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Revelado já no início de 2020, como exclusivo de lançamento para as plataformas Xbox nos consoles, Call of the Sea é o trabalho de estreia da Out of the Blue, e se trata de um jogo de aventura em primeira pessoa, com uma trama que traz diversos mistérios e fala de um amor sobrenatural. Ele é inspirado nas histórias de H. P. Lovecraft, mas não se trata de um jogo de terror, se focando mais nos temas sobrenaturais.

Com uma história intrigante, cenários belíssimos e puzzles que me dividiram muito, Call of the Sea oferece uma experiência interessante, mesmo que tenha muitos altos e baixos. Confira nossa análise.

Uma trama envolvente e recheada de mistérios

A história de Call of the Sea se passa em 1934, e nós acompanhamos a jornada de Norah. Ela partiu para uma ilha deserta em busca do seu marido Harry, que desapareceu junto com uma expedição em uma ilha remota no Pacífico Sul. Eles foram em busca de uma cura para Norah, e agora ela precisa refazer os passos de Harry para tentar encontrá-lo. Chegando ao local, ela se depara com uma ilha misteriosa, cheia de artefatos e desenhos de algum tipo de civilização antiga, e muitos rastros da expedição, que revelam que eles passaram por situações bem complicadas.

Norah passa por um montanha-russa de emoções, com momentos de onde ela transparece seu fascínio pelas descobertas da ilha, mas ao mesmo tempo está preocupada com o destino do seu amado. E ainda existem todas aquelas estruturas de algum tipo de civilização muito antiga e desconhecida, que revelam uma história cheia de acontecimentos um tanto quanto macabros com aquele povo. Além disso, ela passa o tempo todo com uma estranha sensação de se sentir em casa. Qual o motivo dessa sensação? Harry e sua expedição estão vivos? Qual a doença de Norah? São muitas questões que rondam a mente do jogador o tempo todo e que impulsionam nossa curiosidade até o final.

Algo que o estúdio fez muito bem é ir revelando detalhes da trama aos poucos e com um ótimo senso de tempo. Quando achamos que fechamos todas as peças do quebra-cabeça, uma nova peça é adicionada e precisamos refazer nossas teorias. Esse é um dos pontos mais interessantes de Call of the Sea, pois mantem a imersão alta o tempo todo.

Puzzles inteligentes, mas que pecam pela falta de intuitividade

Falando em puzzles, eles são o ponto central da experiência de Call of the Sea, e mesclam momentos bem interessantes de observação e raciocínio lógico, com outros que não são nada intuitivos e que quebram muito a imersão na trama. Durante todo o gameplay nós andamos e colhemos pistas pelos cenários, que são informações que adicionam informações sobre a história e nos oferecem os recursos necessários para a resolução do quebra-cabeça.

Conforme encontramos essas informações Norah escreve os detalhes mais importantes em seu diário, que se torna um essencial recurso de consulta para resolver esses puzzles. Mas não espere que a solução esteja escrita ali para você, pois se trata apenas de um guia para te ajudar.

Os puzzles são, no geral, muito inteligentes, principalmente ao trazer os elementos da tal civilização misteriosa. Precisamos tentar traduzir a linguagem daquele povo desconhecido, bem como fazer uma vasta exploração dos cenários em busca do máximo de informações possíveis para fechar todas as peças do quebra-cabeça. O sentimento de recompensa ao completar a resolução dos puzzles é realmente muito bom, pois nos sentimos realmente na pele de Norah descobrindo os segredos daquela estranha ilha. Por outro lado, essa certa complexidade também quebra muito a imersão do jogo, principalmente pela falta de intuitividade, e olha que já joguei diversos jogos com esse estilo.

Conforme descobrimos as informações, rapidamente percebemos que são parte de algum puzzle que teremos que resolver. No entanto, enquanto a maioria deles sejam facilmente resolvidos, muitos pecam pela falta de transparência, e mesmo com todas as informações adquiridas, chegar na resolução pode demorar, sendo algo que destrói a ótima imersão criada pela narrativa. Teve um puzzle onde era necessário descobrir a ordem certa, e o tom de um tipo de órgão para tocar uma canção para abrir uma porta. Uma hora depois de tentar diversas combinações, a música finalmente tocou. Até agora eu não consegui achar a lógica da resposta. Algo que para mim é um erro grave em jogos desse tipo.

Todas as informações são facilmente encontradas e os puzzles mostram claramente o que é preciso para serem resolvidos, por isso que essa falta de intuitividade em alguns enigmas me pareceu como um erro de design na sua criação. A maioria deles traz um desafio super gostoso de resolver, mas o problema visto em alguns quebra muito a imersão.

Algo extremamente importante em jogos desse estilo, é o quão transparente ele é em relação aos seus puzzles, e quão integrados dentro da proposta narrativa eles estão. Call of the Sea cumpre muito bem o papel de trazer esses quebra-cabeças para o que Norah está vivendo naquela ilha cheia de acontecimentos estranhos, mas falha em trazer clareza sobre o caminho dessas charadas, algo que pode se tornar frustrante para muitos jogadores.

Uma bela, e enigmática, ilha paradisíaca

Os cenários de Call of the Sea possuem muita personalidade. Trazem muita cor e luz, mas também sabem trabalhar com ambientes mais escuros, bem como trazer estruturas incomuns, detalhando uma civilização desconhecida. As praias, o fundo mar, sequências sobrenaturais, cavernas… tudo possui o seu próprio estilo único, tornando a exploração recompensadora.

No Xbox Series X o jogo está belíssimo, se apresentando com suporte para 4K/60FPS e Ray Tracing. Ele possui cores vivas e loadings super-rápidos. Mesmo que o framerate não esteja totalmente estável, ele não apresenta quedas muito bruscas, o que torna a experiência agradável e de encher os olhos. No entanto, o mesmo não pode ser dito do Xbox One, onde mesmo no modelo X ele possui texturas bem pobres e quedas constantes de FPS. Ficou bem óbvio para mim que o jogo não deveria ter sido lançado para a geração passada, pelo menos não no estado no qual se encontra.

Tive também problemas de cair em partes do cenário onde era impossível de jogar, pois havia entrado em algum erro do sistema, sendo necessário refazer o capítulo. Recomendo muito que sempre salve seu jogo quando terminar algo importante, pois o salvamento automático é bem precário.

A trilha sonora é realmente muito boa e condiz com o que estamos vendo na tela, com sons muito bem encaixados e que aumentam nossa imersão com os acontecimentos. A dublagem, principalmente de Norah, está muito boa, e a voz da atriz Cissy Jones (Firewatch, The Walking Dead: Season One) conduz a trama de forma agradável. Minha crítica aqui não vai para a atriz, mas para a direção da sua interpretação, que parece estranha muitas vezes. Por exemplo, Norah está naquela ilha desconhecida, onde todo o tipo de coisa estranha está acontecendo, e ela nem sabe se seu esposo ainda está vivo, e então ela surge, do nada, rindo de fotos ou textos encontrados, para logo depois parecer preocupada novamente com o que está acontecendo. Fica bem estranho. Um claro problema de escrita dos textos e da direção realizada para a atriz.

O jogo está todo legendado e com menus em português do Brasil.

Opinião

Call of the Sea oferece uma história enigmática e que consegue nos prender até o final, pois queremos saber o que vai acontecer com Norah, e qual o motivo de aquilo tudo estar acontecendo naquela ilha. Tudo recheado com uma atmosfera envolvente, e que traz um tipo novo de perspectiva para o suspense de Lovecraft, tornando realmente memorável essa jornada.

Os cenários são muito bem-criados e conseguem passar toda a beleza e a estranheza da ilha, principalmente se você está jogando em um Xbox Series, mas é uma pena ver que o jogo possui desempenho e apresentação tão ruins no Xbox One. Os puzzles são interessantes e usam bem as características da tal civilização misteriosa, incorporando bem os recursos do ambiente ao desafio, mas pecam pela falta de transparência tornando a progressão frustrante em alguns momentos chave do jogo.

Apesar de muitos altos e baixos, Call of the Sea ainda é, de uma forma geral, uma experiência cativante.

Vale lembrar que o jogo está disponível no catálogo do Xbox Game Pass.

Entenda nossas notas



*Certifique que este é o preço praticado antes de efetuar a compra. Os valores podem variar.

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About Author

Administradora de Empresas, mas apaixonada pelo mundo dos games e pelo Xbox!Fã da incrível e complexa franquia Halo e de seu icônico líder, o Master Chief. Também apaixonada por Dragon Age e seu universo magnífico. Ahhh e quem disse que Dark Souls não é divertido? :DSempre ligada nas notícias e novidades do lado verde da força!

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