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Análise: Shining Resonance Refrain

Shining Resonance Refrain marca a estreia da franquia de JRPGs da Sega na família Xbox. Originalmente lançado para Playstation 3, Refrain chega em sua versão definitiva para os consoles da atual geração. Confira agora nossas impressões:

O garoto e o dragão

Shining Resonance Refrain inicia contando sobre uma guerra que levou a aniquilação de todos os dragões do mundo. Porém, diferentemente de criaturas comuns, dragões nunca deixam de existir. Sua essência permanece no mundo, como se fossem parte da própria natureza. Eras se passaram e o mundo está em guerra novamente – O Reino de Astoria e o Império. O Império está em vantagem, uma vez que conseguiram recriar dragões artificiais usando a essência destas criaturas. 

Tretas draconianas

Em meio a tudo isso está Yuma Ilvern, protagonista do jogo, que se encontra em cativeiro em uma prisão do Império. Yuma é resgatado por Sonia, princesa de Astoria e Kiria, uma diva magica. Mas com qual proposito a princesa de Astoria arriscaria a vida para salvar apenas uma pessoa? Acontece que Yuma é recipiente do Shining Dragon, o mais forte de todos os dragões que existiu, sendo o trunfo do Reino de Astoria na guerra contra o Império.

Só as waifus

Logo nos primeiros minutos de jogatina percebi que estava jogando um clássico JRPG. O enredo segue um fórmula que vem sido usada desde os primórdios do mundo dos games. Um jovem com o poder de mudar o destino do mundo. Para deixar tudo ainda mais clichê, a fonte de poder deste jovem vem de um dragão. A sensação era de que eu já tinha visto aquela história, mas de uma forma diferente. A saudosa série Breath of Fire ou o recente Dragon’s Dogma, ambos da Capcom, possuem protagonistas com poderes originados de dragões e que iam aprendendo a lidar com seus poderes draconianos.

Calma aí, to com uma dor aqui no lado

Para os amantes de JRPG, Shining Resonance Refrain é um prato cheio, podendo ser uma ótima experiência para quem quer conhecer esse gênero que já fora muito popular. Agora se você espera por uma história mais complexa, pode acabar se decepcionando.

O poder está na música

Durante as guerras dos dragões, o Shining Dragon criou poderosas armas hibridas chamadas Armonics, que escolhiam quem seria digno de empunhá-las (mjolnir?!). Aqueles que eram escolhidos recebiam o título de Dragoners.

Próximo sucesso do Superstar

Não estranhe se você está achando que as Armonics parecem uma mescla de instrumentos musicais e armas da batalha. O curioso é que os Dragoners podem realizar shows que aumentam alguns status durante uma batalha. Uma música pode aumentar o dano, defesa, poder da magia etc. Tudo depende do integrante que está no comando do show.

As armas musicais

Como instrumentos musicais, as Armonics podem ser afinadas por um menestrel. Assim, é possível mudar aspectos como velocidade de ataque ou até mudar o elemento da arma. A eficiência de uma Armonic aumenta conforme ela é usada em combate.

Você disse IDOLS?!?!?!

Curiosamente, cada personagem de Shining Resonance Refrain possui um item que pode mudar sua aparência para Idol (ídolo). Quando você equipa este item na sua party, parece que você está controlando um grupo de K-POP (ou J-POP, no caso).

Gameplay

Shining Resonance Refrain é mais um JRPG que deixa para trás os turnos e parte para ação. O jogo também oferece um sistema de ligação entre os personagens, que pode mudar o ritmo das batalhas. E como um bom jogo japa, há espaço para simular romance entre os personagens.

O jogo é recheado de quests

As batalhas lembram jogos da franquia Tales of e Kingdom Hearts, uma vez que ao encostar em um inimigo o jogador entra em uma arena de batalha. Há uma barra de energia que é consumida conforme o jogador usa ataques físicos. Basta parar de atacar para que a barra fique cheia novamente. Os inimigos possuem uma barra de defesa invisível. Conforme o jogador ataca, essa barra pode ser quebrada e o dano é duplicado. Os personagens tem espaço para usar até 4 habilidades em batalha que consomem MP (mana points). O jogador pode usar itens consumíveis para recuperar MP ou simplesmente usar ataques físicos. Cada ataque recupera 1 MP. A exceção fica por conta do próprio Yuma, que possui o poder do Shining Dragon e que pode ser ativado enquanto houver MP.

Conforme avançamos na história de Shining Resonance, Yuma vai fazendo novos aliados. A relação entre esses personagens pode afetar diretamente o desempenho das batalhas, e você pode moldar esse elo no sistema Bond. Por meio de quests e diálogos o jogador desbloqueia comportamentos que mudam seu elo com cada personagem. Na prática, dependendo da cor do elo formado entre Yuma e outro personagem, o jogador ganha bônus de cura, ataque, defesa etc.

Aquela conversinha no pé do ouvido

Existe também um espaço para Yuma conhecer mais seus companheiros, como um simulador de encontros. Independe do gênero do companheiro, Yuma pode marcar encontros noturnos para ficarem mais próximos. Após um certo número de encontros, pode ser que o relacionamento avance para algo além da amizade.

É hora da bataha

Shining Resonance Refrain oferece uma boa variedade de atividades para entreter o jogador, além de uma jogabilidade amigável. Infelizmente, as coisas podem acabar se tornando repetitivas. Os personagens possuem apenas um único combo de golpes, o que acaba diminuindo as opções táticas do jogador. A diversidade de inimigos é bem pequena, salvo os chefes. E para piorar, os diálogos dos encontros são limitados, não demorou até eu perceber as mesmas conversas durante encontros.

Gráficos e Som

Shining Resonance Refrain possui gráficos em cel shading, uma técnica muito usada por desenvolvedoras japonesas. Os personagens do jogo são muito bem produzidos, dando a impressão de controlarmos personagens de um anime. Em contrapartida, os cenários são bem pobres para os padrões atuais, até mesmo para um remaster de um jogo lançado no final de 2014. Existem poucos objetos no cenário e sentimento de vazio é iminente. Outra coisa que me deixou chateado foi a falta de cenas não interativas. JRPGs sempre foram conhecidos por trazer belas cenas de batalhas. Aqui, parece que os desenvolvedores resolveram economizar nas animações, deixando boa parte dos acontecimentos sendo descritos em diálogos.

Enquanto os personagens são bem detalhados, não se pode dizer o mesmo dos cenários

A parte sonora do jogo é satisfatória. Os dubladores conseguem caracterizar bem cada personagem. As melodias que tocam durante a batalha são bem bacanas, mas confesso que não são nada memoráveis. Infelizmente, os japoneses estão esquecendo o público brasileiro, pois Shining Resonance Refrain é mais um jogo que não está localizado em nosso idioma. Bola fora, Sega!

Opinião

Shining Resonance Refrain certamente me trouxe boas lembranças da época em que a Microsoft investia em JRPGs para Xbox. Acompanhar a trajetória do herói e sua trupe salvar o destino da humanidade é sempre uma boa pedida. O jogo ainda conta com o modo Refrain, que conta a história do jogo em uma outra perspectiva, aumentando ainda mais o fator replay.

Infelizmente, algumas decisões erradas acabam tirando o brilho do jogo. Uma repetitividade nos combates e diálogos podem acabar desanimando o jogador. Outro fator preocupante são as excessivas cenas de diálogos, que ficam ainda pior por não possuir localização em nosso idioma.

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