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Análise – The Elder Scrolls Online: Necrom

Há um bom tempo, o MMORPG The Elder Scrolls Online passou a explorar um tema para desenvolver ao longo dos conteúdos lançados durante o ano. Para 2023, a aventura ganhou o nome Shadow Over Morrowind, cujo principal conteúdo é o Capítulo Necrom, uma expansão completa, que promete mais de 30 horas de duração, com duas novas áreas cheias de conteúdos para explorar e uma classe totalmente nova. Tudo embalado por uma trama sinistra.

Necrom leva os jogadores de volta a Morrowind, mas dessa vez para explorar a Península Telvanni, o centro espiritual dos Dark Elves, e que não aparece em um jogo da franquia desde The Elder Scrolls: Arena. Além disso, iremos nos transportar para Apocrypha, reino do Daedric Prince Hermaeus Mora. Confesso que a chance de visitar novamente as bibliotecas infinitas de Apocrypha me fisgou imediatamente pelo gostinho da nostalgia, já que o local foi explorado na expansão Dragonborn de Skyrim e é um conteúdo que eu gosto muito.

Será que a Zenimax Online conseguiu criar uma expansão para deixar seus jogadores imersos no conteúdo, ou esse sistema anual de aventuras já se desgastou demais? Vamos analisar tudo isso a seguir.

Uma trama intrigante

Durante a trama principal de Necrom, os jogadores trabalham junto com Hermaeus Mora, já que o Príncipe do Conhecimento nos convoca para usar nossas habilidades para defender um segredo que pode destruir a própria realidade, não só do reino de Mora, mas de todo Nirn, que é o universo no qual The Elder Scrolls se passa. Com uma ameaça tão gigante para derrotar, precisamos agir com rapidez para desvendar quem está por trás de tudo isso e encontrar uma forma de detê-los.

Apesar do senso de urgência que a história de Necrom carrega, sua narrativa demora um pouco para engrenar, mas quando ela pega ritmo consegue facilmente envolver os jogadores com cenários incríveis, personagens carismáticos e tramas importantes envolvendo os Daedric Princes, que podem trazer consequências interessantes a serem exploradas não só no MMORPG, mas também na saga principal, uma vez que o conteúdo é canônico. O final nos deixa com um gostinho de quero mais, e me deixou bastante curiosa em saber como irão explorar isso futuramente.

As missões secundárias possuem algumas tramas interessantes, mas em sua maioria seguem a mesma estrutura que os jogadores já estão acostumados, poucas realmente surpreenderam. Algo que também eu já venho sentido um grande desgaste é na criatividade e complexidade das missões, pois antes existiam puzzles complexos, que nos colocavam para pensar. Agora tudo é muito simples e fácil, bastando seguir o marcador de missão, com objetivos triviais. Sinto muita falta da complexidade das missões mais antigas de The Elder Scrolls Online, algo que foi se perdendo ao longo dos anos.

Conteúdo variado e desafiador

Como de costume, em todos os Capítulos de The Elder Scrolls Online, Necrom também oferece uma série de conteúdos para os jogadores explorarem. O primeiro grande destaque são as duas novas regiões, que expandem o universo explorável de Tamriel. De um lado temos a Península Telvanni, que traz todo o estilo de Morrowind, mas dessa vez trazendo um lado ainda não explorado da terra dos cogumelos gigantes. A outra região é a mística Apocrypha, reino de Hermaeus Mora. Enquanto exploramos cada canto dessas regiões cheias de mistérios, também temos muito o que fazer, já que esses mapas estão recheados de conteúdo.

São diversas missões, Bosses, Dungeons publicas, Delves, novo evento de mapa, um Trial, além de dois novos Companheiros com suas próprias missões e novas habilidades para nos ajudar em combate. Tudo muito bem abastecido com diversas recompensas, itens, títulos e conquistas.

Algo que me agradou muito foi um bom aumento na dificuldade dos Bosses de mundo e das Dungeons Publicas, que mesmo com meu personagem, com mais de 1500 Champion Points, eu senti desafio para vencer esses chefões, algo que deixa o conteúdo mais interessante e incentiva o trabalho em grupo.

Também foi adicionada a atividade Bastion Nymic, que consiste em uma instância para um grupo menor,  colocando as habilidades dos jogadores a prova. Não é um evento tão simples de acessar, como os dos outros anos, mas traz uma boa complexidade para as atividades de mundo, sendo uma boa opção para aqueles que buscavam algo mais desafiador para fazer nos mapas. Tanto Bastion, quanto uma maior dificuldade em outras atividades, foram boas melhorias trazidas por Necrom.

Uma nova classe: Arcanist

Outro grande destaque de Necrom é a adição de uma nova classe, que ganhou o nome de Arcanist. A identidade da classe está diretamente ligada ao reino de Apocrypha, seja na concepção de suas habilidades, como também em toda a estética envolvida, algo que traz um bom diferencial em relação as outras classes já existentes. Ela possui três linhas de habilidades: Herald of the Tome (Dano), Curative Runeforms (Cura) e Apocryphal Soldier (Tanque). Todas com habilidades e passivas realmente interessantes para combate solo ou em grupo.

O novo sistema de Crux, que chegou junto com a Arcanist, adiciona a mecânica de usar habilidades da nova classe para gerar o novo recurso Crux, que pode ser gasto para receber bônus diversos como aumentar o dano ou reduzir custos dos recursos, por exemplo.

Criei uma Arcanist focada em dano e, apesar de estar ainda no começo do processo de subir de nível com ela, estou gostando bastante das habilidades e mecânicas que envolvem a classe, bem como o sistema Crux, que trazem um pacote bem dinâmico para a rotação de combate. Mesmo nesse comecinho já é fácil ver todo o potencial que a classe pode alcançar quando atingir nível 60 e equipar melhores sets de equipamentos.

Gráficos e Som

A apresentação gráfica de Necrom traz belos cenários, que mesclam bem a familiaridade de Morrowind com o lado místico de Tamriel ao nos levar para Apocrypha.

A Península Telvanni traz os belos ambientes da terra dos Dark Elves, com seus cogumelos gigantes, além de fauna e flora com seu toque único e incomum. Apesar de não ser um ambiente inédito, propriamente dito, o fato da península só ter sido mostrada em The Elder Scrolls: Arena de 1994, traz uma curiosidade latente em explorar cada cantinho e história que ela tem a oferecer.

Outro local igualmente nostálgico, e que gera uma grande curiosidade nos jogadores, é Apocrypha, o reino do Príncipe Daedrico Hermaeus Mora, que foi anteriormente mostrado na expansão Dragonborn de 2012 para The Elder Scrolls V: Skyrim. Uma expansão que inclusive gosto muito. Apesar de seguir a tradicional paleta verde do reino, os desenvolvedores da Zenimax foram além e mostraram facetas diferentes e inéditas do reino, trazendo novidade a cada nova área explorada do mapa, além de uma área totalmente nova nesse universo, chamada de Chroma Incognito. É realmente hipnotizante andar por Apocrypha.

A trilha sonora cumpre seu papel e traz a identidade de cada região. Eu gosto muito do sentimento de mistério e desconhecido que os temas de Apocrypha entregam enquanto exploramos cada cantinho e atividade que o mapa possui.

Os personagens são muito bem dublados, com atuações que trazem carisma e veracidade para suas histórias. Infelizmente o jogo segue sem legendas para Português do Brasil e o mais próximo do nosso idioma é o Espanhol.

Opinião

The Elder Scrolls Online: Necrom adiciona conteúdo interessante para movimentar o universo do MMORPG. Eu gostei muito do aumento na dificuldade de algumas atividades, de forma a deixar o conteúdo mais desafiador e incentivar o trabalho de grupo entre os jogadores. Explorar a Península Telvanni e, principalmente, o reino de Apocrypha foi uma experiência bastante recompensadora, pois os mapas possuem uma boa quantidade de atividades e cenários interessantes de conhecer. A história começa devagar, mas engrena rápido e entrega uma narrativa imersiva e com desdobramentos interessantes. A adição de uma nova classe é a cereja do bolo, trazendo ainda mais diversidade para o combate do jogo.

Ainda assim, sinto que a Zenimax Online está muito presa em sua zona de conforto com esses capítulos anuais. Mesmo que Necrom seja uma boa expansão, o estúdio parece não trazer a mesma criatividade de antes em nos surpreender com missões mais complexas e com objetivos que colocam os jogadores para pensar, seja com puzzles inteligentes ou alvos não tão óbvios, algo que me cativou quando iniciei minha jornada por Tamriel. Seguir esse molde atual, no qual os jogadores se acostumaram nos últimos anos, não é necessariamente algo ruim, pois a expansão é boa de uma forma geral, mas eu sinto falta da complexidade que existia nas missões antigas.

Plataformas: Xbox One e Xbox Series X|S
Publicado por: Bethesda Softworks
Desenvolvido por: Zenimax Online Studios
Data de lançamento: 20/06/2023
Opções de compra: Microsoft Store

* O jogo foi cedido gentilmente pela Bethesda para a realização desta análise.

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