O gênero metroidvania é um dos mais queridos do mundo, reunindo fãs de diversas eras e um dos pilares de muitos estúdios indies, que começaram por esse tipo de jogo. Como um grande fã, posso pensar em uma dezena de jogos que fizeram a diferença, ao incluir mecânicas divertidas de exploração e combate. Quando conheci Mandragora: Whispers of the Witch Tree, fiquei impressionado com tamanha possibilidade de escolha de classes, além da qualidade da história e gameplay.

Será que a obra conseguiu mostrar o seu diferencial em um gênero tão popular? Descubra em nossa análise a seguir.

Uma Caçada a Bruxa

A história começa com o jogador partindo para uma caçada a bruxa, logo após ser enviado pelo Clérigo Rei, ao qual nosso personagem tem grande respeito. Após partimos para uma grande aventura, vivemos algumas situações esquisitas, que causam uma certa dúvida em nossa cabeça, se realmente estamos no caminho correto.

Após encontros com personagens importantes, mudamos nosso pensamento sobre a missão principal, trazendo um novo foco para o enredo. Claro, que nem tudo se esclarece rapidamente, então cabe o jogador ir desvendando aos poucos.

O jogo possui missões secundárias, que são divertidas e recompensam o jogador com mais experiência, ouro e também itens importantes para facilitar a nossa vida. Alguns personagens nos fornecem mais informações sobre o mundo, além é claro, de apresentar missões curiosas, como caçar uma cabra perdida ou mesmo procurar um lendário caçador de vampiros, sim, várias criaturas mitológicas estão presentes.

A história por mais que seja interessante, não é o ponto mais forte, sendo a jogabilidade, o principal atrativo durante nossas aventuras.

Um metroidvania em sua mais pura essência

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um belo metroidvania moderno, pois além de termos aquele vai e volta tradicional para encontramos itens que ajudam na travessia, temos a inclusão do popular soulslike, que torna a experiência ainda mais desafiadora, mesmo que em doses pequenas.

Nossa aventura vai de uma ponta a outra do cenário, mas é bloqueada por portas, as quais devemos encontrar as respectivas chaves para avançar. Além disso, o inquisidor pode usar poderes ou itens que são encontrados em missões mais avançadas da história, dando a possibilidade de voltar em localidades antes inacessíveis.

Os mapas são bem diversos, trazendo locais para subir em castelos, esgotos para descer e também dungeons para explorar, o que nos faz achar baús com itens secretos ou mesmo chefes, que não estão no script principal. Essa dinâmica é muito divertida, pois o jogador fica sempre procurando algo pelo cenário, que possa estar bem escondido. Confesso que fiz muito isso, principalmente quando encontrava inimigos que precisavam de um nível mais forte.

Os inimigos possuem uma boa quantidade de tipos, trazendo inclusive variações para cada mapa. Os chefes são um dos pontos fortes, pois são desafiadores e ainda possuem um design incrível. A dificuldade se mostra presente durante as batalhas contra os chefes, pois só assim precisamos sair da zona de conforto, mudando a build ou mesmo pensando nos pontos certos para lutar contra o chefão.

Nosso inquisidor possui uma classe para escolha no começo de nossas aventuras, mas que pode misturar as habilidades de outras classes a partir do level 25, algo que ajuda em fases mais avançadas.  As arvores de atributos e habilidades são misturadas, trazendo escolhas difíceis para o jogador, algo que pode levar um tempo para se acostumar.

Como falamos de um soulslike, a experiência obtida, pode ser perdida ao morrer, mas quando ressurgimos em um checkpoint, temos há possibilidade de recuperar ao pega-la de volta no local que morrermos. Mas caso você morra durante o trajeto, já era, perdeu tudo.

Durante o checkpoint, podemos recuperar nossas poções, além da mana e saúde, além de podermos subir de nível e investir um ponto na vasta arvore de talentos. Ele também é um ponto de viagem rápida, algo que facilita na hora de voltar em locais antes inacessíveis.

O combate é algo importante na vida do inquisidor, então temos a nossa disposição várias armas, como espadas longas, maças e facas de assassinato. Algumas armas são especificas para cada classe, então escolha a que melhor combina com o seu estilo. O jogador pode usar magias e habilidades especiais, que dependem de mana ou de tempo para recarregar. Como disse anteriormente, o jogador pode misturar as classes, usando habilidades e golpes de diferentes classes. Além disso, podemos usar dois tipos de postura, com armas e habilidades diferentes, algo que achei legal para lidar com diferentes situações. Além das armas, temos uma boa quantidade de equipamentos para melhorar nosso inquisidor, com diferentes setups, que vão desde magos de batalhas, até mesmo ladrões e guerreiros.

Caminhando pela escuridão

Durante as partes mais avançadas do jogo, temos uma espécie de portal para um mundo sombrio, no qual o jogador pode atravessar alguns locais, mas ao custo de uma barra de aura, que pode ser recarregada em baús e eliminando inimigos. Essa parte é bem interessante e recompensadora, algo que incrementa algo que já funciona muito bem.

O design dessas fases são bem diferentes na parte de plataforma, mais desafiador do que as fases normais, mas caso o jogador morra, ele volta para começo do portal, então por mais que seja algo desafiador, você não perde a experiência obtida fora dessa dimensão.

Amigos são para essas coisas

Uma das partes mais importantes de Mandragora: Whispers of the Witch Tree é o crafting, que pode ser usado na árvore da bruxa, que é um local de encontro para alguns personagens importantes do jogo.

Aqui podemos construir armas, armaduras, comidas, poções, anéis e ate mesmo encantar alguns desses equipamentos, então é um ponto que voltaremos muitas vezes. Cada mercador disponibiliza um tipo de construção, que vai desde criar materiais até construir objetos, que são baseados em diagramas encontrados durante nossas aventuras.

Alguns itens só ficaram disponíveis a medida que esses mercadores sobem de nível, sim, eles também possuem níveis, que sobem conforme criamos itens e entregamos mais diagramas para esses personagens. Esses personagens podem nos fornecer missões secundárias, além de um personagem específico, que fornece missões de caça, que nos dão ouro. Existe um mercador especial, que aparece lá pra metade do jogo, que inclui uma nova árvore de habilidades, que ajuda em nossas aventuras por aqueles portais especiais sombrios.

Som e gráficos

Mandragora: Whispers of the Witch Tree possui um dos gráficos mais bonitos do gênero, com uma direção de arte incrível e um design de mapas, que surpreende o jogador a todo instante.

Durante minha análise, o jogo recebeu melhorias na sua resolução, através de um update, aumentando a nitidez dos gráficos, assim como todos os textos e mostradores de armas, habilidades, mana e saúde.

O som é bem interessante, com uma trilha que embala nos momentos certos. O jogo possui legendas em Português do Brasil, assim como menus todos localizados, algo que ajuda na hora de entender as mecânicas e a história.

Opinião

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um dos melhores metroidvanias que já joguei, pois traz muitas opções de customização do seu personagem, através de equipamentos, classes interessantes, uma árvore de habilidades extensa e ainda a possibilidade de misturar as classes, aumentando as possibilidades de build.

A história é interessante, mas não é o principal chamariz, que transborda em uma gameplay viciante e cheio de peculiaridades. Percorrer o cenário para encontrar novos equipamentos é incrível, principalmente quando obtivemos novos equipamentos ou poderes.

Graficamente e sonoramente, o jogo é impecável, principalmente após as últimas atualizações que corrigiram a resolução que deixava alguns mostradores bem pequenos na tela, mas agora ficou no tamanho ideal. As legendas complementam tudo que já era muito bom.

Mandragora: Whispers of the Witch Tree conseguiu ser muito competente e trouxe ideias interessantes, para um gênero tão saturado, e que precisa de sangue novo.

Nossa nota para Mandragora: Whispers of the Witch Tree

Plataformas: Xbox Series X|S, PC e Xbox Cloud Gaming
Publicado por: Knights Peak
Desenvolvido por: Primal Game Studio
Data de lançamento: 17/04/2025
Opções de compra: Microsoft Store

* O jogo foi cedido gentilmente pela Knights Peak para a realização desta análise.

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About Author

Desenvolvedor Web e Analista de TI, gamer assíduo desde a época do Atari, fã de Metal Gear(menos o Phantom Pain) e Gears of War. Ter a oportunidade de trabalhar um pouco com games é um sonho realizado. Falta só ir para E3!!!

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