas.  Uma história tão contundente e que trabalha problemas bem atuais da nossa sociedade. Tudo muito bem desenvolvido com um leque riquíssimo de excelentes personagens.

Os controles de Life is Strange são bem simples, pois o foco do jogo é a sua narrativa. Basicamente, você se move com Max, interage com outros personagens e objetos, tira fotos e anda. Não existem batalhas ou nada mais complexo. O diferencial aqui fica pela mecânica de poder voltar no tempo.

Para mim, o grande destaque do jogo fica por conta de sua trilha sonora, ela é simplesmente maravilhosa! Muitas delas são simplesmente construídas ao som de voz e violão. Entre as canções estão Santa Monica Dream, de Angus e Julia Stone e To All of You e Obstacles, da banda Syd Matters.

A arte do jogo é lindíssima, pintada à mão e que reflete com maestria os sentimentos e ambientes do jogo e de seus personagens. Apesar de não apresentar gráficos muito avançados Life is Strange consegue apresentar algumas travadas e uma certa lentidão ao mudar de ambientes. Outra coisa que me incomodou muito foi a grande falta de sincronia entre as falas e os movimentos labiais dos personagens, o que em alguns momentos atrapalha a imersão. Ainda assim, são fatores que não atrapalham a sua experiência geral durante o jogo.

O que muitos podem estranhar, principalmente se não estiverem familiarizados com o gênero, é o ritmo lento do jogo. Muitos acontecimentos demoram a acontecer e alguns dos diálogos são grandes demais. Ainda assim, o jogo consegue manter a sua atenção com seus momentos recheados de reviravoltas e emoção, esses acontecimentos podem até ficarem óbvios no decorrer da trama, mas ainda assim impactam o jogador.

Podemos concluir que Life is Strange encanta e cativa com sua história repleta de sensibilidade e com seus personagens recheados de sinceridade e personalidades marcantes. Apesar do seu ritmo lento e alguns problemas técnicos durante os episódios, Life is Strange encanta com sua arte rica, trilha sonora maravilhosa, história e personagens bem desenvolvidos com uma narrativa que consegue te prender a cada final de episódio. O jogo da Dontnod conseguiu trazer uma história atual e com personagens que retratam problemas atuais, o que fez com que muitos jogadores se identificassem com o jogo, e fez com que ele tenha se tornando um sucesso tão grande de público e mídia.

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