Durante os últimos dias, surgiram rumores de que a Microsoft estaria se preparando para demitir 10 mil funcionários, algo que foi prontamente confirmado por Satya Nadella, CEO da empresa. Ele revela que essa estratégia visa acompanhar a indústria em diversos locais do mundo, já que muitos países estão vivendo em recessão e outros estão perto de uma. Ao mesmo tempo, a Microsoft busca aproveitar a próxima grande onda da computação que está nascendo com os avanços da IA. Para tal, eles precisaram alinhar os custos da receita com a demanda do cliente. Apesar de ser um momento difícil para as 10 mil pessoas impactadas, ele ressalta que esse número representa menos de 5% de sua base total de 221.000 funcionários. As demissões acontecerão ao longo dos próximos meses.
Mas e como isso impacta o Xbox?
Apesar de muito pouco ainda está sendo compartilhado com o público, já que as demissões estão começando a ser notificadas, já existem relatos de estúdios do Xbox sendo impactados, como Bethesda Game Studios, The Coalition e 343 Industries. Ainda não se sabe quantos funcionários foram demitidos desses estúdios e qual o impacto nos projetos em desenvolvimento.
Quanto a Bethesda Game Studios, que atualmente está trabalhando para lançar e finalizar Starfield (previsto para sair ainda no primeiro semestre de 2023), ainda não se sabe o impacto dessas demissões no desenvolvimento do jogo. Como se trata do projeto mais ambicioso do estúdio, e a grande aposta do Xbox para 2023, acredita-se que as consequências não sejam tão grandes na produção do jogo.
Já em relação a The Coalition, que deve estar empenhada em entregar uma nova entrada para a franquia Gears of War, com a utilização do Unreal Engine 5, e também em uma suposta IP ainda não anunciada, acredita-se que o impacto deve ser um pouco menor, já que o estúdio estava em um processo de reestruturação para a troca do motor gráfico e também não está com nenhum jogo anunciado oficialmente.
Agora, falando na 343 Industries, as coisas parecem bem mais complicadas. O estúdio já havia passado por um processo de reestruturação, que começou com a saída de sua CEO Bonnie Ross, que estava na Microsoft há mais de 28 anos, sendo que 15 deles foram dedicados a Halo. Além de sua saída, o estúdio teve mudanças em diversas posições de liderança, além de um rumor de que poderiam abandonar o motor gráfico que criaram, o Slipspace. A situação de Halo Infinite é realmente preocupante, com muitos fãs preocupados até mesmo com o futuro da franquia, vista como a mais importante do Xbox. Em um cenário tão complicado, a 343 Industries pode ter sido o estúdio que mais sofreu com a onda de demissões.
Segundo Che Chou, que trabalhou na 343 Industries por 5 anos, mais de 60 pessoas já foram demitidas no estúdio, e algumas delas trabalhavam na Microsoft há mais de 12 anos. Já Patrick Wren, que trabalhou na 343 como designer do multiplayer, e que atualmente está na Respawn, culpa a “liderança incompetente durante o desenvolvimento de Halo Infinite, que causou um enorme estresse naqueles que trabalham duro para tornar o Halo o melhor possível.“.
Falando ao Bloomberg, o chefe do estúdio da 343 Industries, Pierre Hintze, confirmou as demissões, dizendo que estão restruturando a equipe e que para tal algumas funções precisaram ser eliminadas. Ele afirma que o estúdio continuará a oferecer suporte ao multijogador de Halo Infinite e aos seus elementos de serviço. Nada foi dito acerca da campanha.
Por fim, uma mudança importante também parece ter sido feita na 343 Industries, e segundo rumores se trata da saída de Joseph Staten, que entrou na equipe de Halo Infinite para ajudar a entregar o jogo, e consertar a bagunça na qual o projeto se encontrava. Ao que parece, ele está retornando para a Xbox Publishing, na qual ele trabalhava antes de voltar para Halo.
A Amazon também anunciou que irá fazer inúmeras demissões, e a Riot Games também estaria se preparando para demitir funcionários. Muitos explicam essa onda de demissões devido ao número elevado de contratações durante a pandemia, mas que agora com o retorno das atividades normais e a onda de recessão em todo o mundo, acabou se tornando impraticável manter todos os funcionários, o que é uma pena. A própria Microsoft possuía cerca de 144,000 funcionários em 2019, número que chegou em cerca de 221.000 em 2022.
Algo curioso é que essa onda de demissões também chega ao mesmo tempo que o processo de aquisição da Activision Blizzard, por cerca de US$ 69 bilhões, completa um ano. Será que as demissões terão impacto negativo nas opiniões dos órgãos reguladores, que já estão colocando diversas oposições ao negócio? Só o tempo dirá.
Esperamos que esses funcionários demitidos da Microsoft, e de outras empresas afetadas, consigam se recolocar no mercado de trabalho o quanto antes.
