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A Remedy Entertainment sempre costuma apresentar jogos diferentes para seu público, e mesmo tendo em suas mãos franquias como Alan Wake, Max Payne e Quantum Break, o estúdio tem coragem para se aventurar em novos jogos. Agora, chegam ao mercado dos games com o excêntrico Control, que mostra todo o talento do estúdio em contar histórias que não fazem muito sentido lógico e ainda adiciona mais uma jogabilidade cheia de mecânicas divertidas. O jogo é muito inspirado pelo gênero do “New Weird” (Novo Estranho), que traz uma narrativa que chama a atenção por ser estranha e não explicar muita coisa.

E é assim que começamos nossa aventura para a análise de Control, dentro de uma história que não conseguimos entender bem, e justamente por isso ficamos curiosos em saber mais e mais, e ainda com detalhes de jogabilidade e dos cenários, que te deixam hipnotizados por aquele universo estranho. Eu mesma passei por uma montanha-russa de sentimentos durante o gameplay, ora adorando a estranheza do título, ora achando que ele poderia ter ido um pouco além.

Uma trama que te leva para um Arquivo X da Remedy

A trama de Control é sua grande força, pois a Remedy soube trazer com maestria uma história intrigante, cheias de mistérios sobrenaturais e com um pequeno flerte com o horror. Não irei dar muitos detalhes sobre a trama, pois a grande sacada do título é o jogador ir descobrindo os segredos da narrativa e dos personagens por si só, e ir juntando cada peça do seu intricado quebra-cabeça. Mas vamos ao foco principal.

Control traz a história de Jesse Faden que, inesperadamente, assumiu o comando de uma agência secreta do governo dos EUA chamada Federal Bureau of Control, e agora é a diretora do lugar, onde tudo lembra muito a atmosfera da famosa série Arquivo X. Ela estava seguindo para este lugar a fim de encontrar pistas do seu irmão desaparecido, e que segundo uma presença (ou um tipo de espírito) que vive dentro dela, ela irá encontrar todas essas pistas nesse lugar misterioso. Ao chegar lá ela é conduzida para o quartel-general desse departamento, que é conhecido como A Casa Antiga, e ela encontra tudo em modo de contenção, pois uma infestação ou entidade desconhecida, chamada de Ruído, que se trata de um tipo de força estranha e sobrenatural que acaba corrompendo tudo aquilo que toca, sejam objetos ou pessoas, se espalhou pela Agência, e está contaminando os seus funcionários, que se transformam em criaturas estranhas, e letais. Dessa forma, Jesse não precisa apenas buscar pistas sobre seu irmão, mas também deter o avanço do Ruído.

Algo bem interessante em Control é que o próprio Bureau of Control age como se fosse um personagem. Isso acontece, pois o lugar parece vivo, mudando a realidade constantemente. Uma hora você abre uma porta e está em uma sala de máquinas, em outra você aparece dentro de um hotel. Além disso, conforme purificamos os locais tomados pelo Ruído as salas se transformam, e descobrimos mais locais para explorar e encontrar documentos com pistas do que pode estar acontecendo ali. Todos esses documentos, assim como os diálogos e menus estão no nosso idioma, o que facilita o entendimento do que está acontecendo na tela.

Os personagens também são bem interessantes. A protagonista traz carisma com seus conflitos internos, muito bem desenvolvidos conforme descobrimos mais sobre A Casa Antiga e também conforme nos relacionamos com outros personagens. As conversas de Jesse essa presença que vive dentro dela, chamada de Polaris, também é interessante de acompanhar. Os demais personagens trazem uma boa diversidade, sejam alguns mais sérios com seus deveres, outros que parecem a beira da loucura e ainda outros que parecem não entender a gravidade do que está acontecendo na Agência.

A cada nova missão terminada, e são dez no total, entramos em um crescente de curiosidade sobre o que está acontecendo naquele lugar e o impacto de tudo aquilo na vida de Jesse e dos funcionários da Agência. E para complementar essa narrativa ainda existem as missões secundárias, que servem para que a personagem adquira novas habilidades e recursos para melhorar seu poder de fogo. Senti falta de elas estarem mais conectadas na trama principal, oferecendo mais do que apenas melhorias para o personagem. Elas possuem histórias até que interessantes, mas ficam muito no raso e não mergulham mais fundo no universo do jogo, ou trazem impacto para o que acontece nele, apesar de algumas oferecerem batalhas incríveis.

Uma divertida mistura de shooter e poderes sobrenaturais

Quanto a sua jogabilidade, Control se trata de um jogo em terceira pessoa, que mistura elementos de aventura, ação, com mecânicas de combate de um jogo de tiro com a adição de habilidades especiais envolvendo telecinese, e ainda exploração metroidvania. Uma mistura que parece complexa, mas que funciona de forma bem natural na prática, e que traz muito do que já foi apresentado em Quantum Break, fazendo o jogo se tornar familiar para quem já jogou esse título.

Para fugir um pouco do estilo mais linear dos seus jogos, a Remedy trouxe o elemento metroidvania para Control, então os jogadores poderão usar habilidades recém adquiridas para voltar em locais que estavam inacessíveis e até mesmo encontrar outros secretos, o que acaba aumentando a duração do gameplay para aqueles jogadores que são mais curiosos e gostam de explorar cada canto. Apesar do mapa ser um pouco mais aberto para a exploração, ainda temos um jogo linear, o que não é ruim e acaba funcionando bem com a proposta do título.

Já para o combate com arma de fogo, temos a chamada Arma de Serviço, que se trata de uma arma especial, que possui diversos modos diferentes de tiro, que são desbloqueados conforme você avança nas missões. É possível equipar até dois modos de disparo dessa arma, e você pode escolher de acordo com a maneira que prefere encarar o combate, o que oferece grande liberdade para o jogador. Cada um desses modos da Arma de Serviço podem ser melhorados com espécies de Mods, que você adquire ao completar missões e desafios, mas também caem dos inimigos, são encontrados em baús e podem ser construídos com recursos encontrados pelo mapa, e que também caem dos inimigos. Essas melhorias incluem aumentar dano, quantidade de munição, e outros atributos diversos. Podem ser equipados até três desses Mods em cada tipo da arma.

Assim como para a arma, Jesse também pode ser melhorada com o uso de Mods, que melhoram quantidade de pontos de vida, energia, velocidade das habilidades e outros atributos diversos. Falando em habilidades, a protagonista possui alguns poderes interessantes para usar durante a jornada de Control, que possuem como base o uso da telecinese. Então podemos arremessar objetos e partes dos cenários nos inimigos, levitar, erguer objetos para criar escudos e por ai vai. A maioria dessas habilidades são desbloqueadas durante as missões principais, mas algumas delas, que não são necessárias para a finalização do título, podem ser adquiridas em missões secundárias. O uso alternado entre a jogabilidade de tiro e essas habilidades é a chave para o sucesso nos combates.

Além das missões principais e secundárias da história, Control ainda traz mais dois tipos de atividades, que servem unicamente para melhorar a personagem. A primeira delas são as Contramedidas do Conselho, que se tratam de desafios do tipo mate uma certa quantidade ou tipos de inimigos em uma área do mapa. Elas são boas para receber novos Mods e recursos de criação. O outro tipo de atividade são os Alertas do Departamento, que são missões temporárias que aparecem de tempo em tempo em alguma área do mapa, onde temos que ir para defender uma equipe dos inimigos e eliminar a ameaça daquele local. As recompensas são bem parecidas com as das Contramedidas.

Os inimigos oferecem um bom desafio, seja por se apresentarem, algumas vezes em grande quantidade, ou por suas habilidades diversas. Tem inimigo com armas de fogo poderosas e até mesmo com habilidades telecinéticas, sempre nos fazendo pensar em táticas diferenciadas para cada combate. A chave é encontrar um bom lugar para se posicionar e usar bem os movimentos rápidos de Jesse. Equipar sua Arma de Serviço com bons Mods e usar corretamente as habilidades sobrenaturais, é o caminho para conseguir passar bem pelos inimigos, e também pelos bosses, que oferecem um desafio interessante para as batalhas. Os inimigos são processualmente gerados, então sempre haverá combate disponível, mesmo nas áreas já exploradas, o que mantem o jogo sempre ativo.

Control também apresenta puzzles bem interessantes e inteligentes, que não são especialmente difíceis, mas trazem um bom diferencial para o gameplay. O jogo também oferece uma série de locais para transporte rápido, onde após serem purificados servem para viagem rápida e também para a realização de melhorias em Jesse, na arma e em suas habilidades.

Por fim, Control traz algumas partes onde ele se transforma em áreas com estilo Plataforma, onde estamos em uma espécie de dimensão astral e precisamos passar por desafios para purificar objetos e também adquirir habilidades. São transições bem diferentes para o gameplay e que também mostram com força toda a proposta bizarra do universo de Control.  Ainda temos os chamados “objetos de poder”, que são objetos comuns do nosso cotidiano, mas que foram tomados por um grande poder capaz de oferecer grandes habilidades para Jesse. Além disso, alguns deles sofreram as influências sobrenaturais do Ruído, e foram tomados pela entidade perigosa, então nosso dever é purificá-lo.

Gráficos e Som

Se por um lado Control te instiga com sua história e te diverte com sua jogabilidade, ele me deixou com sentimentos mistos em relação a sua apresentação gráfica. Os cenários são bem desenvolvidos, e apesar de toda a trama se passar dentro de um prédio, as variações de cores e as mudanças de realidade são características bem interessantes. As mudanças de iluminação e cores dos cenários também oferecem um espetáculo visual que dá gosto de apreciar. Os personagens se apresentam bem, com feições bem naturais, mas alguns personagens secundários apresentam algumas animações faciais estranhas em algumas cenas.

Assim como em Quantum Break, a Remedy usou a sua Northlight Engine, e justamente por usarem um motor gráfico que trouxe algo tão bonito e diferente em Quantum Break, eu esperava um jogo com gráficos mais bonitos e detalhados nesse novo projeto. Não chega a decepcionar, mas ficou aquela sensação de que poderiam ter superado o trabalho do jogo anterior, no que diz respeito a essa parte técnica.

A trilha sonora é hipnotizante e traz bons temas que introduzem ainda mais força para o universo de Control, seja com os temas atmosféricos durante a exploração, que mantêm a constante de mistério para a aventura, ou para temas mais voltados para o o bom e velho rock and roll que deixam algumas missões especialmente inesquecíveis.

Opinião

Control é um jogo com cara da Remedy, é o tipo de criação que facilmente conectamos com o estúdio. Ele traz uma clara, e bem-sucedida, mistura de Alan Wake e Quantum Break, com uma história mais sobrenatural e misteriosa como a do primeiro e uma jogabilidade divertida como a do segundo. Mesmo não trazendo uma grande evolução gráfica, se comparado com seu último projeto, Quantum Break, ainda traz ambientes com experiências interessantes e que trazem toda a personalidade de Sam Lake e sua equipe.

Se você está em busca de um jogo que explora bem uma trama cheia de acontecimentos estranhos e intrigantes, e ainda acrescenta mecânicas divertidas de gameplay, irá passar bons momentos com Control.

Entenda nossas notas

Control será lançado amanhã, dia 27, mas já pode ser pré-encomendado na Microsoft Store.

Clique e confira na Microsoft Store

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About Author

Administradora de Empresas, mas apaixonada pelo mundo dos games e pelo Xbox!Fã da incrível e complexa franquia Halo e de seu icônico líder, o Master Chief. Também apaixonada por Dragon Age e seu universo magnífico. Ahhh e quem disse que Dark Souls não é divertido? :DSempre ligada nas notícias e novidades do lado verde da força!

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