Sempre que acontecem tragédias como a ocorrida em Suzano, onde jovens realizam atos violentos, sem uma justificativa conhecida, parte da opinião pública rapidamente chega a conclusão de que isso é parte da influência dos jogos eletrônicos em seus jogadores. O mais curioso é que a maior parte da população do nosso país possui acesso gratuito a diversos conteúdos de teor semelhante ou até mesmo mais nocivo, e nada é discutido a respeito. Dentro desse pensamento limitado, o deputado Júnior Bozzella do PSL/SP, enviou ao congresso um novo projeto de lei que pretende criminalizar os jogos violentos no Brasil.
Segundo a descrição da PL 1577/2019 a sua ideia é: “Criminalizar o desenvolvimento, a importação, a venda, a cessão, o empréstimo, a disponibilização ou o aluguel de aplicativos ou jogos eletrônicos com conteúdo que incite a violência e dá outras providências“.
Além disso, a proposta pretende adicionar “uma alteração no Marco Civil da Internet, de modo que as lojas de aplicativos e outros métodos para disponibilização de jogos possam retirar de suas ofertas esse tipo de conteúdo extremamente nocivo“. Uma decisão que pode prejudicar toda a indústria de games no nosso país, tanto os desenvolvedores e publicadores quanto as distribuidoras. Nós, os jogadores, também seríamos privados de grande parte dos jogos, pois nesse caso qualquer jogo 16+ poderia ser proibido, o que não só seria lamentável como também revoltante, pois é uma proposta realizada com base no achismo e na falta de informação, pois existem diversos trabalhos e pesquisas científicas que comprovam que o comportamento violento não é justificado pelo uso de jogos eletrônicos.
A discussão sobre a violência que desencadeia atos como de Suzano não deve ser restrito apenas ao conteúdo consumido por essas pessoas, mas também seu ambiente familiar, condições psicológicas e até mesmo suas condições de educação, todos sendo problemas graves no nosso país, e os quais não se vê tanto empenho para melhorias.
E vocês, o que acham dessa nova proposta vinda no Congresso do Brasil?
