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Apesar de já ter ouvido falar acerca da franquia Star Ocean, nunca havia jogado nenhum jogo dela, e fui com muita curiosidade me aventurar por Star Ocean: The Divine Force, desenvolvido pela tri-Ace e publicado Square Enix, ele é o sexto grande jogo da franquia, que está comemorando seus 25 anos. Combinando elementos de ficção científica e fantasia, viajamos por ambientes únicos acompanhando a jornada de Raymond, Laeticia e seus amigos em uma narrativa cheia de reviravoltas e momentos intensos, além de um combate cheio de possibilidades.

Será que essa minha primeira experiência com a franquia Star Ocean foi positiva? Confira em nossa análise.

Uma deliciosa trama de fantasia e ficção científica

Star Ocean: The Divine Force possui dois protagonistas principais, e cada um representa os aspectos do jogo, a fantasia e a ficção científica. Assim que começa sua jornada você deve escolher um deles, o que irá determinar se sua experiência vai estar mais inclinada para um aspecto ou outro, trazendo perspectivas diferentes para uma mesma linha narrativa. Dessa forma, apesar de alguns eventos se diferenciarem entre um protagonista ou outro, a linha principal segue sendo a mesma.

Representando o lado da ficção científica temos Raymond Lawrence capitão da nave espacial comercial Ydas, que após um ataque sofrido por sua nave, teve que usar uma capsula de fuga que despencou no planeta Aster IV, cujo mundo é voltado para uma atmosfera de fantasia. Ele é encontrado por alguém importante desse planeta, a gentil princesa cavaleira Laeticia Aucerius. Eles subitamente veem seus mundos colidirem e seus objetivos ficarem alinhados.

Raymond precisará encontrar os tripulantes de sua nave, que também caíram em Aster IV, e esperar o resgate para levá-los de volta ao seu mundo. Já Laeticia está em uma busca, junto com seu amigo Albaird, por aliados para a guerra que seu reino de Aucerius trava contra o Vey’l Empire. Ray promete ajudar a princesa, que também faz a promessa de ajudá-lo a encontrar possíveis sobreviventes que estavam na nave. Conforme a história avança, novos personagens são adicionados a equação, trazendo mais complexidade para os acontecimentos, que começam como uma simples jornada de eliminar monstros, ajudar pessoas e encontrar aliados, para então passar a tocar em temas mais intensos como uma doença que se alastra pelo universo, possíveis traições, marcas do passado… Mistérios que se acumulam e se desenrolam de forma natural.

Para aprofundar a relação entre os personagens, o jogo oferece o sistema de Ações Privadas, onde em cidades e aldeias, algumas cenas podem ser ativadas ao interagir com seus amigos de grupo, deixando eles mais próximos e expandindo suas histórias. Algo negativo é que não fica tão claro quando essas cenas podem ser ativadas, então devemos sempre procurar nossos companheiros por essas zonas seguras para ver se alguma dessas Ações Privadas podem ser ativadas. Talvez um ícone no mapa facilitasse essa descoberta.

Apesar de demorar bastante para engrenar, a história de Star Ocean: The Divine Force é muito boa. A trama fica um bom tempo sem deixar claro do que realmente ela se trata, mas quando ela mostra realmente ao que veio, deixa de ser um jogo genérico de aventura e entrega uma jornada épica, que me deixou grudada na tela até seus créditos finais. Isso também ganha muito força devido aos seus personagens muito carismáticos, que trazem peso a todos os acontecimentos que envolvem essa história. Sejam os mocinhos ou os vilões, eles possuem camadas que são muito bem exploradas.

Combate divertido e cheio de possibilidades

Independente da sua escolha inicial ser Laeticia ou Raymond, você poderá tomar controle de diversos personagens que se juntarão ao seu grupo, sendo que o limite é quatro ao mesmo tempo, mas eles podem ser alterados a qualquer momento. Alternar entre esses personagens também é muito simples, basta usar o direcional do controle que a mudança é feita instantaneamente, sem quebrar o fluxo da ação. Cada um desses personagens possui habilidades e estilos únicos de combate, o que faz com que as batalhas nunca se tornem repetitivas. Cansou do combate corpo-a-corpo? Que tal jogar um pouco de mago? Não curte magias? Então tem uma pistoleira para também lutar de longe. Quer mudar de ares e apenas dar suporte para sua equipe? Então se dedique a curar e fortalecer seus companheiros. Tem para todos os gostos e eles são extremamente interessantes de jogar.

O que tira um pouco do brilho de personagens tão bem construídos é a Inteligência Artificial (IA) deles em combate, pois muitas vezes ficam presos em estruturas ou não desviam dos ataques inimigos, fazendo com que caiam muito durante as batalhas. Em encontros mais comuns, isso não chega a ser um problema, mas contra chefões eu passei grande parte do tempo usando itens de cura e renascimento, que seriam desperdiçados logo em seguida com uma nova queda, ou simplesmente passei toda a luta no controle da curandeira Nina para manter meus personagens de dano vivos.

Os inimigos possuem uma boa variação de tipos e habilidades, deixando o combate sempre interessante. Já os Bosses possuem um bom nível de complexidade que vai crescendo exponencialmente, com desafios cada vez maiores.

Uma característica especial do combate. e também da exploração. de Star Ocean: The Divine Force é o nosso companheiro robótico D.U.M.A., que nos oferece mais possibilidades de combate, novas maneiras de alcançar lugares remotos dos mapas e adiciona mais rapidez para a travessia dos cenários.

Em relação ao combate, D.U.M.A. adiciona para o personagem uma nova barra, chamada de Vanguard Assault (VA) que é alimentada conforme lutamos. Com esse medidor podemos nos lançar nos inimigos pelos ares, os surpreendendo com um Ataque Surpresa que os atordoa por um tempo, ou ainda realizar o chamado Blindside, que além de também atordoar, também nos concede mais pontos de AP, que é o recurso necessário para usar nossas habilidades. Com isso aumentamos nosso poder de fogo para utilizar poderes mais fortes e também realizar combos mais intensos. Dessa forma, o bom uso de D.U.M.A. pode nos tornar uma máquina de guerra. Receber dano elimina esses pontos adicionais de AP, então esquive dos ataques para batalhas mais eficientes. O robozinho também adiciona a mecânica defensiva Estery Cage, que limita o seu uso, mas concede um belo bônus de defesa. Por fim, em termos de combate, também recebemos o Vatting que basicamente é uma super habilidade especial única que cada personagem possui.

D.U.M.A. também se trata de um importante recurso para a exploração dos mapas, pois o dispositivo nos permite realizar uma bela arrancada que possibilita acessar locais mais remotos, possibilitando encontrar baús de tesouro e D.U.M.A. Points que é o recurso usado para melhorar as habilidades do robô. Também podemos realizar uma varredura ao nosso redor para encontrar itens importantes.

O combate em tempo real de Star Ocean: The Divine Force é realmente muito divertido, pois cada personagem possui habilidades bastante peculiares, cujas combinações podem ser montadas pelo próprio jogador adicionando uma personalização mais profunda para cada um deles. Essas habilidades são desbloqueadas através da árvore de habilidades que cada um possui, e com os pontos SP que ganhamos ao subir de nível e ao realizar determinadas atividades. Essa árvore também nos concede defesa contra elementos específicos e melhorias passivas. As habilidades também podem ser potencializadas com esses mesmos SP, nos fazendo pensar bem na administração dos pontos recebidos.

Também é necessário equipar cada um desses personagens com armas, armadura e acessórios, que podem ser encontrados durante nossa exploração, comprados nos vendedores ou criados com os mais variados recursos. Algo que me desagradou em relação aos acessórios é que sempre que um personagem sai do nosso grupo por algum motivo narrativo, ele desequipa esses itens para que fiquem disponíveis para outros membros do time, mas é bem chato ficar o tempo todo equipando acessórios.

De uma forma geral, esse sistema de progressão é muito bom, pois sentimos que os personagens estão crescendo e evoluindo juntos, algo que funciona muito bem junto com a história.

O sistema de criação do jogo não é desbloqueado automaticamente e você pode acabar passando grande parte do jogo sem ter acesso a ele. Eu mesma só percebi que estava faltando algo, quando cheguei quase no final do jogo e senti necessidade de itens que me ajudassem a evoluir os personagens, pois os bosses estavam beirando o impossível para serem derrotados.

Ao completar uma sequência de missões para uma determinada personagem ganhamos acesso a estações de criação de itens, transformação de metais e até mesmo síntese de equipamentos. Apesar dos itens da loja terem sido o suficiente até o final do jogo, eles não seriam nada caso eu não ganhasse mais níveis, e usando os recursos de criação que consegui itens que ajudaram a ganhar experiência mais rápido, facilitando minha vida. O sistema não é tão simples, mas é divertido testar as mais inúmeras possibilidades.

O jogo ainda possui um menu de pausa, possibilitando utilizar com calma itens consumíveis durante as batalhas. Também existem missões secundárias espalhadas pelos cenários, mas eu não senti que elas fossem importantes, já que praticamente todas que encontrei consistiam em matar determinadas quantidades de monstros ou coletar recursos, então foquei mais na missão principal e em melhorar meus personagens em batalha. Por fim, ainda existe um mini-game de tabuleiro com o nome de Es’Owa, que apesar de ter um bom nível de desafio não me cativou tanto.

Um conjunto audiovisual que potencializa a imersão

Apesar de não seguir um estilo realista, Star Ocean: The Divine Force impressiona ao apresentar uma arte única que adiciona peso para o que vemos na tela. Não se trata de cenários genéricos ou que se repetem, mas ambientes únicos que reforçam a ideia de explorar um mundo totalmente novo, trazendo uma imersão intensa em sua proposta. Seja quando mergulha na atmosfera mais fantasiosa ou em seu mundo de ficção científica, o jogo enche os olhos com seu universo realmente único.

Tanto em ambientes mais abertos, quanto nas masmorras fechadas, o jogo sempre te oferece algo para explorar, seja em busca de baús, itens ou áreas secretas, incentivando a exploração. As cidades ou aldeias, mostram que existe vida naquele mundo, quando vemos os npcs seguindo suas vidas normalmente. São essas pequenas nuances que fazem o jogo brilhar no seu visual, que por mais que não seja o mais impressionante graficamente, entrega uma arte que eleva a qualidade geral.

Ele oferece dois modos gráficos, um que prioriza resolução e outro o framerate. Eu preferi jogar com o modo framerate, já que a imagem do jogo continuou muito boa e o framerate estável, sem quedas. No modo resolução achei que o framerate ficou baixo demais. Os loadings são bem rápidos e não quebram a ação. Vale notar que joguei todo o jogo em um Xbox Series X.

Os personagens são muito bem desenhados pelo artista Akiman, que conseguiu trazer não apenas traços únicos para cada um deles, mas também transparecer a personalidade que possuem. A dublagem é muito boa, com vocês que combinam muito bem, mas confesso que as vozes em japonês me trouxeram mais imersão. Infelizmente, assim como a grande maioria dos jogos mais orientais da Square Enix, Star Ocean: The Divine Force também chegou sem legendas para o Português do Brasil, o que é uma grande bola fora, ainda mais para um jogo com tanto foco na história e seus diálogos.

A trilha sonora de Motoi Sakuraba é envolvente e consegue embalar com maestria todos os momentos do jogo. Ela nunca parece mal inserida ou invasiva, mas sempre potencializa a jornada deixando tudo ainda mais imersivo, seja uma simples exploração ou uma batalha grandiosa.

Opinião

Star Ocean: The Divine Force foi uma grata surpresa, e apesar de nunca ter jogado nada da franquia, o jogo me abraçou e consegui me deixar imersa em toda a sua proposta. É lógico que um veterano na saga consegue pegar diversas referências, mas a tri-Ace fez um ótimo trabalho para abraçar os novatos.

A história demora para engrenar, mas quando o faz só cresce e melhora, com acontecimentos emocionantes e personagens carismáticos, que conseguem nos deixar ligados em tudo o que acontece na tela até os seus momentos finais. O combate, cheio de possibilidades, traz uma boa dose de diversão, seja para encontros mais simples ou os que trazem mais complexidade. Apenas o comportamento da IA que poderia ter sido mais trabalhado.

Sua arte é belíssima, que somada a sua trilha sonora memorável e vozes muito bem dubladas, trazem força para uma atmosfera extremamente única. Uma pena que o jogo não tenha legendas em Português do Brasil, o que pode afastar muitos jogadores, já que o entendimento da trama e seus diálogos é muito importante em um RPG.

De uma forma geral, Star Ocean: The Divine Force oferece uma bela opção para os amantes de um bom JRPG, que me deixou totalmente imersa durante minha jornada de 50 horas.

Caso queira testar o jogo, também é possível acessar uma Demo com parte de toda essa experiência. Baixe aqui.

Comprar Star Ocean: The Divine Force na Microsoft Store

Plataformas: Xbox One e Xbox Series X|S
Publicado por: SQUARE ENIX
Desenvolvido por: tri-Ace Inc.
Data de lançamento: 27/10/2022
Opções de compra: Microsoft Store

O jogo foi cedido gentilmente pela Square Enix para a realização desta análise.

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About Author

Administradora de Empresas, mas apaixonada pelo mundo dos games e pelo Xbox!Fã da incrível e complexa franquia Halo e de seu icônico líder, o Master Chief. Também apaixonada por Dragon Age e seu universo magnífico. Ahhh e quem disse que Dark Souls não é divertido? :DSempre ligada nas notícias e novidades do lado verde da força!

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