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Uma das maiores franquias de todos os tempos, Assassin’s Creed recebe jogos quase que anuais, criando uma verdadeira fórmula de temas históricos infinitos. A Ubisoft vai lançar nesse mês de outubro mais um jogo, chamado de Assassin’s Creed Mirage, que promete voltar as raízes da franquia.

Será que o jogo conseguiu trazer aquele sentimento dos primeiros jogos ou foi só conversa fiada da Ordem? Descubra em nossa análise a seguir.

Bem-vindos à Bagdá

Quem conhece a franquia Assassin’s Creed, sabe que cada jogo retrata, com muita fidelidade, alguns períodos históricos e suas localidades. Assassin’s Creed Mirage trouxe pela primeira vez a cidade de Bagdá, que é lar de Basim, um dos personagens mais importantes de Assassin’s Creed Valhalla.

Afim de focar mais no personagem e sua relação com a cidade de Bagdá, a Ubisoft diminuiu o escopo, focando no local e seus arredores. Com isso, tivemos mais detalhes, com uma Bagdá viva, cheia de comerciantes, viajantes, palácios, periferias e tudo o que a cidade naquele período tinha a transmitir. Além dos portões e muros gigantes, temos desertos, oásis e toda natureza que fica em volta desse clima mais árido.

A Ubisoft fez seu trabalho com perfeição, produzindo muito conteúdo histórico para o jogador. São vários textos, imagens e curiosidades, que podem te levar para esse mundo cheio de areia e sangue. Por mais que estejamos mais acostumados com vários mapas grandiosos, focar em uma determinada região pode ser algo benéfico, pois não gastamos tantas horas em missões repetitivas, algo que acontecie nos jogos mais recentes.

Bagdá é enorme, e contém uma grande variedade de arquiteturas, além de recriar localidades importantes como uma prisão, por exemplo. Cada localidade importante da cidade não é deixada de lado, então você conhecerá cada cantinho.

Por focar mais em uma localidade, o parkour se beneficiou disso, tendo vários recursos para o jogador se locomover com muita precisão por Bagdá. Cada estrutura foi pensada para o jogador usar o ambiente a seu favor, algo que um bom level design pode proporcionar. Desde Unity, o parkour não era tão preciso, então caso goste desse recurso, você terá prazer em jogar.

A origem do assassino

Em Assassin’s Creed Mirage temos a origem de Basim, que começa a vida como um ladrão, mas que tem um desejo enorme de entrar para os Ocultos. Esse desejo o persegue desde o começo de suas aventuras, fazendo com que cometa alguns erros na sua vida, que mostram um pouco da sua personalidade impulsiva.

Basim rapidamente sobe no conceito dos ocultos, encantando sua futura mestre, que o leva para a covil dos Assassinos. Só que não demora muito a ameaça da Ordem chegar até os portões e cabe aos Ocultos voltar para Bagdá. Esse trecho do treinamento de Basim é bem interessante, para ver algo que muitos só imaginavam como seria.

Assim que chegamos em Bagdá, devemos investigar tudo que está por trás da influência da Ordem, algo que vai conectando as histórias de outros personagens. Cada integrante da Ordem influencia diversas esferas da sociedade de Bagdá, contaminando toda a cidade e além dela.

A história de Assassin’s Creed Mirage não consegue empolgar tanto como deveria, tendo alguns lampejos durante as missões principais. Basim é um personagem cheio de camadas, mas foi pouco explorado, tendo um desenvolvimento corrido, deixando o melhor para o final, não dando espaço para o jogador degustar dessa personalidade forte. A parte do presente foi totalmente deixada de lado, algo que foi benéfico para dar mais brilho ao passado, focando somente em Basim, mas no fim parece que o que descobrimos, não mudou tanto assim.

De volta as raízes

Assassin’s Creed Mirage prometeu uma volta as raízes e foi o que ele fez. A Ubisoft fortaleceu os mapas e seus elementos para que o jogador seja inspirado a jogar na surdina. Temos desde arbustos, paredes, carroças com fenos e tudo o que esse tipo de jogabilidade pode oferecer. Outros elementos que favorecem jogar na surdina são a barra de percepção dos inimigos, que cresce a medida que eliminamos alguns alvos ou mesmo somos descobertos para alguns NPCs. Para limpar a barra, temos pôsteres de procurado ou mesmo podemos usar propina para diminuir essa barra.

Em algumas missões temos maneiras diferentes para se chegar no alvo, como fazer um suborno ou mesmo contratando mercenários para distrair os guardas. Para isso, Basim possui ferramentas a sua disposição, que a medida que avançamos, em nossos níveis ou nas missões, podemos desbloquear novas funcionalidades. Essas ferramentas deixam o assassino ainda mais mortal e abre mais possibilidades na jogabilidade, como por exemplo facas e dardos de sono.

Um dos maiores defeitos do jogo é também voltar as origens no combate, que melhorou nos jogos mais recentes e piorou nessa edição, trazendo algo travado e que não dá vontade nenhuma em entrar em uma batalha. Pense em umas mecânicas desajeitadas, o rolamento e o parry falha as vezes, deixando o jogador na mão.

A arvore de habilidades é mais enxuta, algo que estranhei, mas entendi que faz parte de tentar ser mais parecido com os primeiros jogos. Isso é importante para que o jogador não se perca, mas diminui as possibilidades.

Além das missões principais, temos os contratos, que trouxeram um novo olhar para as missões secundárias, incrementando tanto em mini histórias e diversão. Além disso, o jogador recebe recompensas exclusivas, como mais pontos de habilidades e novas roupas.

O jogo possui uma seção de investigação muito interessante, que reúne diversas informações sobre os integrantes da Ordem e ainda de algumas pessoas relacionadas, algo que vemos em alguns filmes de investigação criminal. Essa seção é bem interessante para nos mostrar nosso próximo passo, ou ainda nos dar um panorama da influência da Ordem.

Bagdá e seus arredores possuem ainda alguns colecionáveis, então caso queira explorar, fique a vontade, pois existem baús com novos equipamentos, armas e ainda algumas surpresas, mas em um número bem reduzido em relação aos jogos mais recentes, algo que achei positivo. Então esqueça aquela quantidade absurda de interrogações, aqui o menos é mais.

Basim também pode equipar diversas vestimentas, que são adquiridas em algumas missões ou baús. Diferentemente dos jogos recentes, nossas roupas são completas, então não espere por algo característico dos RPGS, que dividem os equipamentos em partes.

Como citei anteriormente, o protagonista foi um ladrão antes mesmo de se tornar um Assassino, então ele nutre algumas dessas habilidades, que podem ser usadas para pegar itens importantes nas missões ou mesmo de transeuntes.

Outro ponto característico da franquia, o Salto de Fé, ainda está presente, com a mesma função para mostrar novas opções no mapa, além de trazer uma bela vista de localidades importantes.

Som e gráficos

Assassin’s Creed Mirage possui gráficos ainda presos a geração passada, então não espere um salto de qualidade tão grande neste último jogo. Pelo contrário, as expressões faciais são bem ruins, com feições sem muitas emoções. Já os cenários possuem seus momentos, mas nada que dê muita vontade de sair tirando fotos.

O som cumpre seu papel em trazer toda ambientação do Oriente Médio. O jogo possui dublagem em nosso idioma, algo que ajuda no entendimento da história e mantêm a qualidade da franquia.

Opinião

Assassin’s Creed Mirage é um jogo recomendado para quem ama a franquia e quer saber mais sobre a origem de Basim, que foi parte importante de Valhalla. Só não coloque todas suas fichas na história, pois ela não apresenta tantas possibilidades, funcionando como um extra para a história do assassino.

A Ubisoft voltou as origens do stealth, focando nesse tipo de jogabilidade, trazendo várias possibilidades para o jogador. Só que como a volta as origens, algumas coisas que não precisavam voltar, vieram a tona, como o combate com espadas, que voltou a ser desajeitado, algo que tinha melhorado bastante nos jogos mais recentes. Outro ponto que deixou a desejar foi a modelagem de personagem que não acompanha o bom level design.

A dublagem se destaca, dando a chance do jogador entender toda a história. A escolha de focar em mapas menores foi acertada, dando mais espaço para melhorar o parkour e ainda não cair em repetição de missões inúteis e excesso de coletáveis.

Assassin’s Creed Mirage é um bom sinal de que a franquia voltará suas atenções para a relação Ocultos x Ordem, trazendo elementos que sempre foram sua espinha dorsal. Espero que o próximo jogo traga as boas ideias e se baseie no feedback para corrigir o que não deu certo.

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Plataformas: Xbox One e Xbox Series X|S
Publicado por: UBISOFT
Desenvolvido por: UBISOFT
Data de lançamento: 05/10/2023
Opções de compra: Microsoft Store

*O jogo foi cedido gentilmente pela Ubisoft para a realização desta análise.

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About Author

Desenvolvedor Web e Analista de TI, gamer assíduo desde a época do Atari, fã de Metal Gear(menos o Phantom Pain) e Gears of War. Ter a oportunidade de trabalhar um pouco com games é um sonho realizado. Falta só ir para E3!!!

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