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Um dos capítulos mais importantes da aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft aconteceu hoje, com a decisão do órgão regulador CMA do Reino Unido, um dos grandes opositores a compra, e que ficou conhecido na grande mídia por levar muito em consideração as reclamações da Sony, principal concorrente do Xbox, e não escutar muito a opinião dos consumidores, que são aqueles aos quais deveria beneficiar. Apesar de já ter decidido, no mês passado, que a aquisição não prejudicará a competitividade nos consoles, hoje o CMA decidiu bloquear a compra devido a preocupações com o mercado de jogos em nuvem. Sim, eles tomaram sua decisão com a desculpa de que a aquisição poderia afetar a competitividade dentro de um mercado nascente e com pouca participação no cenário atual de games, tudo baseado em uma projeção fictícia para um futuro que pode demorar 10 anos para acontecer ou nunca se estabelecer efetivamente.

Em, seu relatório oficial, o CMA foca sua decisão de bloquear a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft para proteger a inovação e a escolha em jogos em nuvem. O órgão conclui que combinar o forte portfólio de jogos da Activision com os atuais pontos fortes de vários jogos em nuvem da Microsoft poderia incapacitar suas concorrentes de competir.

Concluímos, portanto, que combinar o forte portfólio de jogos da Activision com os atuais pontos fortes de vários jogos em nuvem da Microsoft permitiria à Microsoft prejudicar os concorrentes atuais e emergentes de jogos em nuvem, retendo os jogos da Activision e, ao contrário do caso dos consoles, não descobrimos que existem razões materiais para parar de fazer isso.

Algo contraditório, uma vez que a Microsoft realizou acordos com diversas empresas com serviços de Cloud, como a Nvidia, para garantir o acesso aos seus jogos e da Activision.

O CMA também voltou sua atenção para outra preocupação fictícia, dessa vez sobre um possível aumento do Game Pass, por conta da adição dos jogos da Activision Blizzard no catálogo so serviço.

A Microsoft disse que adicionaria os jogos da Activision na data de seu lançamento ao Game Pass, seu serviço de assinatura de vários jogos. Os jogos da Activision não estão disponíveis atualmente em serviços de assinatura de vários jogos. Concluímos que isso seria um benefício para o cliente, mas consideramos que a Microsoft havia exagerado a extensão desse benefício. Em particular, ter o conteúdo da Activision no Game Pass seria uma forma diferente de pagar pelo mesmo conteúdo (e que não necessariamente beneficiaria todos os consumidores). Também esperamos que a Microsoft tenha o incentivo para aumentar o preço do Game Pass para refletir a adição de jogos valiosos da Activision a ele, e isso reduziria ou eliminaria significativamente quaisquer benefícios para o cliente.

Mais uma suposição sem nenhum tipo de dados ou provas, que, inclusive, vai contra a posição da própria Microsoft, que garantiu que a aquisição da Activision Blizzard não resultará em aumento no valor do Game Pass.

Além disso, o CMA também acredita que a adição desses jogos no Game Pass levaria a Microsoft a uma liderança no mercado de assinaturas e Cloud que não deixaria espaço para uma concorrente competir contra ela.

Descobrimos que a escala de danos aos consumidores que provavelmente surgiria da fusão seria substancial. A fusão dá origem a uma mudança estrutural importante e permanente no mercado. Portanto, é provável que o dano perdure. Além disso, como a demanda por jogos em nuvem está crescendo rapidamente no Reino Unido, refletindo o aumento da aceitação global, esperamos que o dano cresça com o tempo. Portanto, embora houvesse benefícios decorrentes da inclusão de jogos da Activision no Game Pass, eles não superariam a extensão dos danos causados pela fusão.

Após a decisão se tornar pública, as empresas, tanto a Microsoft quanto a Activision, também se pronunciaram e confirmaram que irão apelar da decisão, deixando claro que seguem dispostas a lutar pela aquisição nos tribunais. O Presidente da Microsoft, Brad Smith, soltou uma nota reforçando que seguem comprometidos com a compra.

Continuamos totalmente comprometidos com esta aquisição e iremos recorrer. A decisão da CMA rejeita um caminho pragmático para lidar com questões de concorrência e desencoraja a inovação tecnológica e o investimento no Reino Unido. Já assinamos contratos para disponibilizar os jogos populares da Activision Blizzard em mais 150 milhões de dispositivos e continuamos comprometidos em reforçar esses acordos por meio de medidas regulatórias. Estamos especialmente desapontados porque, após longas deliberações, essa decisão parece refletir uma compreensão falha desse mercado e da maneira como a tecnologia de nuvem relevante realmente funciona.

Já o presidente da Activision Blizzard, Bobby Kotick, também deixou clarou seu descontentamento, mas afirma que irá lutar pela aquisição e diz que a decisão do CMA prejudica o investimento, a concorrência e a criação de empregos em toda a indústria de jogos do Reino Unido.

Hoje, a Competition and Markets Authority (CMA), agência reguladora do Reino Unido, decidiu não aprovar nossa fusão com a Microsoft. Esta não é a notícia que queríamos – mas está longe de ser a palavra final sobre este negócio.

Juntamente com a Microsoft, podemos e iremos contestar esta decisão, e já iniciamos o trabalho de apelação ao Tribunal de Apelações de Concorrência do Reino Unido. Estamos confiantes em nosso caso porque os fatos estão do nosso lado: este negócio é bom para a concorrência.

A sempre presente Lulu Cheng Meservey, CCO da Activiion Blizzard, também foi para as redes sociais mostrar sua insatisfação com a decisão do CMA e ainda deixar claro que continuarão lutando pela aquisição.

O relatório da CMA hoje é um grande revés para as ambições do Reino Unido de se tornar um centro de tecnologia, e trabalharemos com a Microsoft para revertê-lo na apelação.

Este relatório também é um desserviço aos cidadãos do Reino Unido, que enfrentam perspectivas econômicas cada vez mais terríveis, e precisaremos reavaliar nossa estratégia de crescimento no Reino Unido.

Grandes e pequenos inovadores globais perceberão que – apesar de toda a sua retórica – o Reino Unido está fechado para negócios.

A decisão foi bastante polêmica, uma vez que o CMA parece continuar advogando pela Sony e fechando os olhos para as práticas de exclusão que a dona do Playstation tem aplicado na indústria de games para impedir que jogos cheguem ao Xbox, consequentemente diminuindo a capacidade da Microsoft competir nesse mercado. Dessa forma, o órgão não está se colocando contra algo que estaria prejudicando a concorrência, mas segue protegendo o líder desse mesmo mercado. Além dos consoles, também está impedindo que haja concorrência no ramo mobile, uma vez que Apple e Google seguem dominando com suas lojas soberanas.

Com esse bloqueio do CMA, fica praticamente impossível a Microsoft fechar a aquisição até junho de 2023. O processo pode até mesmo se arrastar até 2024, uma vez que o CMA é um dos órgão principais para que a aquisição seja aprovada, os outros são a Comissão Europeia e o FTC. Dessa forma, toda essa comoção em torno da aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft ainda está longe de acabar,

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About Author

Administradora de Empresas, mas apaixonada pelo mundo dos games e pelo Xbox!Fã da incrível e complexa franquia Halo e de seu icônico líder, o Master Chief. Também apaixonada por Dragon Age e seu universo magnífico. Ahhh e quem disse que Dark Souls não é divertido? :DSempre ligada nas notícias e novidades do lado verde da força!

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