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Análise: Assassin’s Creed Odyssey – The Fate of Atlantis – Parte 2

Depois do primeiro episódio de The Fate of Atlantis, que ganhou o nome de Campos de Elísio, onde nos aventuramos pela bela região da deusa Perséfone, chegou a vez de entrarmos em uma região mais sombria e dominada pelo deus Hades, no episódio intitulado Tormento de Hades.

Enquanto o primeiro episódio trouxe uma trama mais focada em questões políticas e em mostrar um pouco mais da vida e interações dos Isu, essa segunda parte está mais focada em aprofundar as escolhas do nosso personagem e em fazê-lo reviver o peso dessas decisões, pois iremos encontrar antigos aliados e inimigos, que, de certa forma, foram impactados por Alexios ou Kassandra.

O novo conteúdo também traz novos inimigos e batalhas intensas contra chefões, que dão um brilho a mais para o episódio.

Uma jornada pelo Submundo

Ao final do episódio anterior de The Fate of Atlantis somos jogados por Perséfone em um poço que leva ao Submundo, que é governado pelo cínico Hades. Quando chegamos lá somos confrontados pelo bichinho de estimação, nada fofo, do deus, que é nada mais, nada menos que o Cérbero. Ao derrotar a criatura mítica chamamos a atenção do governante, que não fica nada feliz com ao ver seu animal derrotado. Além disso, o Cérbero também era o grande Guardião da entrada para o mundo dos mortos, e sem ele o Submundo virou um caos.

Para acertar contas com Hades, ele nos manda recrutar quatro campeões para tomar conta de cada um dos portões do Submundo, que se tratam de figuras famosas da mitologia grega como Perseus, Aquiles, Agamenon e Héracles. Então devemos explorar todo o mapa em busca desses personagens, para assim poder avançar na história. Mas além disso, também precisamos ajudar Caronte, o barqueiro do Submundo, que também está com grandes problemas, pois as almas estão ainda mais perdidas e ele quer ajudá-las. Algumas delas fizeram parte da vida do nosso personagem e devemos também ajudá-las a encontrar paz para conseguir avançar para o Elíseo, ou o paraíso.

As missões são bem interessantes e trazem o peso das nossas decisões durante a campanha principal, levando a reflexão sobre a vida que estamos vivendo e o impacto dela nas pessoas ao nosso redor. No meio disso tudo, está Hades e seu irmão Poseidon, que estão constantemente fazendo apostas de como iremos resolver os problemas com essas almas, mostrando que para eles tudo não passa de um jogo para passar o tempo.

Os novos personagens são muito bons e aumentam bastante a qualidade da narrativa. Temos um Caronte preocupado com as almas presas ao Submundo e sentimos a sua compaixão em levar conforto a quem pode ter redenção. Por outro lado, temos Poseidon, que aparece pouco, mas deixa no ar que pode render um ótimo personagem no episódio final. Por fim, temos Hades, que é um personagem maravilhosamente criado, que sempre que está em cena traz toda sua presença poderosa, mas sempre com ar cínico nas suas falas. Poderia até aparecer mais, pois realmente acrescentou muito para a qualidade do episódio.

A trama do presente ainda está sendo desenvolvida em Tormento de Hades, mas de forma mais tímida. Ainda vemos as consequências do uso do Animus em Layla Hassan, nessa luta dos Assassinos contra a Abstergo e seus Templários. Essa parte segue sem muita inspiração em The Fate of Atlantis, mas ainda assim teve um bom tempo de tela, servindo apenas para lembrar dessa conexão com a realidade e o motivo dessa viagem pelo mundo dos Isu, deixando o grande desfecho para o episódio final.

Novos e velhos inimigos para te assombrar

Nesse episódio de The Fate of Atlantis o foco em tramas políticas foi reduzido, e tudo foi direcionado para a exploração do mapa, que possui três regiões, e no combate, com diversas lutas deliciosas de enfrentar. E se no primeiro capítulo não existem Cultistas para serem perseguidos, nesse episódio o sistema está de volta com os chamados Caídos, que trazem uma mistura de Cultistas e Mercenários.

Como dito antes, precisamos recrutar quatro campeões para avançar na história, mas para que eles sejam recrutados devemos derrotá-los em combate, e eles oferecem batalhas incríveis e com um bom nível de desafio. Mas as complicações não acabam aqui, pois alguns desses campeões estão em locais protegidos pelo chamado Véu do Tártaro, uma barreira por onde apenas os mortos podem atravessar. Como ainda estamos vivos não podemos atravessar, mas podemos coletar um conjunto de armadura que nos concede essa passagem.

Essas armaduras são adquiridas quando derrotamos certos Cultistas e Mercenários que já havíamos eliminado na campanha principal. Ao serem derrotados novamente, alguns deles nos concedem como recompensas partes de uma armadura lendária que possui o poder de atravessar o Véu do Tártaro. Mais uma vez iremos acessar batalhas muito boas e que trazem um bom nível de desafio para o jogador, que irá colocar todas as suas habilidades a prova. Além disso, é bem interessante enfrentar esses inimigos novamente, com encontros que rendem ótimos diálogos. As novas armaduras e armas também são bem bonitas e fazem todo o esforço, em cada batalha, valer a pena.

Uma nova mecânica da jogabilidade que foi adicionada foram as Fendas do Tártaro, onde podemos entrar em uma ambiente alternativo daquele local, para poder derrotar as almas atormentadas que vazaram por essas fendas e que agora vagam pelo Submundo após o nosso personagem matar o Cérbero.

Por fim, foram adicionadas mais três melhorias para habilidades já existentes, para dar ao jogador a liberdade de escolher qual o melhor estilo para sua jogatina.

O opressor e impressionante Submundo

Enquanto no episódio anterior nós estávamos vagando pelo belo, brilhante e colorido Elíseo, agora estamos no sombrio e desprovido de vida Submundo. A ambientação criada pela Ubisoft é impressionante, trazendo um sentimento certeiro da opressão criada por Hades em seu reino. O mapa parece menor que o anterior, mas essa impressão vem com a falta de muitas construções, pois aqui a ideia foi passar a sensação de vazio, o que também funciona bem para passar o estilo daquele reino da morte.

Existem diversos pontos de interesse para descobrir e que nos levam para ambientes bem interessantes de explorar, incentivando o jogador a ir em cada canto do Submundo.

Opinião

Tormento de Hades não é apenas o melhor episódio de The Fate of Atlantis, mas se destaca dentre todos os conteúdos extras já lançados para Assassin’s Creed Odyssey. A narrativa é deliciosa de acompanhar e os personagens são realmente muito bons, e adicionam ainda mais qualidade para a trama. O mapa consegue trazer todo o sentimento que um ambientação no Submundo deveria passar, e traz boas surpresas ao explorar cada canto dele.

A adição de um grande foco nos combates contra chefões trouxe uma grande dinâmica para a jogabilidade de Assassin’s Creed Odyssey, pois não se trata de apenas eliminar grupos de inimigos, mas de se preparar para grandes batalhas contra oponentes especiais e que irão te trazer um real senso de desafio.

Gostei muito do desfecho e fiquei muito curiosa de como será o final de The Fate of Atlantis, pois não tenho idéia de para onde o último episódio irá levar a sua narrativa. Quem sabe não será a vez de Poseidon, que apareceu brevemente em algumas partes? Vamos aguardar.

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