Disponível para assinantes do Xbox Game Pass desde seu lançamento, Unto the End é um jogo produzido pelo estúdio indie 2 Ton Studios que se mostra uma opção interessante para um mês recheado de grandes adições ao catálogo do serviço. Apostando em uma experiência desafiadora, Unto the End oferece uma aventura sombria e brutal, onde o protagonista precisa retornar ao seu lar. Confira nossas impressões.

O árduo retorno ao lar

Unto the End é um jogo diferente, e os desenvolvedores fazem questão de deixar isso claro com uma mensagem antes do início da aventura. Acredite, eles tem toda razão. Começando pela história do jogo. Sem narradores, animações ou qualquer coisa do tipo, vemos o protagonista ajoelhado em frente de uma bela árvore. Então, chegam uma mulher e uma criança, que acredito que sejam sua companheira e filho(a). Sem qualquer diálogo, o protagonista se despede de sua família.

O quadro muda, agora nos encontramos em um cenário montanhoso sob a neve. O protagonista está caçando um cervo. Em meio a busca pela sua caça, ele pisa em um solo falso e acaba caindo em um tipo de gruta. Tentar sair de lá pelo caminho de onde veio estava fora de questão, a saída está muito alta, fora do seu alcance. Para tornar tudo ainda melhor, criaturas sinistras esgueiram pelas sombras da gruta, prontas para acabar com o inesperado visitante. Então, o que começa como uma busca pela possível fonte de alimento de sua família, acaba se tornando em uma verdadeira luta pela sobrevivência.

Assim se inicia uma das experiência mais singulares que já tive no mundo dos games. A primeira vista, Unto the End parece apenas um jogo de ação 2D, onde deve-se acabar com hordas de inimigos, fatiando-os com nossa espada até conseguir retornar ao lar. Todavia, a 2 Ton Studios entrega uma experiência minimalista e extremamente realista, que são características que ficam bem evidentes ao longo de nossa aventura.

Mantenha calma, respire fundo

Você morrerá bastante em Unto the End, e não adianta se estressar com isso. Seja por perder sua espada e acabar sem ter como se defender em combate. Ou por ter se ferido gravemente e sangrar até morrer devido a falta de suprimentos de cura. Ou até mesmo por, na tentativa de desviar de um ataque inimigo, bater com a cabeça na parede e morrer por traumatismo craniano.

A proposta da 2 Ton Studios é essa, entregar uma experiência realista, onde os mínimos detalhes fazem toda a diferença. Por conta disso, a jornada do nosso protagonista acaba sendo extremamente brutal. Cada encontro com um inimigo pode ser o último, visto que não controlamos um exímio espadachim ou um soldado que sobreviveu a inúmeras batalhas. Por isso, vale a pena ver o tutorial de batalha quando encontrar uma fogueira pelo caminho. Nesta opção, o nosso protagonista revive momentos em que treinava lutas com espadas de madeira com sua companheira. Sem combos infinitos ou coisa do tipo, apenas aprender a ler a direção de onde vem um ataque, como bloquear e contra-atacar.

Falando em fogueiras, é neste local onde você poderá curar seus ferimentos, preparar mantimentos e até criar equipamentos de defesa. Mas não espere nada muito robusto como super poções ou armaduras impenetráveis. São misturas de ervas e armaduras feitas de ossos, couro e gravetos. Sim, só dá para trabalhar com o que tem nas redondezas..

É algo que certamente afastará aqueles que procuram por uma experiência mais descompromissada. Morrer, morrer e morrer de fato é muito frustrante. Porém, aqueles que anseiam por algo mais realista, e gostam de um bom desafio, poderão gostar de Unto the End.

Gráficos e Som

Como já deu para ver, Unto the End é um jogo bem diferente do que aparenta. Isso vale para a parte gráfica também. Se por um lado os gráficos dos cenários e personagens são bem simples, lembrando vagamente o clássico Another World, por outro, há um esforço do estúdio em criar uma experiência bem imersiva. Nada de HUD, barra de vida, de cansaço, mapa ou se quer objetivos. Tudo fica por conta da intuição do jogador.

A iluminação merece destaque. Como boa parte da aventura se passa em grutas, uma tocha é algo indispensável para avançar no jogo. Em combates, por exemplo, o protagonista precisa largar a tocha para poder usar a espada, enquanto os inimigos inteligentemente fogem do raio de iluminação do fogo, para poder nos pegar desprevenidos. Em outra ocasião, acabei perdendo uma tocha e precisei improvisar para avançar pela escuridão. Como fiz? Dei golpes de espada no solo rochoso, tendo um pequeno vislumbre do que estava em volta graças a faísca que resultava do atrito do metal com a rocha.

Apesar de não haver qualquer diálogo no jogo (a comunicação é toda feita por gestos), a parte sonora também é muito boa. É graças ao som que você consegue perceber quando um inimigo está se aproximando pela escuridão.

Opinião

Unto the End é um daqueles jogos em que você ama ou odeia. A jogabilidade é simples e fácil de aprender, mas as mecânicas extremamente realistas acabam criando um alto nível de dificuldade. Aqueles que conseguirem se adaptar a essas mecânicas e superarem as constantes mortes poderão desfrutar de uma experiência gratificante.

Meu único porém quanto ao jogo é o fato de quando a coisa começa a engatar, ele termina. Ainda assim, já deu para ter uma ideia do potencial que o estúdio tem. Vale lembrar que o jogo está disponível no catálogo do Xbox Game Pass.

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*Certifique que este é o preço praticado antes de efetuar a compra. Os valores podem variar.


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About Author

Aficionado pela cultura geek. Se o cinema é a sétima arte, os games são a oitava. Entrou no mundo dos consoles no NES e desde então vem acompanhando a geração dos games até o Xbox One. Caçador de indies, nas horas vagas tenta ser biólogo.

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