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Análise: Journey to the Savage Planet

Algo que me agrada muito no mundo dos games é a capacidade dos jogos me surpreenderem. Eu adoro quando surgem aqueles jogos que você inicia sem muita expectativa e eles te conquistam completamente. Um desses exemplos perfeitos é Journey To The Savage Planet. Ele é o título de estreia da Typhoon Studios, que começou com um pequeno time de 3 pessoas, e hoje apesar de ter crescido um pouco, ainda é uma equipe pequena. Para distribuir o jogo eles fecharam uma parceria com a 505 Games.

Journey to the Savage Planet é um jogo de aventura e exploração em primeira pessoa, que tem como foco levar os jogadores para explorar um planeta alienígena em busca de recursos e uma maneira de voltar para casa. Ele traz diversos temas relacionados a ficção científica, um mundo colorido e cheio de vida para conhecer, uma narrativa cheia de humor, jogabilidade divertida e ainda a possibilidade de aproveitar tudo isso ao lado de um amigo.

O jogo traz uma mistura da exploração espacial e o mundo colorido de No Man’s Sky, com uma narrativa cheia de humor ácido que lembra bastante o que vimos em The Outer Worlds, mas tudo isso com uma personalidade totalmente sua, o que deixa o pacote muito interessante. Vamos conhecer mais do jogo em nossa análise.

História

A premissa de Journey to the Savage Planet é bem simples, nosso personagem é um funcionário da Kindred Aerospace, que é a orgulhosa detentora do título da 4ª melhor empresa de exploração espacial do universo. Seu papel na empresa é de explorador, você viaja para planetas alienígenas em busca de recursos, além de conhecimento sobre a fauna e flora local, o problema é que a empresa te envia apenas com o combustível de ida, e você precisa se virar para achar uma maneira de voltar para a Terra e ainda trazer resultados dessa exploração.

A história é basicamente essa, mas ela ganha contornos de muita irreverência com os comentários ácidos da IA EKO que te acompanha o tempo todo, e adiciona frases repletas de humor e sarcasmo. Também existem mensagens do CEO da Kindred para você e comercias da empresa, que são cheios de humor ácido sobre a nossa sociedade, e sobre o consumismo exagerado, onde tudo pode virar produto e gerar lucro. Além disso, conforme exploramos o estranho planeta AR-Y 26 encontramos, além dos biomas cheios de vida e cor, diversas construções misteriosas, que indicam que além da vida selvagem que existe ali, algum outro tipo de civilização mais avançada povoava aquele planeta. São elementos simples, mas que funcionam tão bem, que te incentivam a explorar cada canto em busca de mais pistas sobre aquele lugar.

Muitas das missões surgem conforme exploramos o planeta, e além de trazer novas informações para a narrativa, elas também oferecem melhorias para seu personagem, para que dessa forma ele consiga chegar em mais locais do mapa e assim progredir na história. Eu terminei a campanha ou pelo menos cheguei na parte onde os créditos sobem, em cerca de sete horas e meia, mas ainda existiam muitas coisas para fazer em AR-Y 26, como, por exemplo, encontrar combustível para a nave, e assim chegar em um final, digamos, verdadeiro. Mais umas duas horas e eu cheguei lá. O jogo ainda me oferecia diversas missões de pesquisa, que iriam desbloquear mais melhorias para o personagem e assim expandir a exploração. Ou seja, mesmo após finalizar a história, ainda existe muito o que se fazer em Journey to the Savage Planet, e o melhor de tudo é que você sente vontade de continuar a exploração.

Jogabilidade

O grande foco de Journey to the Savage Planet é a exploração, o jogo até possui algumas leves mecânicas de RPG e combate com tiro, mas o centro da jornada do jogador está em se aventurar para explorar os mistérios e belezas do planeta AR-Y 26, para assim descobrir o que seus diversos biomas escondem. É esse ponto que faz o jogo ser tão interessante, pois ele te incentiva a todo o momento a descobrir seu mundo pelos seus próprios olhos, o que nos desperta a curiosidade de explorar mais e mais.

Já de cara percebemos que essa ideia está sendo levada bem a sério, à medida que não existe um mapa para nos guiar e temos que ir descobrindo os pontos de interesse sozinhos, apenas existe uma indicação de onde está o nosso objetivo, mas a tarefa de encontrar o caminho até lá é totalmente nossa. O mais interessante é que conforme buscamos chegar ao nosso objetivo encontramos novas missões, que são importantes para melhorar nosso personagem e assim permitir avançar para novas áreas. Sim, o jogo bebe da fonte Metroidvania, então iremos nos deparar com diversos locais que não poderemos acessar em um determinado momento, pois precisamos de algum equipamento que ainda não possuímos, então precisamos avançar um pouco para então retornar depois para descobrir o está escondido ali.

A primeira mecânica que conhecemos é o escaneamento, onde podemos não só conhecer mais sobre a fauna e flora do planeta, como também saber mais da sua história e ficar intrigado com construções e artefatos de uma civilização que não parece mais viver ali, ou está muito bem escondida. O que é mais uma peça do quebra-cabeça para você montar. Outro fator importante desse escaneamento são as informações preciosas que recebemos, como maneiras de derrotar um inimigo ou interagir com objetos que estão pelo mapa.

Depois partimos para a exploração de recursos, que são essenciais para melhoramos e construirmos nosso equipamento, que vão desde a jetpacks a granadas com as mais diversas utilidades. Para tal, precisamos recolher diversos minérios que são coletados de pedras e inimigos derrotados, assim como também precisamos resolver puzzles que nos recompensam com um material raro daquele planeta, e que também é essencial para criação.

Sempre que pegar esses recursos você deve procurar um ponto de viagem rápida e voltar para sua nave e depositá-los. Isso é importante, pois sempre que você morre seus recursos ficam no chão e você precisa voltar para resgatá-los. Morreu no meio do caminho? Não se preocupe, pois o jogo não é punitivo como um Dark Souls, e seus recursos ainda estarão por lá para você resgatar.

Além disso, a colorida fauna de AR-Y 26 proporciona melhorias e benefícios para o jogador. Algumas plantas possuem o poder de curar nosso personagem e outras tem a função de reabastecer as granadas. Por fim, existem alguns frutos bem escondidos que aumentam a vida e estamina do personagem, o que traz um sistema de progressão bem simples e que se encaixa bem com a proposta de exploração.

Os inimigos possuem uma variação boa, e existe até mesmo alguns chefões que trazem um desafio bem interessante, mesmo com o foco na exploração, esses inimigos funcionam bem nos momentos de combate. As mecânicas funcionam muito bem o que deixa a exploração do mundo criado pela Typhoon Studios viciante e divertida. Não espere um jogo que te pegue pela mão e te ensine tudo o que deve fazer, a ideia é que você explore e descubra tudo sozinho, e isso funciona perfeitamente com a proposta de Savage Planet.

Aventura cooperativa

Como disse acima, Journey to the Savage Planet traz a possibilidade de jogar toda essa aventura especial ao lado de um amigo, o que deixa a exploração ainda mais divertida e profunda, já que o outro jogador pode encontrar lugares que você, provavelmente, não acharia. No geral, é uma experiência cooperativa muito agradável, e tanto a história quanto as mecânicas ficam ainda mais divertidas com um amigo. Essa cooperação é apenas online, não sendo possível o modo local.

Tanto o save quanto os recursos recebidos durante a sessão ficam para o host, dessa forma o ideal é jogar um pouco no save de cada amigo para que ambos tenham uma progressão igual. Ainda assim, as Conquistas são desbloqueadas para ambos os jogadores. Caso o host queira continuar seu jogo em modo solo também pode. O modo co-op serve mais para ter uma ajuda extra na exploração, e funciona de modo bem fácil e sem complicações.

Gráficos e Som

O mundo de Journey to the Savage Planet é extremamente colorido, com ambientes e biomas diversificados. Você vai se aventurar por florestas selvagens e cheias de criaturas estranhas, cavernas escuras e cheias de mistérios, ilhas de neve e lava, e ainda estruturas alienígenas avançadas. Esse conjunto de locais funciona de forma perfeita, de forma que nunca nos sentimos enjoados durante nossa jornada, pois sempre existe algo interessante para conhecer e explorar. Os inimigos e criaturas também são bem construídos, trazendo a sensação de realmente estarmos em um planeta diferente da realidade humana.

Nós não vemos o nosso personagem, mas podemos selecionar a aparência dele em uma irreverente tela inicial, que mostra bem o clima cômico de toda a narrativa.

Os outros personagens, como o excêntrico CEO da Kindred e os atores dos comerciais que vemos em nossa nave, são representados com clipes feitos com atores reais, que trazem uma interpretação única para seus papéis e que também adicionam o tom peculiar que Journey to the Savage Planet requer. Não perca esses vídeos quando for na sua nave.

A trilha sonora também está muito bem construída dando o tom certo para a exploração e para os combates, fazendo com que todo o nosso tempo no jogo seja agradável e divertido. O título está totalmente legendado, com legendas e menus em português do Brasil.

Opinião

Journey to the Savage Planet foi uma grande e grata surpresa, o jogo que a primeira vista parecia ser um daqueles jogos enfadonhos de exploração espacial, consegue oferecer uma jornada divertida e viciante, onde queremos desvendar os mistérios da sua trama e conhecer tudo o que aquele planeta tem a oferecer. Os diálogos divertidos, que acompanham uma história leve e despretensiosa aumentam ainda mais a diversão do título, que mesmo após a conclusão da campanha ainda nos sentimos incentivados em explorar seu mundo.

Uma jornada divertida e diferenciada que precisa entrar no seu radar.

Entenda nossas notas.

O jogo será lancado amanhã, dia 28 de janeiro, mas já pode ser pré-encomendado na Microsoft Store.

Clique e confira na Microsoft Store

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