A franquia Final Fantasy é uma das maiores do planeta, marcando gerações com histórias incríveis e personagens que guardamos no coração. Com o anúncio de Final Fantasy XVI, fiquei empolgado e triste ao mesmo tempo, visto que a obra não sairia tão cedo para o Xbox, ficando um hiato de 2 anos até o anúncio no começo de junho. Sempre fiquei muito curioso, visto que as criticas eram bem mistas, trazendo argumentos sobre a qualidade e algumas mudanças polêmicas, principalmente no gameplay das batalhas.

Será que Clive e companhia conseguiram salvar essa análise ou é tudo culpa do Eikons? Descubra em nosso texto a seguir.

Game of Thrones ou Final Fantasy

A história começa nos apresentando ao mundo de Valisthea, que é dividido entre Ash e Storm, dois continentes distintos, mas com um apetite enorme pela guerra. Começamos nossas aventuras com Clive, que está junto de outros soldados olhando de longe um conflito, que após alguns acontecimentos, corta para o passado de Clive. Agora temos grandes revelações sobre Clive e como isso influencia a vida do protagonista. Essa parte serve como um grande tutorial, mostrando como funcionam as principais mecânicas do jogo, além é claro, de apresentar personagens importantes.

Durante as primeiras horas conhecemos muito sobre o mundo ao redor de Clive, mas após um grande acontecimento, que envolve o seu irmão mais novo, Joshua, e que é o grande escolhido para assumir o trono de Rosalia, que é comandado pelo Duque, pai de Clive. Voltamos nossas atenções para o presente e como Clive será afetado por acontecimentos terríveis. Ele encontra com um personagem muito importante da sua história, que o faz voltar ao passado mais uma vez, para lutar contra tudo e todos.

A história de Final Fantasy XVI é uma das melhores da franquia, pois além de trazer temas como fraternidade, família, também flerta ativamente com politica. Na realidade, boa parte do enredo se concentra nessas questões, para ai sim terminar na loucura mística e fantasiosa que conhecemos, por mais que isso esteja presente desde os primeiros minutos.

Pense que estamos em um grande tabuleiro, sendo cada reino uma peça fundamental para o futuro de Valisthea, então cada momento é de extrema importância e não deve ser descartado. Cada Rei ou Duque tem seu papel instigado por ações e reações, sendo levemente induzidos, ou não, trazendo várias reviravoltas de roteiros, algo que achei incrível.

Voltando a falar do misticismo, temos os Eikons, que são controlados por Dominantes, pessoas que possuem habilidades para manipular os já conhecidos Summons, que possuem papéis centrais nesse jogo de tronos e guerras. Além disso, temos um praga que estava afetando os reinos, aumentando ainda mais as tensões, além de afastar portadores de magia.

A história das famílias mais poderosas de Valisthea estão ligadas aos Eikons, ditando o rumo dos acontecimentos do mundo, influenciadas por religião e cultura.

Uma história cheia de emoções

Como na maioria dos jogos da franquia Final Fantasy, a história tende para um lado emocional muito forte. Em Final Fantasy XVI somos apresentados a vários sentimentos que envolvem amizade, luto, amor, compaixão, medo e muito do que é um ser humano.

Clive é um dos melhores personagens que já conheci na franquia, que é alavancado pela atuação do ótimo Ben Star, que é um dos destaques no cenários dos jogos.

Além de Clive, outros personagens causam esse tipo de sentimento, pois conforme interagem com o protagonista, aumentam essa sensação de que realmente nos importamos cada um deles. Prepare o lenço, por que são muitas as emoções.

Cada vilão que conhecemos nos surpreende com figuras cheias de camadas, algo que lembra muito os antagonistas da franquia Metal Gear, que são simplesmente inesquecíveis.

Um RPG de ação cheio de possibilidades

Final Fantasy XVI é um RPG de ação com muitas possibilidades, algo que pode ter espantado alguns fãs mais puristas, mas quem já se acostumou com as mudanças desde os jogos mais recentes, se sentirá em casa.

Começando pela ação, temos o controle de somente um personagem, que é o Clive. O guerreiro é um dominante do fogo, que pode assumir a forma de Ifrit, uma criatura poderosa  e feroz. A medida que Clive luta contra outros dominantes, ele absorve suas habilidades, aumentando as possibilidades dentro da luta. Cada Eikon que absorvemos, abre um roda de habilidades, que conforme completamos objetivos primários, secundários ou mesmo lutando, ganhamos pontos, que servem para comprar novas habilidades.

O jogador pode escolher até três Eikons por batalha, podendo trocar no menu de pause para uma outra configuração. Cada Eikon possui seu esquema de botões de habilidades, que são alavancadas por elementos, então é importante escolher os Eikons certos para cada situação. Durante os combates podemos alternar entre esses três ao apertar de um botão. Cada habilidade possui um tempo de carregamento, então é importante usar as habilidades no tempo certo para poder causar o máximo de dano possível.

Além dessas habilidades especiais, podemos esquivar, além de usar ataques simples e carregados. Cada Eikon também possui suas particularidades, que mudam alguns desses comandos básicos.

As batalhas contra chefes são o grande ponto alto, revezando entre lutas incríveis com Clive e batalhas colossais entre os Eikons. Quando assumimos a forma de Ifrit, os golpes são exclusivos do monstro, saindo da dinâmica de habilidades de Clive. Foi incrível estar no comando dessas lendas, algo que não acontecia nos Final Fantasy clássicos.

Clive possui um companheiro canino chamado de Torgal, que pode nos fornecer suporte para ataques e cura. Além disso, em diversos momentos de nossa aventura, somos acompanhados de outros personagens, que atacam os inimigos para nos ajudar.

Um mundo para se explorar

O mundo de Valisthea é bem amplo, cheio de áreas diferentes para explorar, mas a exploração é por localidades, saindo do esquema de mundo aberto. O jogador pode caminhar ou correr por essas áreas, que contém inimigos para ajudar na sua evolução, além de missões secundárias para resolver. Caso o jogador esteja com pressa, pode usar um Chocobo após concluir uma determinada missão secundária.

Algumas localidades são tão grandes que possuem pontos de viagem rápida, para que em futuras explorações o jogador possa acessar mais rapidamente.

Além das missões principais, o jogador pode, e deve, completar as missões secundárias, pois além de ajudar na evolução, ajudam no entendimento de alguns pontos da história. Sinto que algumas coisas só fazem mais sentido ao explorar essas histórias paralelas. No começo algumas missões secundárias são bem chatas, mas conforme a história principal avança, a qualidade dessas missões aumenta.

Durante nossas aventuras, em determinado ponto da história, conhecemos um lugar chamado de O Esconderijo, que é de onde partimos para algumas missões, além de conversar com outros personagens e para alguns grandes acontecimentos da história. Além disso, podemos partir em caçadas à monstros lendários, algo que traz um desafio ainda maior para os jogadores. No Esconderijo também podemos comprar itens, melhorar equipamentos e ainda construir equipamentos em um ferreiro lendário.

Não é somente no Esconderijo que existem possibilidades para comprar itens ou mesmo receber missões. Em alguns vilarejos e cidades espalhadas por Valisthea estão disponíveis mercadores ou NPCs com esse tipo de recurso.

Som e gráficos

Final Fantasy XVI  possui gráficos lindos, com ótimos efeitos de sombra e iluminação, além de um level design incrível. O grande destaque fica para as expressões faciais, algo que ajuda na hora de trazer mais emoções para as cenas.

A performance está muito boa, mas falhou em alguns pontos, com quedas de frames, mas é algo que pode ser relevado, visto que joguei mais de 40 horas e posso contar nos dedos as vezes que aconteceu isso.

O som é incrível e marcou minha experiência, visto que sempre foi algo que eu gostava na franquia. Novamente temos composições que ficam entre grandiosas, mais calmas para ambientes tranquilos e tensas para ocasiões explosivas.

O jogo possui legendas em Português do Brasil, algo que ajudou muito na hora de entender a história que possui partes mais complexas. Não existe dublagem em Português do Brasil, mas as legendas meio que atendem esse tipo de localização.

Opinião

Final Fantasy XVI é uma grata surpresa, principalmente por esperar esse lançamento no Xbox há bastante tempo. Além disso, sua qualidade também superou minhas expectativas, pois lembro do seu lançamento conturbado na época.

A história de Clive marcou minha história nos jogos, entrando facilmente para a galeria de personagens preferidos da franquia. Tudo é muito bem escrito, mesclando ação, emoção e todos os sentimentos possíveis para uma grande história.

A jogabilidade é muito boa, pois mesmo indo para um caminho de jogo de ação, não deixou elementos importantes da franquia de lado. O esquema de usar uma roda ampla de habilidades, que podem ser trocadas e combinadas em tempo real é algo a se inspirar. As batalhas com Eikons (Summons) são incríveis e cheias de adrenalina, algo que vai aquecer o seu coração, literalmente.

O mundo de Valisthea é bem grande, com várias localidades, missões e muitos segredos para nos entreter. Como não estamos falando de um mundo aberto, temos que nos locomover através de pontos de viagens rápidas e também um Chocobo fofinho.

Final Fantasy XVI é uma ótima pedida para quem ama a franquia ou mesmo pra quem nunca jogou algum jogo desse grande RPG, pois é mais acessível em matéria de história, conteúdo e até mesmo jogabilidade, se aproximando de um Hack & Slash frenético.

Nossa nota para Final Fantasy XVI
Plataformas: Xbox Series X|S, PC e Xbox Cloud Gaming
Publicado por: SQUARE ENIX
Desenvolvido por: SQUARE ENIX
Data de lançamento: 08/06/2025
Opções de compra: Microsoft Store

* O jogo foi cedido gentilmente pela Square Enix para a realização desta análise.

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About Author

Desenvolvedor Web e Analista de TI, gamer assíduo desde a época do Atari, fã de Metal Gear(menos o Phantom Pain) e Gears of War. Ter a oportunidade de trabalhar um pouco com games é um sonho realizado. Falta só ir para E3!!!

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