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Lançada na atual geração, Watch Dogs, a franquia da Ubisoft que coloca os jogadores no controle de Hackers, chega a seu terceiro capítulo. Watch Dogs: Legion se passa na cidade de Londres, que foi tomada por um regime autoritário que usa a tecnologia de uma velha conhecida da franquia, a Blume. A grande novidade neste novo capítulo é a possibilidade de recrutar qualquer NPC de Londres, tornando-o um personagem jogável, e, assim, poder montar sua resistência contra o novo inimigo. Confira nossas impressões de Watch Dogs: Legion.

Ah, a charmosa Londres

Quando você pensa em um jogo da Ubisoft, qual a primeira coisa que vem na sua cabeça? Assassinos? Agentes Secretos? Dança? Bom, a primeira coisa que imagino é no belo cenário que me aguarda. Desde a geração passada, os estúdios da Ubisoft se especializaram em criar cenários fidedignos. The Division e Watch Dogs, duas franquias que estão mais próximas da nossa realidade, mostram bem isso. Se você pega uma foto de uma localidade onde o jogo se passa, e comparar com sua versão digital, perceberá que a diferença entre elas é mínima, tamanha a qualidade do trabalho da Ubi.

Em Watch Dogs: Legion isso não poderia ser diferente. Transitar por Londres é mais uma experiência extremamente imersiva. Locais importantes como o Piccadilly Circus, Big Ben, Scotland Yard, e outros estão todos lá. Mais do que simplesmente colocar apenas pontos turísticos nesta Londres virtual, a Ubi fez questão de colocar também aspectos culturais.

Afinal, o que seria de Londres sem seus tradicionais Pubs? Espalhados por vários cantos da cidade, sempre podemos dar uma passadinha por lá para tomar uma bela cerveja direto do barril! Participar de uma partida de jogo de dardos. Ou lutas de boxe clandestinas.

Que o Brasil é conhecido mundialmente como país do futebol, todos nós sabemos. Mas você sabia que o futebol moderno nasceu na Inglaterra? Pois é, o povo de lá é tão apaixonado pela pelota quanto nós. Na Londres de Watch Dogs: Legion, você vai encontrar algumas bolas de futebol em parques, onde você poderá interagir e realizar algumas embaixadinhas.

Esse são apenas alguns exemplos do esforço da Ubisoft em trazer uma experiência imersiva. Só que ela ainda vai além. Veja bem, estamos falando de uma Londres em um futuro próximo. Logo, a tecnologia presente no jogo é bem mais avançada do que a que temos no presente. Rede de internet 6G. Táxis, ônibus e caminhões de entrega sendo controlados remotamente. Drones, muitos drones, realizando todos os tipos de tarefa, com vigilância, construção civil ou na entrega de produtos. É um futuro que encanta, graças as facilidades de tecnologia, mas também amedronta…

Os vilões de Londres

Como uma cidade tão diversificada como Londres acabou se tornando berço de um regime autoritário? Bom, tudo começa com um evento conhecido como Zero-Day, um atentado terrorista que abalou a cidade inglesa. Para proteger a população de futuros ataques, o governo britânico contratou uma companhia militar privada, a Albion. É aí que entra uma das grandes figuras de Watch Dogs Legion: Nigel Cass, CEO da Albion. Elogiado pelos políticos do parlamento inglês, mas considerado um genocida mundo afora, é ele quem irá garantir a ordem em Londres, custe o que custar. Câmeras e drones são usados 24h para identificar possíveis terroristas. Pontos policiais abordam qualquer cidadão para realizar aquele baculejo com direito a tapa na cara e outros tipos de agressões. Tudo aos olhos do povo, de dia ou de noite. Não há escrúpulos por parte dos funcionários da Albion para manter a ordem.

Por outro lado, O clã Kelley, controlado por Mary Kelley, é o mais poderoso sindicato do crime de Londres. Usando a dark web, Blood Mary, como é carinhosamente apelidada, realiza rapto de pessoas, tráfico de órgãos e outras atividades ainda mais macabras. E com os avanços tecnológicos, ela implanta microchips em suas vítimas e as torna verdadeiros escravos.

Mas isso é apenas a ponta do Iceberg. Há ainda mais podridão pelas vielas de Londres. Curiosamente, quem deveria manter a paz e segurança parece fechar os olhos para tais atividades ilegais. Bom, pelo visto somente um grupo pode acabar com as forças tiranas que se apossaram de Londres, o DedSec!

Qualquer um pode ser um herói, ou quase

Infelizmente, o DedSec também sofreu perdas consideráveis de sua filial em Londres com a chegada da Albion. É preciso criar uma resistência do zero, e toda a população da cidade é um possível candidato. Basta escolher um NPC na multidão e perguntar se ele gostaria de fazer a diferença.

Em alguns casos, é preciso convencer o NPC para entrar no seu time. Fazer um favorzinho aqui. Sabotar um concorrente ali. Dependendo do grau de habilidades dele, falaremos sobre isso mais pra frente, você terá de realizar mais de uma tarefa para conseguir recrutá-lo.

Quando a Ubisoft anunciou que qualquer NPC poderia ser recrutado, ela não estava brincando. Assim como nos jogos anteriores você conseguia perfilar cada NPC, agora aparece a opção de recrutar. Não importa a idade. Não importa a profissão. A única exceção é caso o cidadão odeie o DedSec, logo, nossos vilões estão fora da lista. O que não poderia ser diferente.

Montando sua legião

Procurar candidatos para o DedSec me passou a sensação de ter virado um headhunter, um caça talentos da indústria. É como se a vaga para membro do DedSec estivesse aberta e eu sou aquele que iria avaliar cada candidato. Tal atividade acaba se tornando uma das mais divertidas do jogo.

Vamos imaginar sobre a vaga de emprego na DedSec. Você perfila um candidato, está desempregado e pode ser recrutado facilmente. Daria para dizer que é aquele candidato que completou o ensino médio. Outro é um ajudante de obras, possui fardamento para entrar em obras despercebido e um drone de carga. Ótimo, é aquele com ensino superior e uma especialização, já pode ser um membro valioso. Mas ainda há aquele super candidato que teria pós-doutorado, 20 anos de experiência de trabalho e ainda veículo próprio. Esse tipo de candidato você vai ralar pra conseguir. Eu tive duas vagas assim.

Uma motorista de fuga que, na hora de se livrar de seus perseguidores, usava a super habilidade “ô abre alas” para desativar tudo e todos que estavam em seu caminho. É como a cena em que Bruce Nolan (Jim Carrey) abre a pista para seu carrão passar em O Todo Poderoso. A outra era uma apicultora.

-Ué, uma apicultora?

Sim, uma apicultora capaz de soltar um enxame de abelhas contra seus inimigos. E se isso não bastasse, ela ainda possuía uma arma com abelhas explosivas de munição.

Entretanto, é preciso levar outros aspectos em consideração em seus candidatos além de suas habilidades únicas. Pois existem aqueles candidatos que, independente de sua qualidade, podem apresentar alguns probleminhas pessoais. Basta você imaginar um assassino de aluguel estilo John Wick em uma missão de furtividade. E no meio da missão ele solta uma singela bufa, alertando quem estivesse em volta. Sim, um assassino de aluguel com problemas de flatulência. Um policial idoso, fazendo uma missão de invasão no sistema de segurança da polícia, pode acabar morrendo por causa naturais no meio de missão. São coisas que dão um toque cômico, e de forma criativa, ao jogo.

Aí deixo um convite para quem for jogar, ative a morte permanente. Deixa tudo mais imersivo. Ao perder aquele valioso membro em uma missão, você acaba ficando tão indignado quanto os outros membros do DedSec.

O arsenal de um hacker

A cada dia mais presente no nosso cotidiano, os drones são peças ainda mais fundamentais em Watch Dogs: Legion. Nos antecessores, tínhamos drones mais convencionais em nosso arsenal, agora a Ubi resolveu dar um toque do que podemos esperar para o futuro.

Começando pelo drone de carga, usado na construção civil. Quase do tamanho de um carro, como o nome sugere, este drone foi feito para mover cargas pesadas em questões de minutos, independente da distância ou altura. Opa, se ele consegue carregar várias toneladas, certamente conseguirá carregar um humano adulto. Sim, você pode usá-lo como uma nova forma de locomoção, permitindo uma visão área de seus alvos, facilitando estudar bem a estratégia para uma infiltração. Ou você pode simplesmente derrubar uma carga pesada em um alvo, sem sequer chegar perto para se tornar um alvo do inimigo.

A outra grande novidade é o robô-aranha, um pequeno drone perfeito para infiltrações despercebidas. Ele ainda é capaz de fazer quase tudo que um humano faria. Hackear eletrônicos. Interação física com objetos, como colocar uma senha no teclado. Neutralizar inimigos de forma não letal, é claro. Ele pode até esconder corpos, tornando-os invisíveis com um holograma. É uma das mais bem-vindas ferramentas adicionadas em Watch Dogs Legion.

O DedSec ainda tem outras habilidades que podem ser desbloqueadas, ao receber pontos caçando coletáveis pelo mapa. Mais armas não letais. Habilidade de hackear drones inimigos, maior velocidade de hackeamento, entre outras. Estas podem ser equipadas em qualquer membro do time.

Algumas ressalvas

Apesar de Watch Dogs: Legion ter se mostrado uma agradável experiência, ainda há alguns pontos que acabam tirando seu brilho. O jogo oferece um cenário extremamente detalhados, como já mencionado, todavia, é comum de ocorrer um atraso no carregamento das texturas. O tempo de carregamento é bem longo, e algumas vezes o jogo chegou a congelar. Pode ser que o jogo tenha sido mal otimizado? Pode. Pode ser que seja pelo fato dos desenvolvedores terem chegado no limite do que os consoles da geração tem a oferecer? Também pode.

Outro problema que está ligado diretamente ao fato do jogo permitir controlar uma infinidade de NPCs: a dublagem. Exceto alguns personagens fixos, você vai perceber problemas de sincronia labial nos personagens. Algumas vozes parecem não condizer com o personagem, como um idoso possuir uma voz muito jovem e vice-versa.

Salvo os exemplos citados, a experiência é satisfatória, em termos técnicos.

Opinião

Watch Dogs: Legion é o mais ambicioso capítulo da franquia, que consegue oferecer uma experiência ímpar. Legion consegue casar uma trama mais séria, como a do primeiro jogo, com a divertida jogabilidade e irreverência do segundo título. Com algumas ressalvas na parte técnica, o jogo consegue ser uma grata surpresa as vésperas da virada da geração.

Mal posso esperar para jogá-lo no Series X|S para ver suas melhorias gráficas e pelo conteúdo pós-lançamento.

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About Author

Aficionado pela cultura geek. Se o cinema é a sétima arte, os games são a oitava. Entrou no mundo dos consoles no NES e desde então vem acompanhando a geração dos games até o Xbox One. Caçador de indies, nas horas vagas tenta ser biólogo.

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