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The Dark Eye, o fantasioso mundo da franquia de RPG europeia, chegou em dose dupla aos console, com Chains of Satinav e Memoria. As duas obras, lançadas inicialmente para PC, levam o jogador a se aventurar pelo mundo de Aventuria, o universo fictício de The Dark Eye. Apesar de serem dois jogos separados, resolvemos juntar as duas análises visto que ambos os jogos são do mesmo gênero (point’n click) e suas histórias estão interligadas diretamente. Acreditamos que para ter uma experiência completa, é recomendado jogar os dois jogos.

Mudando seu destino

Nossa história em Chains of Satinav começa no reino de Andergast. O jovem caçador de pássaros, Geron, participa de um desafio cerimonial proposto pelo Rei para comemorar a chegada da Rainha do reino vizinho de Noxia. Aquele que encontrar quatro folhas de carvalho ganharia uma audiência com o Rei como prêmio. Entretanto, logo se percebe que Geron não é exatamente a figura mais popular do reino.

Não demora a ser revelado que Geron é considerado um mau agouro por muitos aldeões. Ainda quando criança, nosso protagonista foi amaldiçoado pelo feiticeiro The Seer, que quase acabou com o reino de Andergast. The Seer profetizou que Geron seria aquele que levaria Andergast a ruina. Seria um Harry Potter as avessas?

Por conta disso, Geron sofre bullying e é discriminado constantemente. Dessa forma, o desafio cerimonial e a audiência com o rei são vistos por ele como uma esperança de mostrar seu valor. Todavia, o destino de Geron promete ser ainda mais grandioso. Um mal antigo começa a se aproximar. Pessoas começam a morrer. Apenas Geron pode impedir que o Andergast caia em ruina.

Inicia-se então uma épica jornada, na qual o jogador viajará pelos cenários mais diversos. Uma jornada repleta de perigos, com direito a elfos, anões, orcs e outras criaturas fantasiosas. Ainda há espaço para o surgimento de uma paixão. A história de Chains of Satinav é de longe seu maior destaque. Em diversos momentos lembrei das histórias da Terra-Média de J.R.R Tolken.

O Enigma do Andarilho

Como já mencionamos, Memoria ocorre logo após os eventos de Chains of Satinav. Geron, agora herói de Andergast, está visitando a tenda de um misterioso andarilho, Fahi, que se alocou nas proximidades do reino. Fahi garante poder ajudar Geron com uma importante situação não resolvida durante sua jornada em Chains of Satinav. Entretanto, a ajuda não é de graça e Fahi faz um pedido a Geron: elucidar um antigo enigma onde somente uma pessoa esteve próxima de resolver. Seria o herói de Andergast capaz de concluir tal tarefa?

Fahi começa a contar a história de uma princesa de tempos esquecidos, Sadja. Sua história está diretamente conectada com a elucidação do enigma. É quando assumimos o controle de Sadja e, consequentemente, o universo do jogo se expande. A princesa heroína vive em uma época onde magia e criaturas fantasiosas eram comuns, bem diferente da época vivida por Geron.

Assim como Chains of Satinav, contamos uma aventura épica onde nossos protagonistas entraram em situações que podem definir não só seu destino, como de toda humanidade.

Jogabilidade

Como já mencionado anteriormente, tanto Chains of Satinav quanto Memoria são jogos do gênero point’n click. Como nos consoles não utilizamos mouse e teclado, os comandos tiveram de ser adaptados para um controle. Pequenas círculos brilhantes espalhados pelo cenário indicam pontos em que o jogador pode interagir. A seta é usada para olhar seu inventário. Os gatilhos para o uso de magia de Geron.

Infelizmente, o controle não oferece a mesma precisão e alguns equívocos podem ocorrer, principalmente quando dois pontos de interesse estão muito próximos. Acontece de um ponto ficar alternando entre o outro e você acabar escolhendo o errado, e isso ocorre com bastante frequência. Há casos em que o ponto de interesse pode estar do outro lado de um ponte quebrada, por exemplo, como fazer nesses casos? Geron precisa estar olhando na direção deste ponto e torcer pra ele ficar visível para interação. Deu pra ver que houve um esforço por parte da desenvolvedora em tentar mitigar esta questão da jogabilidade, mas não deu muito certo.

Felizmente, no caso de Memoria, o controle de Sadja é um pouco mais preciso. Ainda assim, a confusão na hora de interagir com pontos de interesse continuam ocorrendo.

Outro ponto que deixa a desejar é a falta de informações na HUD. Você vê os botões disponíveis, mas em alguns casos você não sabe qual a finalidade daquele botão. As vezes você esquece que pode combinar itens, destruir ou reparar, pois simplesmente não lembra qual botão usar e o HUD acaba te deixando na mão.

Como bons point’n click, Chains of Satinav e Memoria são repletos de quebra-cabeças muito bem elaborados. Para quem gosta de resolver enigmas, estes são verdadeiros parque de diversões. E nada de pegar na sua mão e guiar como elucidar um quebra-cabeça. É do jeito oldschool, onde você tem que se virar com algumas pistas do cenário ou diálogos de seus personagens. Aí, vem o ponto negativo. O jogo não está disponível em português do Brasil, logo, fica literalmente inviável avançar no jogo se você não tiver como entender o que é pedido.

Gráficos e Som

A parte gráfica é facilmente um dos destaques de Chains of Satinav e Memoria. Os cenários e personagens desenhados a mão são verdadeiras obras de arte. Em vários momentos lembrei dos meus tempos de Magic: The Gathering por conta da semelhança entre os jogos de The Dark Eye com as artes incríveis do jogo de cartas.

Já a parte sonora é satisfatória. No geral, os personagens principais são muito bem dublados, agora alguns personagens secundários… Um momento que ficou marcado em Chains of Satinav foi quando precisei conversar com uma estranha criatura que protegia um portão. Ao ouvir a voz dele, parecia claramente um adulto que estava afinando o timbre de sua voz, quebrando qualquer imersão. Felizmente, Memoria melhora em todos os aspectos técnicos comparado ao seu antecessor.

Opinião

Com uma das histórias mais envolventes que tive a oportunidade de jogar, The Dark Eye: Chains of Satinav e The Dark Eye: Memoria se mostram excelentes opções para os fãs de point’n click. Visualmente, o jogo também impressiona com personagens e cenários desenhados a mão. Por outro lado, os comandos do jogo não foram tão bem adaptados para jogar com controles. Alguns quebra-cabeça são tão difíceis de se resolver que podem desanimar alguns jogadores. Por último, a falta de legendas em português do Brasil pode impedir que muitos jogadores avancem na história e consigam curtir a narrativa em sua plenitude.

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*Certifique que este é o preço praticado antes de efetuar a compra. Os valores podem variar.

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About Author

Aficionado pela cultura geek. Se o cinema é a sétima arte, os games são a oitava. Entrou no mundo dos consoles no NES e desde então vem acompanhando a geração dos games até o Xbox One. Caçador de indies, nas horas vagas tenta ser biólogo.

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