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Outriders é o mais novo projeto do estúdio People Can Fly, conhecida por seu trabalho em jogos como Bulletstorm e Gears of War: Judgment. Ele se trata de um jogo de tiro e RPG cooperativo para até três jogadores, que combina armas com poderes únicos em um gameplay recheado de ação. Ambientado em um universo de ficção científica original, a ideia central da trama é levar o que sobrou da humanidade para um novo planeta e tentar sobreviver nele, mas como você já deve imaginar, as coisas irão dar muito errado.

A minha experiência com Outriders é baseada da Demo do jogo, disponível gratuitamente na Microsoft Store. O teste traz todo o capítulo de abertura, no qual podemos explorar diversas missões, sistemas, e até mesmo chefes. Também temos acesso a todas as classes e sem limite de tempo para explorar o conteúdo.

Então vamos conversar sobre Outriders, com seu mundo único, e suas fortes inspirações em jogos como Gears of War, The Division e Destiny.

O misterioso e hostil mundo de Enoch

A história de Outriders se passa em um futuro distante, onde a humanidade acabou com o planeta Terra e o poucos dos escolhidos do que restou dela agora está em uma enorme nave arca para encontrar um novo planeta para habitar. O escolhido é o misterioso Enoch, que se apresenta com uma paisagem bela e selvagem. No entanto, as coisas começam a dar errado bem rápido. Primeiro, eles são atingidos por uma estranha tempestade eletromagnética, que são chamadas de anomalias, e que parece queimar todo tipo de tecnologia mais avançada. Além disso, existe uma  substância nociva que adoece rapidamente as pessoas ao entrar em contato com elas. Claramente o planeta não nos quer ali.

Depois, os cientistas divergem sobre a quantidade de pessoas que serão retiradas do sono criogênico, causando uma grande briga interna sobre a quantidade de recursos que estariam disponíveis.

No meio disso tudo está o nosso personagem, um Outrider. Nosso trabalho é ser a força treinada para limpar ameaças, explorar o local e facilitar a colonização. No entanto, nosso grupo é atingido pela tal tempestade misteriosa, e enquanto alguns morrem ao serem atingidos pelos seus raios, nós saímos intactos. Algumas situações graves acontecem e nosso personagem é forçado a entrar em sono criogênico novamente.

Acordamos 30 anos depois e Enoch está um caos. A luta pelos escassos recursos destruiu o planeta, que agora vive uma guerra entre os próprios humanos. Lembra que não morremos ao entrar em contato com os raios da tempestade? Isso aconteceu pois, ao que parece, fomos e escolhidos, e agora somos chamados de Divergentes, uma espécie de imortal com superpoderes. Existem outros como nós, alguns com poderes modestos, outros que viraram aberrações e outros tão poderosos que são chamados de deuses.

Agora que acordamos devemos ajudar o nosso grupo que ainda resiste contra os Insurgentes, que espalham o caos por Enoch, e ainda descobrir o que existe por trás dessa história dos seres poderosos.

A missão inicial, bem como as secundárias que surgem pelo caminho, trazem um ótimo aperitivo de toda a trama e universo de Outriders, me deixando realmente curiosa para encontrar respostas sobre tudo aquilo que vivi apenas em suas horas iniciais. O potencial narrativo do jogo é realmente muito grande.

Uma grande mistura de diversos jogos

Como vimos acima, apesar de alguns temas clichês, a história de Outriders é bastante interessante, e isso é importante para oferecer uma jogabilidade criativa, apesar de se parecer muito com outros jogos do mercado. Dessa forma, mesmo que tenha sistemas e gameplay muito parecidos com jogos como, principalmente, The Division e Gears of War, e pitadas de Destiny, ele ainda consegue trazer uma experiência interessante.

Primeiro criamos nosso personagem, mas nem se anime para um sistema complexo de criação de personagens, pois as opções são limitadas. Você pode escolher o gênero, alguns poucos estilos de cabelos, rostos, cicatrizes e acessórios, além de algumas poucas cores para pele, olhos e cabelos.

Falando do gameplay em si, Outriders se trata de um jogo de tiro RPG co-op em terceira pessoa. Sua jogabilidade é focada no em um combate que mistura o uso de armas com habilidades especiais. Ele traz uma inspiração geral no que vimos em The Division, um sistema pesado de cover que lembra muito Gears of War, e por fim os toques de ficção científica e poderes especiais de Destiny. Parece que o jogo perde um pouco na originalidade, por ter tantas inspirações, mas isso não é necessariamente ruim já que traz um mundo novo e cheios de possibilidades para serem exploradas. Mas sim, fica aquela sensação de que já jogamos muito daquilo em algum momento de nossas vidas.

O jogo possui quatro classes, cada uma com suas próprias características e habilidades realmente únicas. São elas:

  • Trapaceiro (Trickster) – interessante mistura de habilidades que manipulam o tempo, e ainda podem fazer você se deslocar rapidamente pelo campo de batalha.
  • Piromante (Pyromancer) – mestre no controle do fogo, e se torna uma força devastadora da natureza com suas chamas intensas e explosivas.
  • Desvastador (Devastador) – uma classe claramente pensada para assumir o papel de tank do grupo, com habilidades poderosas que controlam a gravidade e o ambiente, de forma a ajudar sua função voltada para a linha de frente.
  • Tecnomante (Technomancer) – permite invocar uma boa variedade de armas e armamento, sendo descrita como a classe que controla a tecnologia.

Algo muito interessante nessas classes é o sistema de cura, pois cada uma possui sua própria maneira de se curar, e estão relacionadas em sua maneira de causar danos nos inimigos. O Trickster, por exemplo, recebe pontos de vida e escudo quando elimina seus inimigos de perto, e isso gera uma mecânica muito interessante, pois geralmente quando sua vida começa a cair você tende a ir para longe da batalha, mas com o Trickster você terá que ir para o meio da carnificina para se curar.

Os elementos de RPG possuem grande impacto na maneira de jogar em Outriders. Existe uma interessante árvore de habilidades que moldam de maneira significativa a forma de jogar de cada classe, de forma que ela também se encaixe com o estilo do jogador. O loot também é importante, e somos incentivados o tempo todo a buscar atividades mais desafiadoras em busca de melhores equipamentos, assim como os recursos para melhorar esses itens. Existem os Mods de Armaduras, que podem aprimorar, mudar, ou até mesmo substituir certas habilidades da sua classe. Também existem Mods de Armas, que adicionam efeitos diferenciados para a munição, como congelamento e venenos, por exemplo. Essas opções oferecem liberdade para a criação das mais diversas builds.

As missões podem ser repetidas em dificuldades maiores para melhores resultados, bem como o mundo todo do jogo pode ter um escalonamento de poder para melhorar essas recompensas, com o interessante sistema de Grau do Mundo. Conforme seu personagem sobe de nível e melhora os equipamentos esse Grau de Mundo sobe, e a cabe ao jogador escolher alterar essa dificuldade ou não. Os inimigos se tornam mais desafiadores, mas as recompensas também se tornam mais poderosas. Na Demo cheguei até o nível 05 de 15 disponíveis e os desafios estavam bem interessantes, requerendo mais estratégia do grupo do que apenas sentar o dedo nas armas e soltar habilidades loucamente.

A melhor parte da experiência que tive em Outriders foi jogando com os amigos. Apesar dele poder ser jogado inteiramente sozinho, o jogo também pode ser aproveitado em grupos de até três jogadores e, sinceramente, parece que ele foi criado inteiramente como uma experiência co-op, pois é muito mais divertido assim. Você joga todo o prólogo sozinho para conhecer as bases do mundo de Outriders, mas quando chega na base principal pode começar a explorar Enoch com os amigos, conhecendo mais daquele planeta e compartilhando estratégias para vencer os desafios. Também existe matchmaking para aqueles momentos que os amigos não estão online e você não quer jogar sozinho, ou precisa de ajuda em alguma missão. A dificuldade escala dinamicamente e o número de inimigos vai mudar de acordo com a quantidade de jogadores da sessão.

Quando for lançado, o jogo terá suporte cross-plataform e cross-play, o que vai expandir ainda mais essa experiência cooperativa.

Os inimigos possuem uma boa variação e habilidades distintas, alguns podem ser atordoados quebrando o ritmo de suas habilidades mais fortes, além disso os bosses trazem mecânicas interessantes, colocando nossas táticas e habilidades em teste.

No geral, a jogabilidade é muito agradável, com um sistema de tiro consistente e armas variadas, apesar de ainda querer ver mais opções delas no jogo completo. As habilidades também trazem possibilidades interessantes para variar o combate.

O sucesso de Outriders está diretamente ligado ao desenvolvimento do seu endgame, que se for bem trabalhado pode se perpetuar por muito tempo, mas que se derrapar, por mais leve que seja, será engolido por aqueles nos quais se inspirou.

Gráficos e Som

Outriders possui um mundo muito interessante, e mesmo que essa porção inicial não tenha uma grande variedade de ambientes, já podemos ter uma boa ideia do trabalho da People Can Fly para o jogo. Os cenários possuem personalidade e passam bem o sentimento da narrativa. O mundo não é aberto, e segue uma progressão linear, com pontos de viagem rápida distribuídos em locais importantes.

Apesar de bonito, e com 4K no Xbox Series X, não espere nada muito impressionante ou diferente de muitos jogos da geração que acabou de terminar. O desempenho nos combates é bom com poucas quedas de frames no Xbox One com 30FPS e nenhuma no Xbox Series X com 60FPS, já nas cutscenes as coisas ficam mais problemáticas, principalmente nas plataformas passadas onde o framerate cai por diversas vezes, mesmo sendo travado com 30FPS em todas as plataformas. O estúdio avisou que essa trava será retirada do produto final.

Dois problemas que encontrei, e que precisam ser corrigidos para o jogo final, são os loadings e a navegação de menus. Os loadings são muito recorrentes, e quebram muito a ação, mesmo que no Series X eles sejam curtos, eles acontecem com muita frequência. Caso eles fossem menos frequentes ou interativos, em vez de uma imagem estática, poderiam tornar a jogatina mais agradável. Os menus também carecem de mais atenção, pois a navegação por eles é lenta demais, demorando para abrir abas e interagir com elas.

Os personagens estão bem apresentados, mas as animações faciais, que ficam estranhas em diversas cenas, acabam atrapalhando um pouco nossa imersão na narrativa. Faltou um pouco mais de polimento nesse quesito.
Já a trilha sonora está muito boa. Temas que trazem os sentimentos certos, seja nos momentos de mais ação, exploração ou drama. Ela foi criada pelo lendário compositor Inon Zur, que já trabalhou em diversos outros jogos famosos, como Fallout e Dragon Age.

Outriders está totalmente localizado em português do Brasil, com legendas, menus e dublagem em nosso idioma. A dublagem ficou muito boa e combina muito bem com os personagens. Existem alguns menus que não foram traduzidos, mas espero que estejam corrigidos até o lançamento.

Opinião

Mesmo como um universo novo sendo criado, e que isso traga um diferencial para a experiência, sempre fica aquela sensação de estar jogando algo familiar em Outriders, o que não é necessariamente ruim, mas traz comparações inevitáveis. Eu curti bastante a Demo com meus amigos, mas ficamos com uma grande dúvida se valeria a pena pagar o preço cheio no lançamento. O lado positivo é que a People Can Fly sempre foi transparente sobre seu jogo. A Demo mostra exatamente a progressão que você terá até o final da campanha, mas em mapas e com missões diferentes. No endgame você terá as Expedições que são atividades mais desafiadoras e complexas.

No entanto, vale destacar que Outriders possui muito potencial. Em nenhum momento o estúdio prometeu nada inovador, mas sim um jogo looter shooter com um universo rico sendo criado, com uma jogabilidade divertida e com muitas possibilidades. Caso o estúdio dê suporte ao projeto, ele pode se destacar muito com uma bela opção para quem curte jogos nesse estilo.

Outriders será lançado no dia 01 de Abril de 2021 e já pode ser reservado na Microsoft Store. Ele terá upgrade gratuito para Xbox Series X|S para os jogadores que adquirirem o jogo no Xbox One.

Vale lembrar que todo o seu progresso na Demo será carregado para o jogo principal, caso compre na mesma plataforma na qual jogou o teste.


*Certifique que este é o preço praticado antes de efetuar a compra. Os valores podem variar.

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About Author

Administradora de Empresas, mas apaixonada pelo mundo dos games e pelo Xbox!Fã da incrível e complexa franquia Halo e de seu icônico líder, o Master Chief. Também apaixonada por Dragon Age e seu universo magnífico. Ahhh e quem disse que Dark Souls não é divertido? :DSempre ligada nas notícias e novidades do lado verde da força!

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