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A Supermassive Games possui muita competência na criação de experiências cinematográficas e narrativas para o mundo dos games, com jogos que mergulham fundo no terror e no suspense. Isso não poderia ser diferente com seu novo projeto The Quarry, lançado em parceria com a 2K. O título apresenta um terror adolescente recheado de clichês e sustos, característicos de diversos filmes do gênero, e um elenco de peso para dar vida a essa trama macabra e sobrenatural.

Depois de uma pausa em sua série The Dark Pictures, o estúdio apresenta mais uma trama cinematográfica onde o destino dos personagens será decidido de acordo com as escolhas do jogador. Será que a fórmula continua dando certo? Confira em nossa análise.

“O que não me mata me fortalece”

A frase acima será constante em The Quarry, assim como as inúmeras referências de filmes de terror e suspense com adolescentes. Espere por muitos clichês, personagens com decisões ridículas e, é claro, muitos sustos, sangue e gore.

Com The Quarry, a Supermassive Games nos apresenta um grupo de nove adolescentes que foram atuar como monitores em um acampamento de verão em Hackett’s Quarry. No último dia, quando pensaram que iriam para casa, o carro se apresenta com problemas e eles devem passar mais uma noite no local. O que eles não imaginavam é que sua festinha improvisada de despedida se tornaria uma luta pela sobrevivência, na qual a grande batalha é conseguir estar vivo até o amanhecer. O inimigo? Seriam caçadores locais em busca de uma caça diferente? Algo mais sinistro e sobrenatural? Ambos? As peças irão se encaixando no decorrer da jornada.

Mesmo que o jogo esteja repleto de clichês, alguns deles beirando ao ridículo (como a donzela que se embrenha sozinha na floresta sabendo que tem algo sinistro a espreita), a trama segue um bom ritmo para quem curte o gênero, com personagens bem interpretados e uma atmosfera de constante suspense que nos envolve com a narrativa, nos deixando curiosos com que pode vir na próxima cena.

Como toda experiência narrativa da Supermassive, toda a trama é baseada em nossas escolhas. O rumo da história e dos personagens está em nossas mãos. Seja para que todos consigam ver o sol nascer depois dessa noite macabra, ou até mesmo que todos morram nessa jornada infernal. Cada ato nos coloca na pele de um personagem onde devemos tomar decisões muitas vezes difíceis. Algumas delas te dão tempo para pensar melhor nas possíveis consequências, outras devem ser decididas com rapidez, no calor daquele momento. Essas escolhas, inclusive, determinam com os personagens se sentem em relação ao outro. A ramificação é bastante interessante e traz importância para as nossas decisões.

Receita de bolo tradicional da Supermassive

Seguindo a tradição dos jogos anteriores da Supermassive, o gameplay de The Quarry também é focado no jogador explorar os ambientes em busca de documentos e objetos, eventos de Quick-Time (QTEs) nos quais você precisa completar uma ação mostrada na tela com rapidez, e ainda escolhas de diálogos ou caminhos a seguir. Além disso, o estúdio também inseriu cenas para apertar o botão continuamente e rápido para passar por situações de estresse e ainda situações de tensão nas quais devemos administrar a respiração do personagem para que ele não seja descoberto. Um pacote de mecânicas que continuam funcionando bem para nos deixar grudados na tela, atentos para ao que pode acontecer a seguir, pois qualquer erro pode custar a vida de um personagem.

Enquanto em The Dark Pictures nós temos o Curador para nos dar pistas e um momento de respirar entre os capítulos, aqui nós temos uma senhorinha bem assustadora, que nos fornece breve visões de momentos chave do jogo, de acordo com Cartas de Tarô que encontramos ao longo de cada capítulo.

A experiência por The Quarry também é bastante personalizável, com diversas opções para que o jogador possa ajustar recursos de gameplay que combinem com sua velocidade de resposta aos comandos.

Ainda existe uma mecânica de rebobinar a morte. Começamos com três vidas e quando um personagem morre podemos rebobinar sua morte para tentar salvá-lo. Mas escolha com sabedoria, pois suas chances são limitadas. Esse recurso desbloqueia quando terminamos a história pela primeira vez e fica disponível nas jogadas seguinte. Quem adquire a Edição Deluxe já começa com o recurso desbloqueado.

De uma forma geral, os comandos funcionam muito bem, mas senti uma certa falta de resposta para interagir com alguns locais e objetos, sendo necessário ficar movimentando o personagem em torno do local para conseguir realizar a interação. A caminhada segue lenta para potencializar a sensação cinematográfica e de suspense, mas senti falta de um comando para correr, pois determinados trechos poderiam ser explorados com mais rapidez.

Algo que eu senti bastante falta foi de ter mais momentos de interatividade. Eu tenho pleno conhecimento de que o jogo é uma proposta narrativa cinematográfica, com o foco em nos colocar dentro de um filme no qual ditamos seus rumos, mas para mim faltou colocar mais o jogador na ação dos acontecimentos, pois ficamos mais assistindo do que participando ativamente. Penso que deveria ter um maior equilíbrio entre o assistir as cenas e participar ativamente delas.

Caso você não queira ter nenhuma participação ativa no jogo e apenas assisti-lo existe o Modo Filme, no qual escolhemos determinados elementos e o jogo gera um verdadeiro filme para ser assistido. Também é possível aproveitar The Quarry com os amigos em um modo online no qual todos precisam entrar em um consenso acerca das decisões por meio de votação. Ou ainda em co-op local com cada jogador escolhendo um personagem e controlando suas ações.

O grande fator replay de The Quarry é esse. Jogar com os amigos ou refazer a história tentando alcançar diferentes desfechos.

Qualidade gráfica e sonora que impressiona

A apresentação visual de The Quarry impressiona, com muitos detalhes em todos os cantos, além de um trabalho de iluminação e sombras que potencializam o suspense e os mistérios escondidos de Hackett’s Quarry. Tudo foi muito bem dirigido não só para dar essa sensação de medo e claustrofobia ao jogador, mas também nos dar a sensação de que realmente estamos dentro de um filme interativo. O trabalho gráfico e de ambientação está espetacular. A performance também é muito boa, e jogando no Xbox Series X não houve um engasgo sequer e os loadings são imperceptíveis, potencializando a imersão.

Quem curte jogos de terror com bastante Gore vai se deliciar com o jogo, que possui cenas de mortes bastante chocantes e cheias de detalhes perturbadores.

O elenco é parte importante em um jogo desse estilo, pois a qualidade dos atores é crucial para dar vida ao que vemos na tela. A Supermassive investiu alto com a 2K e trouxe atores como David Arquette (Pânico), Ted Raimi (Creepshow) e Lance Henriksen (Aliens) só para citar alguns. O trabalho feito pelos atores é muito bom e enriquece a trama.

O estúdio também mostrou mais avanços no trabalho de captação das expressões faciais. Ainda existem alguns momentos nos quais algumas expressões se apresentam de forma não natural, mas na grande maioria do tempo elas estão muito bem produzidas mostrando exatamente o sentimento que o ator estar passando. Tanto as apresentações dos personagens, quanto dos monstros, estão muito caprichadas, trazendo realismo para o que vemos na tela.

A trilha sonora é excelente, pontuando temas e canções na hora certa. O trabalho com ruídos e sons ambientes está, mais uma vez, espetacular, deixando a atmosfera ainda mais assustadora.

Por fim, vale citar que o jogo está totalmente localizado em Português do Brasil, não oferecendo barreiras para aproveitar sua história. A dublagem nacional não fica devendo em nada ao elenco original, com atuações realmente muito boas. As legendas também estão muito bem traduzidas.

Opinião

The Quarry mostra claramente que a Supermassive Games segue melhorando muito a cada jogo lançado, seja em quesitos técnicos ou narrativos. Os cenários e personagens estão cada vez mais impressionantes e realistas. A apresentação sonora é imersiva e nos coloca dentro da atmosfera do jogo, bem como o time de dubladores originais, e os brasileiros, que dão um show com interpretações que trazem ainda mais força para a narrativa criada.

Ainda existem animações faciais estranhas, que podem ser melhoradas, alguns ajustes técnicos como a interação com alguns objetos e um comando para correr, mas a experiência geral não é prejudicada por isso. Algo que eu espero que seja melhorado para os próximos jogos é que haja uma maior interatividade, pois mesmo que a ideia seja de nos colocar dentro de um filme de suspense, ele não precisa ter tão poucos momentos que nos colocam no centro da ação.

Com cerca de seis horas de duração, para terminar a história pelo menos uma vez, o maior inimigo do jogo é de fato seu valor, que está muito alto. Mas com certeza deve ser considerado pelos fãs do gênero quando alcançar um preço mais realista.

Comprar The Quarry na Microsoft Store

Plataformas: Xbox One e Xbox Series X|S
Publicado por: 2K
Desenvolvido por: Supermassive Games
Data de lançamento: 10/06/2022
Opções de compra: Microsoft Store (Xbox One) ou Microsoft Store (Xbox Series X|S)

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About Author

Administradora de Empresas, mas apaixonada pelo mundo dos games e pelo Xbox!Fã da incrível e complexa franquia Halo e de seu icônico líder, o Master Chief. Também apaixonada por Dragon Age e seu universo magnífico. Ahhh e quem disse que Dark Souls não é divertido? :DSempre ligada nas notícias e novidades do lado verde da força!

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