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Werewolf: The Apocalypse – Earthblood se trata de um jogo de ação com elementos de furtividade que foi desenvolvido pela Cyanide (franquia Styx) e publicado pela Nacon. O jogo chega com a ambição de explorar o rico universo de série de jogos de mesa World of Darkness, que também é conhecida por nos oferecer o grandioso mundo de Vampire: The Masquerade, mas que aqui, com Werewolf: The Apocalypse, a ideia é explorar a temática dos lobisomens.

Earthblood traz boas ideias e um universo extremamente interessante, mas será que a execução disso tudo funcionou? Vamos conversar sobre o jogo nessa análise.

Potencial narrativo desperdiçado

Em Werewolf: The Apocalypse – Earthblood nós acompanhamos a história de Cahal, um lobisomen que após um acontecimento traumático sucumbiu à sua raiva e acabou matando um dos seus companheiros de matilha. Então ele resolveu se exilar e viver com um mercenário solitário. No entanto, um acontecimento acaba ligando ele novamente ao seu antigo bando, e ele se sente compelido a ir ajudá-los. A ameaça se trata da empresa petrolífera Endron, que cresce mundialmente com sua narrativa de que possui recursos para salvar o mundo, mas que na verdade está destruindo as florestas, e acabando com a natureza aos poucos, para expandir sua presença e importância.

Essa devastação atinge em cheio os Lobisomens, que são os protetores de Gaia, a Mãe-Terra. Esse mundo também está vivendo um grave conflito espiritual, já que a as três forças primordiais estão desbalanceadas. A Wyld é a criação de todas as coisas, a natureza, os seres vivos… Já Weaver se trata da força que cria a ordem através do caos. E por fim, temos a problemática Wyrm, que é a representante da destruição, mas se antes o seu objetivo era apenas criar o novo destruindo o que era velho, agora ela saiu do controle e se tornou uma força da corrupção, tomando conta dos humanos para destruir Gaia, com a Endron sendo uma das suas forças.

O jogo possui uma bela cinemática introduzindo esses termos e história para que os tanto os jogadores novatos quanto os veteranos entendam bem qual o rumo que pretendem seguir com a trama. A introdução também funciona bem para centralizar o jogador na narrativa e dar uma ideia do que virá a seguir. O grande problema começa depois disso, pois esses assuntos místicos nunca mais serão abordados com profundidade, nem mesmo as questões dos Lobisomens são bem desenvolvidas, bem como os personagens que são extremamente rasos e não possuem carisma para que criemos um vínculo com a experiência de nenhum deles, o que tira todo o peso narrativo.

As missões se resumirão em invadir locais furtivamente ou na base da pancada, em busca de dados ou da realização de sabotagens. Eu senti que realmente houve um respeito a tradição de Werewolf: The Apocalypse, mas também ficou claro que tiveram um mundo rico em mãos, e que ele foi brutalmente desperdiçado.

A progressão é cansativa, uma vez que parece que estamos fazendo sempre as mesmas missões, mas com apenas objetivos um pouco diferentes. O jogo possui uma escolha no final que te encaminha para dois finais diferentes, mas você não sente o peso dessa escolha, uma vez que o jogo falha em te conectar com os personagens e suas histórias. Ainda existem opções diferentes de diálogos durante as conversas, mas não existe uma consequência narrativa real para essas escolhas.

A duração de Earthblood varia entre 9 e 10 horas, mas caso não procure rotas de furtividade para chegar aos objetivos sem ser notado, e partir logo para o combate aberto, esse tempo pode diminuir bastante.

Combate divertido, furtividade sem criatividade

Werewolf: The Apocalypse – Earthblood é um jogo de ação que possui fortes elementos de furtividade. De uma forma geral, tentamos completar as missões de modo furtivo, mas caso alguém nos veja assumimos a forma poderosa de Lobisomen para o combate.

Para completar as missões podemos assumir três formas diferentes. A primeira delas é a de Humano, com a qual podemos operar máquinas, realizar interações sociais e ainda usar um crossbow para desativar aparelhos e matar inimigos a distância. A segunda forma é a de Lupino, que permite se transformar em um lobo de tamanho normal, que possui uma alta mobilidade e que pode entrar por dutos de ventilação. A última forma é a Crinos, na qual Cahal se transforma um Lobisomem gigante, se tornando em uma grande força de combate. Enquanto as duas primeiras formas são focadas na furtividade e movimentação, a última é para as batalhas abertas.

Para expandir a sua jogabilidade, Earthblood ainda possui uma árvore de habilidades. Ela é bem simples, mas se ramifica em duas partes, uma mais voltada para o combate e a outra para a furtividade. Conforme você adquire experiência ao completar missões, matar inimigos e absorver essências de espíritos espalhados pelos ambientes, você recebe Pontos de Espírito que são usados para desbloquear e aprimorar as Manobras Especiais, que são as habilidades de combate usadas na forma de Lobisomen, e outras habilidades de furtividade e suporte. Um sistema bem simples, e que não recebeu uma profundidade com a qual sentíssemos uma real importância para a progressão de Cahal.

Antes de chegar no combate aberto podemos sabotar portas por onde os inimigos chegam, e dessa forma eles tomam choques e iniciam a batalha com pouca vida. Também temos a Visão de Penumbra, que funciona como uma espécie de Visão de Águia da franquia Assassin’s Creed. Com ela podemos vislumbrar o mundo espiritual, e assim destacar inimigos, circuitos de eletricidade e ainda os Espíritos que são entidades com as quais podemos conversar ou ainda outras que podemos absorver para ganhar experiência.

Para o combate assumimos a forma Crinos, com a qual podemos detonar os inimigos com ataques fortes, pesados e aéreos. Também é a forma onde podemos usar as Manobras Especiais. Para usar essas habilidades precisamos de Fúria, que é um recurso que adquirimos ao bater nos inimigos ou usando frascos que são encontrados pelos mapas. Outra forma ainda mais poderosa de Cahal é quando ele entra em Frenesi. Esse modo pode ser ativado após gerar uma certa quantidade de raiva e preencher a barra. Nesse modo não é possível usar as manobras, mas o dano é tão massivo que seria muita apelação se pudesse usá-las. Também podemos alternar entre duas posturas: Ágil para mais mobilidade, e Forte para mais resistência. E, por fim, para aumentar a fantasia do Lobisomen, alguns inimigos possuem balas de prata, que se atingirem Cahal diminuem a sua barra de vida durante aquele combate.

Os inimigos não são exatamente muito diversificados, mas possuem uma boa variação de habilidades, o que faz com que as batalhas possuam um bom desafio ,nos fazendo pensar bem em quais habilidades usar. Existem batalhas contra chefes, mas infelizmente grande parte delas não possuem um brilho especial, sendo apenas versões mais aprimoradas dos combates normais.

No geral, o combate é simples, mas extremamente divertido, é realmente delicioso se transformar em Lobisomen e sair destruindo tudo como uma verdadeira força da natureza no melhor estilo hack ‘n’ slash. Isso acaba sendo uma boa mudança de ares, quando olhamos para o repetitivo, e pouco criativo, sistema de furtividade. É muito bacana tentar driblar a segurança para invadir e sabotar os ambientes, mas a falta de diversidade nas mecânicas faz com que tudo se pareça repetitivo demais.

Parece que voltamos para era do Xbox 360

A parte visual de Werewolf: The Apocalypse – Earthblood também é bastante problemática. Os cenários possuem sua beleza, principalmente as partes das florestas, mas a repetição excessiva de ambientes, cansa nossa jornada. As texturas são muito simples, bem com os efeitos de luz. Os modelos dos personagens e as cutscenes potencializam a sensação de que parece que estamos jogando um jogo do início da era Xbox 360, e não ajudam muito a alavancar alguma qualidade para o título. Tudo parece muito desatualizado com a atualidade. A única exceção são os efeitos das habilidades de Cahal e a sua metamorfose, que funcionam bem e fazem as batalhas brilharem.

Mesmo no Xbox Series X, o jogo apresentou algumas quedas de FPS, mas os loadings estão rápidos, deixando a jornada mais dinâmica.

O som do ambiente é bom, bem como as trilhas, mas nada se destaca muito. As vozes também não cooperam muito para trazer uma vida para os personagens e passam uma sensação desconfortável de monotonia. O jogo está com menus e legendas em português do Brasil, mas eu percebi diversas vezes que o que era falado não era traduzido tão corretamente no texto das legendas, mas nada que atrapalhasse o entendimento.

Opinião

Percebe-se claramente que a Cyanide possui um bom conhecimento, e um grande respeito, com a história de Werewolf: The Apocalypse, mas que talvez a falta de mais recursos tenha atrapalhado fazer sua visão desse universo ganhar vida com Earthblood de uma forma mais completa e grandiosa. O jogo possui ótimas ideias, mas a execução falha, e ele acaba se tornando algo cansativo e sem personalidade. Não consegui me engajar com a história ou com os seus personagens, pois tudo se torna esquecível rapidamente.

O combate com a forma de Lobisomen, e até mesmo as estratégias de furtividade são interessantes, mas as variáveis para o uso dessas mecânicas são limitadas, e você se sente refazendo as mesmas missões sempre, com apenas uma skin levemente alterada.

Se você for muito fã do universo de World of Darkness talvez o jogo valha a pena, mas apenas quando entrar em uma promoção muito boa.

Entenda nossas notas


*Certifique que este é o preço praticado antes de efetuar a compra. Os valores podem variar.

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About Author

Administradora de Empresas, mas apaixonada pelo mundo dos games e pelo Xbox!Fã da incrível e complexa franquia Halo e de seu icônico líder, o Master Chief. Também apaixonada por Dragon Age e seu universo magnífico. Ahhh e quem disse que Dark Souls não é divertido? :DSempre ligada nas notícias e novidades do lado verde da força!

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