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Análise: Mad Max

Mad Max começou sua história nos cinemas onde conhecemos a jornada de Max, um cara que perdeu sua família e está com ódio do mundo. Ele agora passa seu tempo amassando carros, socando pessoas e explodindo coisas por onde passa. Agora é a vez de vivenciarmos isso nos games. A ambientação do jogo, que mostra um mundo totalmente devastado e devorado pela areia está muito bonita, e a imensidão desse deserto foi a porta de entrada para que o jogo fosse de mundo aberto. A estratégia da Avalanche Studios foi trazer o jogo para o estilo aberto e dar uma nova versão para o Mad Max que os cinéfilos já conhecem.

A história vai desenvolvendo aos poucos e vamos conhecendo um pouco mais de Max e do universo das Terras Desoladas ao encontrar novos personagens, encontrar relíquias, explodindo tudo e acompanhando os diálogos que se desenvolvem.  O problema aqui é que a história demora muito para se desenvolver e para acontecer alguma coisa que prenda o jogador e ele queira saber mais da vida de Max. O caminho de construção que foi seguido para o protagonista também não ajuda muito, Max é extremamente fechado e não fala do seu passado e da sua vida o que não colabora para que o personagem e sua história se desenvolvam. O jogo tem umas sacadas boas, mas elas demoram para acontecer e fazem o jogo perder o ritmo. Não espere que o jogo vá ter reviravoltas mirabolantes, pois ele é construído com diálogos bem pouco inspirados, mas quero acreditar que isso tenha sido de propósito para que o foco do jogo focasse na exploração e combates.

A grande sacada da narrativa de Mad Max está quando ela não foca no seu protagonista, mas nas figuras excêntricas que você encontra em suas aventuras no deserto. Nesse ponto, temos que falar do esquisito Chumbucket, que é o seu mecânico, e deixa a narrativa interessante com diálogos muito divertidos. A cada novo forte invadido e a cada missão da Terra Desolada iniciada você encontra uma série de personagens excêntricos que são o grande destaque o jogo com suas personalidades distorcidas e comportamentos insanos.

O estilo de combate de Mad Max me agradou muito, gostei da violência e fluidez das batalhas. Apesar da câmera ter vontade própria por diversas vezes nas partes de combate, é muito divertido espancar os loucos inimigos das Terras Desoladas. Também é muito divertido invadir os acampamentos, que são as bases inimigas cheias de desafios e localizações secretas. Quando acerta muitos golpes, Max entra em modo fúria e fica muito mais forte e letal no combate, como se tivesse sido injetado com uma dose de adrenalina. O lado negativo do gameplay à pé com Max é que a  movimentação é bem limitada e até mesmo engessada, como a flagrante e irritante incapacidade do personagem de pular alto, o que limita muito a exploração, o que é muito estranho em um jogo de mundo aberto da atualidade.

Para os colecionadores de plantão, Mad Max é um prato cheio! O gigantesco mapa está apinhado de colecionáveis e você vai se pegar por diversas vezes procurando um ou dois pedaços de sucata para saquear 100% o local. Você sempre tem muito o que fazer em Mad Max: destruir torres, confrontar comboios, invadir bases inimigas, participar de corridas da morte e desbloquear áreas em balões infláveis e por ae vai… O problema é que depois fazes isso várias vezes, sem mais nada de mais interessante no caminho, o jogador perde a vontade de continuar a exploração, pois ela se torna enjoativa e cansativa.

A direção do jogo é um pouco estranha. Hora ela é bem arcade e simples de controlar em outras parece que o carro tem vontade própria. Em Mad Max você tem que usar o Magnun Opus (seu carro) o tempo todo, pois tudo é muito longe e andar não é uma opção muito legal para você. Mas no geral é bem divertido dirigir no jogo, as batalhas de carro são bem violentas, seja batendo no inimigo, usando o arpão ou a arma. As batalhas são velozes, explosivas e caóticas trazendo bastante do espírito dos filmes. Apesar de ser o foco do jogo, eles poderiam ter intercalado mais a exploração a pé com a usando o carro. Quem não curte jogos de corrida ou com muita direção, vai demorar a se acostumar. O mais frustrante em Mad Max é que apesar de você ficar 90% do tempo no carro o sistema de direção do jogo é muito mal desenvolvido e muitas vezes você ainda é punido pelo seu sistema esquisito de direção.

O legal nesse aspecto é poder configurar e customizar o carro do jeito que você achar melhor. A customização do carro em Mad Max é algo muito completo, deixar seu Magnun Opus poderoso é um dos pontos mais divertidos do jogo. Conforme você vai melhorando suas peças e desbloqueando armas para ele, as viagens pelas Terras Desoladas e os combates com veículos se tornam uma diversão sem limites. Para desbloquear as melhorias do carro você terá que realizar as missões principais e algumas missões secundárias, elas também são desbloqueadas conforme você diminuiu a ameaça nas regiões do jogo. Após a conclusão delas você poderá comprar a melhoria com sucata. As pinturas você desbloqueia derrotando os chefes de alguns acampamentos e as decorações do capô você ganha ao destruir os comboios. Percebi claramente que o jogo melhora muito depois que você deixa seu carro melhor, então não desanime logo no começo e avance um pouco mais.

O sistema de upgrade de Mad Max é muito interessante tanto para o Max quanto para o Magnun Opus. Nós podemos deixar o personagem com mais munição, melhorar sua defesa com sua jaqueta, melhorar seus ataques com suas soqueiras e ainda adicionar um vasto arsenal de técnicas de combate. Tudo isso pode ser adquirido com sucata, mas para tal precisamos realizar missões e aumentar o Ranking do Max.

O Ranking de Lenda é muito interessante, para conseguir subir nele e deixar o Max mais forte, você precisa realizar os mais diversos desafios dentro do jogo. Cada desafio realizado te confere um subnível dentro de cada nível de Lenda. Além disso, cada desafio também te conferem outro ponto muito importante para o upgrade de Max, que  são os tokens de Griffa, eles concedem skills para o personagem, desde a melhorar seu ataque, seu HP, aumentar a quantidade de recursos coletados e até mesmo, pontos no Ranking de Lenda. Além disso, os encontros com Griffa, o misterioso personagem da Terra Desolada, rendem diálogos interessantes.

Os gráficos de Mad Max estão excelentes, é incrível como eles conseguiram explorar bem um cenário tão vazio como um deserto. As amplas paisagens desérticas do jogo ganham vida com pedras e ruínas espalhadas pelo mapa, não é apenas uma imensidão de areia mas são estruturas muito bem posicionadas e com muito a se explorar. Os detalhes também estão incríveis, com destaque para a chegada das tempestades de areia, onde precisamos correr e nos abrigar em algum lugar para não sermos engolidos por sua destruição. Os personagens estão bem modelados e as feições estão bem feitas, nada que se destaque, mas tudo bem feito.

Mad Max é um jogo bem bacana, mas a repetição excessiva de coisas para fazer no mapa cansa um pouco. Aqueles que não curtem fazer a linha de missões principais direto podem cansar um pouco se for zerar cada parte do mapa. Só fica legal mesmo quando entramos numa base para que ela seja tomada, mas depois de fazer isso algumas vezes fica a sensação de que as próximas estão ali apenas para aumentar o tempo de jogo. Acredito que se a Avalanche Studios tivesse focado um pouco mais na sua narrativa e dado menos importância ao tamanho do jogo, Mad Max teria sido um sucesso maior, mas ao que parece a desenvolvedora estava mais preocupada em fazer um jogo grande e não um grande jogo.

Mad Max é um bom jogo, mas tinha potencial para ser bem mais…

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