Criado durante o processo de compra da Activision pela Microsoft, o multimilionário Call of Duty recebe mais uma sequência do reboot criado em 2019. Agora pelas mãos da Sledgehammer, vimos o vilão Makarov ganhar a cena e muito tempo de tela.
Seria ele o vilão ideal pra uma guerra moderna?
Call of Duty Modern Warfare 3 é uma sequência direta de seu antecessor, que tinha um pós créditos bem interessante, que fechava em uma mensagem recebida via celular, em pleno voo, com a frase que todo bom jogador de COD reconhece a quilômetros de distância: Remember, No Russian.
Partindo desse pós créditos, temos toda a trama de Call of Duty Modern Warfare 3, que atravessa vários locais do globo e enfrenta até mesmo terrorismo com atentados a bomba em vários locais bem populosos.
CAMPANHA
A campanha se inicia comandando os soldados inimigos, em busca de alguém muito importante que está dentro de um gulag, em algum lugar da Rússia. Nosso alvo é Vladimir Makarov, um vilão bem conhecido dos jogadores. Como trata-se de um reboot do arco original de Modern Warfare, aqui Makarov foi capturado com vida e aguarda ansiosamente por seus comparsas para ser resgatado.
Após um ciclo intenso de tiroteios e derrubadas de muros, Makarov escapa com vida pelo mar. A cena troca e então agora você está sob o comando de um soldado da TF-141, em um helicóptero no meio do mar rumando pra onde? Exatamente pro gulag onde encontrava-se Makarov. Capitão Price então recebe o rádio confirmando que o russo inimigo número 01 da TF-141 escapou pelo mar. O capitão aborta a missão e começa então o jogo.
A campanha tem muitos altos e baixos. Consigo até apontar que algumas missões poderiam ser apenas uma cutscene, já algumas cutscenes eu queria muito ter jogado. A maior crítica a esse título, em um âmbito geral, é sua campanha. Sem querer apontar quem tá certo ou errado, eu concordei com alguns pontos de vista que li e discordei de muitos outros.
A campanha é de fato rushada. Você sente que a história foi bem compactada pra entregar muita coisa em um tempo rápido e algumas cutscenes não conseguem explicar algumas coisas, deixando pro jogador interpretar ou que fiquem sem uma explicação óbvia mesmo. Talvez pelo tempo dedicado a este título mas muito provavelmente será explicado no próximo Modern Warfare, uma vez que a história finaliza com um gancho gigantesco para uma continuidade.
Em suma, é a história que todo Call of Duty sempre teve e sempre dividiu opiniões. Eu particularmente discordo que possa haver um ‘complô dos jogadores’ pra cima do título, uma vez que agora a Microsoft é dona da franquia, do estúdio, da coisa toda. Não é a melhor campanha que você possa ter acompanhado dentro da franquia Call of Duty mas com certeza longe de ser um completo desastre, como li por aí.
A novidade apresentada aqui são as missões de combate aberto, que tira toda aquela linearidade conhecida da franquia. Você pode decidir onde e como atacar primeiro, ser silencioso e letal ou barulhento e explosivo. Deixar pro jogador escolher é uma tática interessante que dá sobrevida a missão, uma vez que por ser um campo bem mais aberto, você terá de reconhecer alvos, possíveis infiltrações, extrações de armas, baús com itens valiosos, entre outros. Pode ter sido uma medida interessante pra quebrar a mesmice das missões mas confesso que levei um tempo pra me adaptar.
Inicialmente eu senti falta da linearidade das missões, uma abordagem mais centrada. Deixar na minha mão tornou a coisa mais “Far Cry“, se é que você me entende. Não é um ponto negativo mas em certo momento me tirou a seriedade de tudo que estava ocorrendo. Eu passei a entender o jogo como um Far Cry mais sério… ou um Call of Duty mais bobo. Daí é contigo jogando, isso é muito pessoal. No fim, acabei me adaptando mas ainda acho que seria melhor uma abordagem mais linear.
Um personagem importante morre, outro personagem importante consegue sua vingança, o mal ainda vive e muito pode acontecer dentro dessa guerra moderna que, ao menos por agora, não foi interrompida.
MULTIPLAYER
Esse é um ponto muito delicado de abordar e serei muito breve. Digo isso pois eu não joguei o modo em títulos anteriores e esse nem é um modo que muito me chama atenção. Eu não sou bem a pessoa certa pra falar de melhorias (ou pioras) com relação a esse modo mas posso apontar que aquela correria toda do multiplayer de COD se mantém aqui. Você nem bem se orienta no mapa e morre novamente. Lembro que o último multiplayer que havia jogado foi um beta do Modern Warfare lá de 2019 (se não me falha a memória). É incrível como pra mim eles parecem ser todos iguais.
E assim, eu não digo isso como sendo algo negativo, não. É apenas um achismo meu porque é um modo no qual eu não consigo concentrar muito empenho. Eu jogo um duas ou três partidas, até me divirto em algumas delas, dou risadas com as mortes ridículas, ou com os jogadores camperando, com algumas armas um tanto roubadas mas é apenas isso, logo eu me enjoo e nunca mais eu volto.
ZOMBIES #MWZ
Aqui sim nós temos a joia de ouro de Call of Duty Modern Warfare 3. O modo de milhões. O modo de jogo que com certeza valeu o PIX de 70 bilhões pela Activision. Brincadeiras a parte, todo e qualquer elogio pra esse modo é pouco. Divertido, interessante, viciante, bonito, funcional e posso até mesmo dizer que é um modo útil, pois você pode subir o nível de personagem e armas aqui nesse modo, pra depois voltar pro modo multiplayer estabelecido.
O modo se dá por um trio de jogadores que desce em um ponto específico do mapa e precisa realizar pequenos contratos que vão desde simples extrações, até escolta de tanques e aniquilar algum chefão de área. É muito divertido jogar com amigos, sempre conversando sobre situações, armas e posicionamento tático pra se defender e avançar pelas áreas do mapa. Tudo isso com horas e mais horas de zumbis que vejam só, sobem até escadas.
Assim que o contador vai chegando próximo de zero, o mapa vai se fechando (como em um battle royale) e logo você estará enfrentando hordas e hordas de zumbis cada vez mais difíceis e perigosos. Mas não se preocupe, o tempo é muito generoso e, ao menos com o trio que formei com meus amigos, conseguimos fazer06 ou 07 missões antes de extrair. Subimos o nível do personagem várias vezes, inclusive da arma.
Um modo tão divertido que algumas vezes encarei ir sozinho (com outros jogadores desconhecidos formando o trio). É mais difícil assim por não ter uma comunicação direta mas dá pra fazer algumas missões e contratos antes de fazer uma extração. Cada vez que eu ia pro mapa, eu conseguia me apaixonar por uma arma diferente e dizia a mim mesmo que ia subir o nível dela e tudo mais… até que eu descia novamente pro mapa, encontrava uma nova arma e me apaixonava novamente.
É um modo que vale a pena conhecer, mesmo que você seja o malucão viciado do multiplayer. Seu operador (personagem) e suas armas vão subir de nível aqui também, fique tranquilo. O jogador poderá montar seus loadouts nesse modo e ir com eles pro multiplayer comum. Se você, assim como eu, é fã das campanhas de Call of Duty, pode se aventurar pelo modo Zombies pois ele também irá garantir boas doses de diversão a você.
CONCLUSÃO
Eu li muita coisa que desabonasse o título. E vi também muitos fazendo críticas quanto a essa mudança de postura após a compra da Activision pela Microsoft. Eu estou aqui pra dizer que gostei da campanha e sim, entendi que ela poderia ter uma passada melhor, principalmente no que tange a contar uma história. As coisas aconteceram de forma muito rápida, algumas cutscenes se mostraram desnecessárias e muito ficou subentendido. Quando tudo isso culmina numa história com final completamente aberto, os jogadores se revoltam, porque justamente não há uma conclusão nesse jogo.
Quem pagou preço cheio nele, quando fechou a campanha, se sentiu lesado. Sim, porque claramente a história só vai ser fechada no próximo título ou seja, em uma outra compra futura. Isso SE fecharem a história, porque, quem garante que não haverá um Modern Warfare 5 ou 6? Tirando por isso, eu entendo as críticas, apesar de ter gostado da campanha.
O modo multiplayer de MW3 já é o mais jogado, se comparado ao seu antecessor, informações da própria Activision. Isso por si só já me indica que o estúdio Sledgehammer entregou o que lhe fora pedido e dentro desse modo (que é oque carrega o título nas costas) foi bem feito. Não é pra mim mas nem por isso cabe a crítica. Funciona e entrega um decente mata-mata.
Já o Zombies eu considero ser a cereja do bolo, um modo que você provavelmente não deu muita atenção mas se chegar a executá-lo com amigos, vai se apaixonar por sua simplicidade de execução mas de um destreza gigante pra dominar. Avançar pelos atos da história, concluir missões paralelas, subir níveis e níveis de armas, entender o posicionamento do mapa e agir em conjunto com amigos para obter sucesso, é gratificante.
Juntando tudo, Call of Duty Modern Warfare 3 é um título sólido que só mostra a capacidade absurda de entrega da estúdio Sledgehammer que mesmo sendo pressionados, entregaram o ouro nesse ano.
Plataformas: Xbox One, Xbox Series X|S e PC
Publicado por: Activision Publishing Inc.
Desenvolvido por: Activision
Data de lançamento: 09/11/2023
Opções de compra: Microsoft Store
*O jogo foi cedido gentilmente pela Activision para a realização desta análise.
