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Análise: Call of Duty WWII

A franquia Call of Duty sempre foi um sucesso inegável de vendas, mas os últimos jogos com foco excessivo em temas futuristas estavam cansando os seus fãs e a série já dava sinais de desgaste. Pensando em trazer de volta seus jogadores veteranos e agradar o seu público geral, a Activision se uniu à Sledgehammer Games para trazer de volta Call of Duty para suas raízes, para a guerra tradicional. Call of Duty: WWII está centrado na Segunda Guerra Mundial, um dos períodos mais sombrios da humanidade.

Além de voltar às raízes, a franquia claramente se inspirou no sucesso do seu concorrente Battlefield 1 que focou na Primeira Guerra Mundial e conquistou muitos jogadores. Será que Call of Duty: WWII também alcançou esse sucesso? Vamos conferir.

Modo Campanha

As narrativas mostradas em todos os jogos da série Call of Duty possuem uma qualidade inegável, elas buscam trazer emoção e vida para o cotidiano de soldados, sejam eles baseados em fatos reais ou fictícios. Call of Duty: WWII mostra a trajetória de Ronald “Red” Daniels, um membro da Primeira Infantaria dos EUA, uma divisão de 15 mil soldados que desempenhou um papel importante na guerra. A história mostra não apenas fatos históricos, mas se foca em mostrar as relações entre esses soldados, com seus dramas pessoais, horrores da guerra e brigas internas. O jogo promove uma grande mistura de sentimentos, onde instantaneamente ficamos conectados com os personagens, seja para amá-los ou odiá-los.

As missões também estão variadas e não deixam a campanha ficar monótona. Passamos por missões clássicas de infantaria, mas também temos missões com tanques, jipes, aviões e até mesmo missões de infiltração. Tudo recheado com diversas armas e objetivos. Além disso, ainda iremos vivenciar batalhas famosas como Dia D e Batalha do Bulge.

A jogabilidade e a dinâmica do esquadrão também foram totalmente reformuladas para Call of Duty: WWII. A vida não regenera mais quando estamos fora de combate, agora é necessário achar Kits médicos nos mapas ou pedir para o médico do grupo te dar um pacote. E é aqui que temos uma grande sacada da Sledgehammer, uma mecânica de esquadrões muito dinâmica.

Cada membro da sua equipe possui uma habilidade única, que possui um cooldown para ficar disponível. Eles te fornecem pacotes de vida, caixas de munição, granadas, ataque aéreo e marcam inimigos no mapa. Uma novidade muito bem-vinda, que traz mais estratégia ao jogo. Algo que também lembra muito o sistema já estabelecido no modo online de Battlefield, e que funcionou perfeitamente na campanha de Call of Duty: WWII.

Modo multiplayer

Todos sabem que a maioria esmagadora de jogadores que compram os jogos da franquia Call of Duty, focam no modo multiplayer, então é nesse aspecto que os desenvolvedores precisam ter ainda mais cuidado e atenção. E o modo veio com novidades. A primeira delas é o Quartel-General, uma área social que reúne vários jogadores, algo que lembra as áreas sociais de Destiny. O local serve para o jogador personalizar seu personagem para as partidas online, enquanto elas estão sendo preparadas, podendo assistir vídeos, aceitar desafios, customizar armas, abrir caixas de loot…

Dentre os modos de jogo temos os habituais Team Deathmatch, Search and Destroy, Hardpoint, Kill Confirmed, Capture the Flag, que não se apresentam exatamente como já conhecemos, com os seus mesmos objetivos. Porém, Call of Duty WWII traz o novo Modo Guerra, que traz uma experiência profundamente estratégica para as partidas, onde os jogadores precisam trabalhar em equipe para derrotar o inimigo, dentro de batalhas icônicas da Segunda Guerra Mundial, com missões de ataque e defesa para chegar nos objetivos estratégicos chave. Um modo que trouxe um ar fresco maravilhoso para as partidas online da série.

O Modo Zumbis está de volta e traz, sem dúvida, a melhor experiência online de Call of Duty WWII, com uma experiência divertida, recheada de objetivos interessantes e zumbis extremamente violentos e desafiadores. No modo, que é feito no sistema do hordas, precisamos realizar objetivos chave para avançar e ainda eliminar um número gigante de zumbis, com uma dificuldade elevada, onde o trabalho de equipe é essencial. Outro grande destaque dos Zumbis, são os personagens que controlamos e que são interpretados por atores como David Tennant(Doctor Who, Jessica Jones), Ving Rhames(Pulp Fiction), Kathryn Winnick(Vikings), Elodie Yung(Demolidor) e Udo Kier(Blade).

A estrutura de progressão do Prestige está presente, e as classes agora são chamadas de Divisões. As divisões estão divididas em cinco classes diferentes, cada uma especializada em armas especificas, e para abrir melhores equipamentos para a sua classe você precisa aumentar o nível dela. Outra grande mudança, e que pode gerar grande estranheza para os jogadores foi a retirada do sistema de Perks, que foi substituído pelos Treinos. Agora não basta matar uma certa quantidade de jogadores na partida para acessar vantagens de combate, você vai precisar realizar desafios para desbloquear as vantagens para cada Divisão. Os novos modificadores são bem mais modestos que os Perks, e só podem estar ativos um de cada vez. Uma mudança desnecessária e que tirou toda a diversidade e diversão que o sistema de Perks permitia.

Gráficos e Som

Graficamente o jogo se apresenta bem, com belos cenários e com um desempenho bem fluido, nada muito excepcional, mas também tudo muito bem feito. Seja na campanha ou no multiplayer. A equipe fez um ótimo trabalho histórico ao retratar os locais de conflitos e conseguiu passar toda e emoção e também o terror da guerra.

A parte sonora também está boa, com trilhas que funcionam na hora certa. Os sons das armas e dos veículos estão excelentes, aumentando a imersão no jogo. O trabalho de dublagem e localização de Call of Duty: WWI para o Brasil está excelente, com vozes que combinam e que transparecem as emoções dos personagens.

Opinião

Call of Duty: WWII é certamente um passo certo para a franquia, que estava mais do que desgastada com o excesso de futurismo dos seus últimos jogos. A Segunda Guerra Mundial é um tema rico em experiências, que foram muito bem exploradas na campanha, que traz emoção e ação na dose certa. A jogabilidade está boa, com os pés no chão e com novas e boas mecânicas de esquadrão, sem firulas modernas, que estavam deixando o multiplayer insuportável. Call of Duty: WWII é um bom jogo para quem queria a franquia de volta às raízes e também para quem curte uma boa narrativa e é inegável que o regresso à Segunda Guerra Mundial fez bem à série.

Porém, a repetição exaustiva e anual da série está se mostrando como um sistema cada vez mais desgastante. Seus fãs mais dedicados não se importarão de ver um novo lançamento todo ano, mas os jogadores que buscam experiências diferenciadas podem se decepcionar.

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