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Sable é o jogo de estréia da Shedworks, um pequeno estúdio independente cuja equipe é composta por apenas dois desenvolvedores, Gregorios Kythreotis e Daniel Fineberg. Revelado ao mundo na E3 2018, o jogo cativou a atenção do público com seus cenários inspirados nas artes de Moebius.

Depois dessa longa espera Sable finalmente foi lançado, nos levando a explorar seu vasto deserto de mundo aberto e sua história sobre o amadurecimento. Lançado diretamente no Xbox Game Pass, foi a chance perfeita para o estúdio mostrar toda a sua criatividade e proposta diferente para um público gigantesco.

Será que toda a espera valeu a pena? Confira em nossa análise.

Uma adorável trama sobre autoconhecimento

Como dito na introdução, Sable é um jogo que no centro de sua alma narrativa carrega uma trama sobre amadurecimento. Jogamos no controle da nômade Sable, que deixou o seu assentamento para atravessar sozinha o deserto, realizando assim um rito de passagem tradicional de seu povo, para todos aqueles que atingem a maioridade, conhecido como Avoo (ou The Gliding).

Ela deve aprender mais sobre o planeta deserto de Midden, conhecendo suas regiões, interagindo com outros personagens e desbravando os mistérios que se escondem nessas terras…. Tudo por conta própria, já que o rito requer que a pessoa desbrave o mundo sozinha para então tomar a decisão de qual máscara usar, o que irá significar qual estilo de vida irá seguir daquele ponto em diante. Por isso é importante conhecer o máximo possível sobre as tradições e a importância desse grupo para a sociedade. Sable deve não apenas escolher sobre qual delas se encaixa com sua personalidade, mas como ela irá viver sua vida adulta. Dessa forma, a exploração e a curiosidade são a alma da jornada de Sable.

Enquanto desbravamos o deserto, com suas ruínas enigmáticas e assentamentos com suas próprias necessidades, também vamos conhecendo mais da personalidade de Sable. Dentre os diálogos, ou ao descobrir novos lugares, o jogo nos oferecer linhas de texto mostrando o que a menina está pensando, inclusive com toques divertidos e de sarcasmo, algo que adiciona toques pessoais com essa perspectiva da protagonista.

Sable é uma história sobre autoconhecimento enquanto se explora o desconhecido. O estúdio conseguiu passar com maestria essa sensação. Enquanto dirigia minha hoverbike, atravessando aquele deserto, me senti relaxada, ao mesmo tempo que estava imersa em uma experiência delicada e contemplativa.

Explore os mistérios de Midden

Sable é um jogo de aventura com muita exploração, escolha de diálogos e puzzles. Seguindo a lógica de sua narrativa ele não te segura na mão e te mostra o caminho, ele apenas te deixa livre para explorar na ordem, e da maneira que quiser, até que seu Avoo se complete de forma natural.

A primeira mecânica central está no uso de uma hoverbike para a movimentação mais rápida pelo deserto. Mas ela não é um veículo comum, pois Simoon volta para o seu lado quando você assobia e ainda pode transbordar estilo, com interessantes opções de customização, que encontramos durante nossas missões. Por ser sua companheira durante toda essa jornada, Simoon se torna uma amiga para nossa personagem. Você também pode personalizar a aparência de Sable conforme explora Midden, mas essas peças são puramente estéticas não oferecendo nenhum tipo de status.

Outro ponto importante da jogabilidade de Sable é a sua exploração. Além de atravessar os cenários com a hoverbike, constantemente precisamos escalar estruturas, e para isso podemos nos agarrar em lugares específicos para realizar a escalada, mas sempre esteja atento a sua barra de estamina, pois caso não calcule bem, a menina irá despencar e terá que começar a subida novamente. Não existe dano por queda, e Sable ainda possui o poder de planar dentro de uma bolha vermelha, cujo uso é importante em diversos trechos de plataforma. Muitos desses locais possuem puzzles, nos quais devemos observar bem os cenários em busca das respostas.

Apesar de algumas missões mostrarem onde devemos ir, o grande brilho de Sable está em descobrir tudo pelo simples ato da exploração, dando sentido ao rito de passagem pelo qual ela está passando. Nos deparamos com estruturas que apontam para algum tipo de civilização antiga, e ainda naves espaciais destroçadas, perdidas nas areias de Midden.

Existem pontos mais altos de cada região nos quais encontraremos um cartógrafo. Ele nos oferece dicas de pontos de interesse, além de vender o mapa daquela área. Mesmo que não mostre explicitamente o que existe ali, nos indica possíveis locais interessantes para conhecer. Nesses locais altos também podemos marcar possíveis pontos de interesse. Existe viagem rápida, mas eu acredito que a exploração manual seja mais interessante.

Para ganhar a máscara de cada profissão, e assim ter opções para sua escolha no final, Sable deve realizar tarefas para essas espécies de facções. Quando conseguir três insígnias, poderá trocar pela respectiva máscara. Cada um desses grupos possuem missões completamente diferentes, oferecendo dinamismo para essa aventura.

Não existe nenhum tipo de combate em Sable, pois fica claro que a proposta se concentra totalmente nessa jornada sabática do Avoo.

Gráficos e Som

Como já dito anteriormente, Sable possui fortes inspirações nas artes do cartunista francês Moebius. Indo além do cel-shading, a Shedworks conseguiu apresentar uma arte gráfica bem característica, na qual as animações da personagem, em contraste com o mundo ao seu redor, correm em tempos diferentes, mas isso é proposital, para nos dar a sensação de que estamos dentro de uma graphic novel jogável.

Cada região possui sua personalidade própria e o ciclo dinâmico para dia e noite mantem a jornada sempre dinâmica, além de oferecer um espetáculo na tela durante essas transições. Eu perdi a conta de quantas vezes simplesmente parei para apenas ficar admirando o estilo único dos cenários de Sable.

Ainda assim nem tudo são flores nessa imersiva jornada. No seu lançamento, Sable estava com muitos problemas relacionados ao seu framerate com muitas quedas bruscas ocorrendo o tempo todo. Houveram algumas atualizações e isso melhorou bastante, mas ainda é recorrente quando estamos explorando com a hoverbike, mesmo no Xbox Series X. Ainda que seja um problema um tanto quanto irritante, não é algo que me fez desistir do jogo, pois em um contexto geral, aquela experiência valia a pena. Vale lembrar que Sable foi desenvolvido por apenas duas pessoas, que mesmo com suas limitações estão empenhados em melhorar seu jogo.

A trilha sonora ficou nas mãos da banda de pop experimental Japanese Breakfast, que trouxe seus toques peculiares para a proposta igualmente única do jogo, apresentando uma união perfeita.

Sable também recebeu recentemente suporte para o nosso idioma, então já é possível aproveitar o jogo com legendas e menus em Português do Brasil, sendo uma atualização extremamente importante para alcançar um público maior.

Opinião

Sable foi uma experiência encantadora, foi perfeito para me esparramar no sofá e mergulhar em uma experiência leve e com uma proposta narrativa e audiovisual única. Mesmo com seus problemas de desempenho, ele ainda é uma jornada adorável.

Apesar de seu staff ter apenas duas pessoas, a Shedworks conseguiu entregar um trabalho impressionante de estreia, que também conseguiu ser impulsioando com a força do Xbox Game Pass para atingir uma vasta audiência e colocar seu nome no radar da indústria de games.

Entenda as nossas notas

Clique aqui, e confira Sable na Microsoft Store.

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About Author

Administradora de Empresas, mas apaixonada pelo mundo dos games e pelo Xbox!Fã da incrível e complexa franquia Halo e de seu icônico líder, o Master Chief. Também apaixonada por Dragon Age e seu universo magnífico. Ahhh e quem disse que Dark Souls não é divertido? :DSempre ligada nas notícias e novidades do lado verde da força!

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