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Prey é um jogo que foi reinventado para a nova geração, ele teve um único jogo para o Xbox 360 que contava a história de um Índio que teve que usar seus poderes cherokees para combater uma invasão alienígena, assim salvando sua família. O jogo tinha um grande diferencial na física que as vezes deixava o protagonista de cabeça para baixo. Ele não foi um sucesso tão grande mas sempre especulava-se que teríamos uma continuação, algo que foi cogitado com um novo projeto, que não seria um Remake mas um jogo totalmente novo. A aparência lembra pouco o material original, só existe pequenos easters eggs que lembram dele.

UM NOVO JOGO

Prey é um jogo totalmente novo, o que permanece é apenas o seu nome, então não precisa conhecer nada do jogo original para se aventurar por Talos I. O jogo é uma mistura de ficção cientifica com terror que, em comparação com o original, nos oferece um enredo muito mais sólido. Os aliens, que são chamados de Typhons, são uma ameaça mais próxima do que seria real, são algo semelhante à um organismo parasita.

Prey te deixa  a vontade para completar as missões do jeito que achar melhor, e isso já traz uma liberdade de exploração e estratégia que é pouco explorado em jogos que não são mundo aberto. Por mais que a estação espacial traga uma sensação de claustrofobia você se sente livre, mas ao olhar para a janela, logo o jogo te faz lembrar que você esta preso ali.

A TALOS I

A Talos I é como se fosse um personagem de Prey, ela é uma estação espacial que foi construída praticamente desde a guerra fria, e que foi passando por nomes e objetivos diferentes. A Talos I é uma estação enorme com várias locações, entre elas, alojamentos, salas de segurança, centro de pesquisas, teatros, laboratórios, centro de carga… Tudo feito para a colonização humana no espaço, então por mais que o ambiente pareça que vai ser repetitivo, não é isso que acontece. A estação é praticamente uma grande cidade, onde você acha que já percorreu todo o mapa, aparece uma nova área totalmente diferente. Vale a pena fazer as missões secundárias para coletar novos recursos e também conhecer cada atalho e cada cantinho desse importante personagem de Prey.

HISTÓRIA

A história começa na escolha do gênero de seu personagem, masculino ou feminino, após essa decisão, entramos em um tutorial que faz todo o sentido para o enredo, poucos jogos consegue incorporar um tutorial sem parecer algo forçado. Após alguns minutos, o jogo inicia de uma forma bombástica, e já te da alguns objetivos logo de cara. O personagem precisa então resgatar informações para poder entender melhor seus objetivos e o que está acontecendo.

Após ficar um pouco por dentro de toda a situação, você terá alguns objetivos de escolha, essas escolhas podem afetar o final do jogo. Logo nas primeiras horas, é colocada uma grande questão, com qual caminho seguir, isso já deixa o jogador tenso durante toda a campanha, pois não é algo que o jogador vai resolver logo de inicio, você terá que conviver com essa dúvida até o final.

Para isso, vários acontecimentos na trama fazem você ter dúvidas do que fazer, dar ouvidos a X ou Y, ou simplesmente seguir seus instintos, sendo que ao decorrer da narrativa, o jogo faz você criar um laço com o personagem.

UMA BOA MISTURA DE DEADSPACE COM BIOSHOCK

Esse titulo na minha opinião faz todo o sentido, pois quem já jogou esses jogos vai ver que a inspiração veio um pouco desses títulos. Prey é ambientando no espaço, você luta contra aliens com uma armadura onde se pode fazer upgrades, você pode criar armas, se locomover em gravidade 0, coisas que lembram muito Dead Space. A sensação de não saber o que te aguarda, ao voltar por aquele mesmo cenário onde o jogador matou todos os inimigos, mas que pode ter outro inimigo te aguardando, e você com pouca ou nenhuma munição, tudo isso lembra muito a Dead Space.

O que me fez lembrar de Bioshock, é a loucura que se pode ter em uma ambiente devastado por um agente do Caos, as pessoas podem ficar loucas, podem se tornar assassinas, podem roubar para sobreviver, podem cometer ações que fogem da normalidade. Quanto a jogabilidade, você tem habilidades onde são gastos itens parecidos com os plasmids, mas aqui a diferença é que você tem a quantidade de neuromods. Para isso tem que escolher a melhor habilidade que se encaixa com o seu estilo de jogo.

UMA AMEAÇA DIFERENTE

A ameaça tem um nome intimidador e se chama Typhon, a raça alienígena apareceu no mundo de Prey na década de 60, nas primeiras viagens ao espaço. O governo dos Estados Unidos pediu ajuda em sigilo à União Soviética para ajudar em missões na Lua, com o intuito de lidar com essa ameaça.

Os Typhons são um tipo de organismo que parece um parasita, eles tem muitos tipos e nenhum que encontrei era amigável, tem característica de tecido escuro e que se camufla no ambiente para pegar a sua presa, os tipos mais comuns são os seguintes:

  • Mímicos – São a primeira especie que o protagonista encontra, quando estão em bando são mortais, mas sozinhos conseguimos matar, depois que se descobre os pontos fracos. Eles tem o poder de se transformar em qualquer objeto do cenário, essa habilidade por si só já cria uma tensão, pois você nunca sabe se aquela poltrona é uma ameaça.
  • Fantasmas – São astutos e possuem muitas variações, alguns deles atacam de longe e outros com ataque corpo a corpo. São muito letais, e junto com os mímicos, são a especie mais comum do jogo. Eles possuem algumas variações elementais, então é de extrema importância que se analise os dados deles.
  • Poltergeist – São espectros que tem o poder de usar a gravidade para arremessar objetos ou o protagonista causando dano. Eles são invisíveis a olho nu, só conseguimos identificá-los no ambiente usando o visor. Após isso fica fácil de eliminá-lo, pois sua resistência é bem fraca.
  • Telepatas – São grandes e bloqueiam algumas portas com seu poder, eles podem criar bolas de energia, e dominam a mente de alguns humanos. Possui alta resistência.
  • Pesadelo – Ele é realmente um pesadelo como o nome diz, é um caçador nato e é bem grande e desafiador. Tem uma grande força física e ataques de energia poderosos.

JOGUE DE SEU JEITO

Prey tem um tutorial  no inicio, mas o aprendizado do jogo ocorre com o passar do tempo, ao explorar cada canto da estação. Para se dar bem no jogo é importante vasculhar cada sala e coletar objetos ou restos dos inimigos. Esses itens, que ocupam espaço no seu inventário, podem ser reciclados na máquina de reciclagem. Ao colocar tudo lá, você recebe tipos de materiais que são guardados no seu inventário, depois é só achar uma máquina de construção, para construir itens. Como disse anteriormente, tudo em Prey se trata de exploração, para obter novas plantas de construção só vasculhando muito mesmo, ou completando objetivos secundários. Coloque a quantidade necessária e pronto, itens como kits médicos, munição, neuromods (itens para evoluir as habilidades do seu personagem) são criados facilmente.

A jogabilidade é aquele esquema de botões de qualquer jogo de tiro em primeira pessoa, o diferencial aqui fica para os  poderes alienígenas, que o personagem pode obter. Para isso você deve analisar os inimigos com seus óculos, só olhar com eles para gerar um relatório para cada aspecto do inimigo, com suas fraquezas, características e resistências. No final é liberada uma nova habilidade para a sua arvore, que depois deve ser destravada com os neuromods. Essas habilidades são divididas em humanas e alienígenas. Dentre elas estão habilidades como hackeamento, poder de fogo, cura melhorada… As opções são inúmeras, você pode montar o seu estilo de jogo e usar contra as fraquezas dos inimigos.

O traje é outra peça importante, ele permite que você sobreviva nas áreas externas em microgravidade. Ele também tem propulsores e você consegue ir voando de um ponto ao outro. Você consegue rodar, frear, dar impulso…Nas áreas externas, o traje transforma o seu jeito de se mover, mas os controles são bem fáceis, com o layout dos botões sempre disponível no visor do seu capacete.

GRÁFICOS

Os gráficos foram trabalhados na Cry Engine, que é bem famosa por jogos como Crysis, Ryse: Son of Rome e muitos outros jogos que são destaque na parte gráfica, de iluminação, sombra e efeitos de fumaça. Durante o gameplay quase não percebi serrilhados na textura, o jogo só engasgou feio na parte do Reator da Estação, que eu acredito que seja um bug e que corrijam em uma futura atualização. Talvez não aconteça com outras pessoas, mas a taxa de frames caiu e o jogo ficou bem bugado, fora isso tudo estava além do que eu imaginava, bem acima das expectativas.

A área externa é um show a parte, pois conseguimos ver a lua lá de longe e toda imensidão do espaço. Nas partes quebradas da estação da para ver os pedaços do cenário. A física de dano aos inimigos estão bem legais também.

SOM

O Som é outro ponto forte, o jogo tem silêncio quando precisa ter e faz barulho na hora certa, usando a tensão a seu favor. Os inimigos do nada surgem e te dão aqueles sustos que só os jogos de terror mais hardcore conseguem fazer. Algumas músicas são bem ambiente e deixam o jogo com um ar de calmaria, justamente de proposito para dar segurança ao jogador e depois joga-lo na tensão, algo que achei bem inteligente e bem utilizado. A trilha sonora muda de acordo com cada situação, quando tem alguma sequência de mais ação entra um som mais enérgico, por exemplo. O áudio e as legendas em português estão ótimas e estão localizadas para o Brasil, não senti falta em usar a versão em Inglês de tão perfeita que está a dublagem.

CONCLUSÃO

Pra quem procura um jogo em primeira pessoa que foge do padrão de shooter de guerra, pode comprar sem medo. O jogo tem uma história envolvente e uma jogabilidade de primeira linha, as reviravoltas na trama deixam tudo mais interessante e as sidequests também trazem uma duração maior para a campanha. Não é um jogo que você vai terminar tão rápido, tem muita coisa a se fazer e muita coisa para explorar.

Prey é uma reinvenção de uma possível franquia que ficou esquecida lá atrás, cumpriu o que prometeu e trouxe ótimas idéias.

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About Author

Desenvolvedor Web e Analista de TI, gamer assíduo desde a época do Atari, fã de Metal Gear(menos o Phantom Pain) e Gears of War. Ter a oportunidade de trabalhar um pouco com games é um sonho realizado. Falta só ir para E3!!!

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