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Análise – Endling – Extinction is Forever

Os jogos possuem uma grande facilidade para nos passar mensagens poderosas e ensinar sobre culturas ou experiências diferentes. Afinal, o poder de vivenciar certas ocasiões, pode mudar as pessoas e até mesmo o mundo. Quem nunca foi tocado pela emoção de cenas emblemáticas de alguns jogos? Essas obras ficarão para sempre guardadas em nossos corações.

Esse é o caso de Endling – Extinction is Forever. Certamente você será tocado pelo tema central do jogo, que fala muitas coisas sobre extinção e tudo o que ela pode representar. Mas não se engane, pois o jogo não é somente uma simples lição de vida, temos bem mais para conversar sobre esse indie tão especial.

O FIM É O COMEÇO

O prólogo de Endling – Extinction is Forever é algo bem impactante, pois temos que fugir em uma floresta em chamas, fruto do descaso humano com a natureza. Controlamos uma raposa, uma espécie em extinção, que luta para sobreviver em um mundo, que antes era o seu lar e que se transformou num pandemônio. Com chamas para todos os lados, cada vez mais não sabemos para onde ir, e qualquer caminho leva a dor e sofrimento, com animais morrendo queimados e uma trilha sonora de cortar nosso coração.

Os primeiros minutos são de cortar o nosso coração.

Esse começo é bem importante para o jogador se colocar no lugar daqueles seres que estão sofrendo. Lembro de ter sentido essa tristeza com jogos como Valliant Hearts e Ori, que realmente me deixaram abalado. Portanto, já podemos notar que Endling – Extinction is Forever possui ótimas mensagens para passar ao jogador, e que muitas vezes não temos noção de quanta dor o ser humano pode causar.

SOBREVIVA

Assim que passamos por um caminho curto, mas tortuoso, chegamos em nossa primeira toca e é onde a aventura começa de verdade. Uma grande surpresa se revela, e nossa raposa está com quatro filhotes, que devemos cuidar e isso impacta diretamente na jogabilidade.

Quando assisti aos primeiros trailers, tinha a impressão de que o jogo era uma aventura linear e não é isso o que acontece. Temos quatro filhotes para alimentar e um mundo perigoso para sobreviver. Nessa premissa é que o jogo realmente se revela como sobrevivência e também uma bela aventura.

Nossa toca é um refúgio diário.

Começando pelo ponto de partida central que é a primeira toca, no qual o primeiro drama da raposa se revela. Assim que os filhotes começam a explorar sozinhos os arredores, um deles é capturado e assim devemos resgatá-lo. Essa tarefa complica ainda mais, pois temos que avançar terreno em busca de pistas e ainda alimentar e cuidar dos outros filhotes.

Um medidor de fome é uma das principais mecânicas e temos um mundo para procurar nosso alimento de cada dia, que não é uma tarefa simples, pois cada hora surge um contratempo e devemos lidar com isso para alimentar nossas crias. Elas ainda podem morrer e essa preocupação ronda nossa cabeça, que ainda tem que lidar com o sumiço do outro filhote. Quando digo morrer, é morte permanente para os filhotes, se a raposa mãe morrer, o jogo acaba.

Dia após dia avançamos no terreno, conseguimos descobrir outras tocas e partir para lugares mais distantes. Lembrando que não podemos ficar muito tempo fora da toca, pois o medidor de fome começa a descer bem rapidamente, quando estamos no final do dia, algo que coloca uma certa tensão em nossas incursões.

EXTINÇÃO NÃO É UMA OPÇÃO

Como disse anteriormente, a extinção é um perigo que nos persegue, simplesmente por termos que alimentar nossos filhotes e isso é proporcionado pelo ambiente ao nosso redor. Temos desde arvores frutíferas, até mesmo animais selvagens, que podem ser caçados para alimentar nossos filhotes. A interação com esse ambiente é bem legal, pois realmente vivenciamos essa realidade, com mecânicas para subir em arvores ou mesmo cavar embaixo de troncos. Outro aspecto importante da jogabilidade são os odores, que são a maior pista para encontra comida e também seu filhote perdido.

Assim que encontramos uma pista do filhote perdido, aparece um espectro de algo que aconteceu no passado, algo que ajudará no entendimento do ponto central da história. Essas animações ganham contornos dramáticos a medida que avançamos na história, então prepare-se para se emocionar.

Vasculhe as pistas para achar seu filhote.

O ser humano continua a ser a maior ameaça, tendo inúmeros caçadores nas regiões do jogo, com um em especial sendo o principal antagonista. Esses inimigos podem atirar, apunhalar com facas ou até mesmo colocar armadilhas para nos ferir. Existem também predadores, que podem ameaçar a vida de nossos filhotes.

Nossos filhotes evoluem a medida que crescem, desbloqueando novas habilidades, podendo subir em lugares mais altos ou mesmo entrando em lugares para buscar seu próprio alimento.

CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA

Um dos pontos mais interessantes de Endling – Extinction is Forever é a mensagem que nos passa, que devemos nos preocupar com o meio ambiente e tudo que isso representa. Assim que fugimos da queimada no inicio do jogo, o que se vê depois é uma sequência de acontecimentos, que culmina na deterioração daquele ecossistema, tudo isso para lucrar financeiramente.

A transformação da floresta com poucos dias é uma realidade dura de se ver, algo que pouco foi explorado em outros jogos. Queimadas, desmatamento e exploração de madeira, algo que mata tudo que está em nossa volta. Cada vez que saímos de nossa toca, o mundo vai se transformando para algo mais feio e sem vida. Antes o colorido da Floresta e depois algo sujo e sem vida, com esgoto passando por áreas industriais e cada vez mais tristes.

Pouco a pouco o ambiente vai se transformando.

Esse impacto no ecossistema também afeta a jogabilidade, que fica ainda mais difícil de conseguir alimento, no qual as frutas e animais selvagens começam a sumir. Até os momentos finais somos impactados em grandes proporções pelos efeitos nocivos do homem, algo que vai te comover de alguma forma. Nesse desfecho somos confrontados por uma dura realidade, que vai te arrasar e para sempre será lembrado.

SOM E GRÁFICOS

Endling – Extinction is Forever também é uma obra de arte, com uma direção artística única e cheia de vida. As cores representam bem tudo o que acontece a nosso redor, traduzindo o momento de nossa jornada. Os cenários diferentes também passam todo o contraste do que está acontecendo, inclusive com diferentes climas, que afetam o caminho por onde passamos.

O mapa é bem desenhado e ilustra nosso caminho, algo que ajuda na hora de saber por onde devemos seguir.

A sobrevivência é algo corriqueiro.

O som também cumpre seu papel com excelência, com músicas que mostram todo o sentimento dos momentos que vivenciamos, algo que combina com toda experiência visual. Todo o audiovisual levam a história para um outro patamar, algo que até não precisa de palavras e sim atitudes.

Não existe dublagem e não se faz necessário, visto que somos uma raposa. Mas temos menus em português do Brasil, algo que ajuda a entender o que for necessário.

OPINIÃO

Endling – Extinction is Forever é um jogo de sobrevivência bem competente e que passa uma linda mensagem sobre ecologia e o mal que o ser humano causa a natureza. Confesso que tive uma reflexão ainda mais forte sobre essas questões.

A direção de arte e sonora consegue atingir em cheio nossa alma, algo que poucas obras fazem. São diferentes paletas de cores que combinam com cada situação que vivenciamos. A questão da sobrevivência ganha força conforme precisamos lidar com outras vidas tão frágeis, mas que trazem um sopro de esperança para um mundo tão perverso.

Endling – Extinction is Forever é recomendado para quem curte jogos de sobrevivência e gosta de explorar algo mais profundo e que pode trazer uma aprendizado para a vida.

Plataformas: Xbox One e Xbox Series X|S
Publicado por: HandyGames
Desenvolvido por: Herobeat Studios
Data de lançamento: 19/07/2022
Opções de compra: Microsoft Store

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