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Análise – Heretic + Hexen

Se você acha que magia e carnificina não combinam, é porque nunca jogou Heretic + Hexen. Essa coletânea traz de volta dois clássicos da era dourada dos FPS com um banho de loja que mistura nostalgia com modernidade. Prepare-se para enfrentar demônios, resolver quebra-cabeças e se perder em labirintos mais confusos que tutorial de Dark Souls.

DOOM, Heretic e Hexen foram lançados em 1994 e 1995, inaugurando novos padrões para jogos de tiro em primeira pessoa. Esses clássicos inovadores inauguraram funcionalidades sem precedentes, como sistemas de inventário, mira vertical e classes para o personagem jogável, reformulando como os jogos em primeira pessoa seriam por gerações. Esta restauração aprimorada disponibiliza Heretic + Hexen para novos públicos e fãs de longa data, com mais opções de acessibilidade, plataformas e idiomas. Seja revisitando essas dimensões sombrias, seja descobrindo-as pela primeira vez, um legado inesquecível aguarda.

‍♂️ Enredo: Magia, traição e muita pancadaria

Em Heretic, você é Corvus, um elfo renegado que decide enfrentar o tirano D’Sparil, um dos três Cavaleiros Serpentinos. Já em Hexen, você escolhe entre três heróis: o guerreiro Baratus, o clérigo Parias ou o mago Daedolon. Juntos, eles enfrentam Korax, outro Cavaleiro Serpentino com um gosto peculiar por transformar templos em armadilhas mortais.

O enredo é contado de forma sutil, quase como um sussurro entre explosões e feitiços. Mas não se engane: há profundidade por trás dos portais e das salas secretas. É como se Tolkien tivesse jogado DOOM e pensado: “Isso precisa de mais magia e menos escopetas.”

️ Jogabilidade: FPS com cérebro (e feitiços)

Heretic + Hexen não é só correr e atirar. Aqui, você precisa pensar. Os mapas são interconectados, cheios de alavancas, portas trancadas e enigmas. Em Hexen, os puzzles são tão elaborados que você vai se sentir em um escape room medieval.

A variedade de armas mágicas é um espetáculo à parte. Em Heretic, você começa com uma varinha e termina invocando tempestades. Em Hexen, cada classe tem seu arsenal único. O mago, por exemplo, pode conjurar raios que fariam Zeus pedir dicas.

E sim, você vai morrer. Muito. Mas cada derrota é uma aula sobre como não entrar correndo em uma sala cheia de esqueletos explosivos.

️ Gráficos: Pixel art com lifting digital

Os visuais de Heretic + Hexen mantêm o charme retrô, mas com melhorias que fazem os olhos agradecerem. Texturas foram suavizadas, iluminação ajustada e os menus ganharam uma interface mais amigável. Não espere ray tracing, mas também não vai precisar de óculos de realidade aumentada para entender o que está acontecendo.

O design dos inimigos continua assustador e criativo. Tem desde fantasmas flutuantes até monstros que parecem ter saído de um pesadelo do H.P. Lovecraft. E os cenários? Castelos, criptas, florestas sombrias… tudo com aquele toque gótico que faria Tim Burton sorrir.

Principais melhorias em relação às versões originais

A Nightdive Studios, em parceria com a id Software, fez um trabalho digno de alquimia digital. Veja o que mudou:

Curiosidades e bastidores

Ambos os jogos foram desenvolvidos pela lendária Raven Software, com suporte da icônica id Software. Sim, os mesmos gênios por trás de DOOM e Quake. Heretic foi lançado em 1994, e Hexen em 1995. Na época, eles inovaram ao incluir inventário, voo e mapas não lineares em um gênero que só sabia correr e atirar.

A engine usada foi uma versão modificada da Doom Engine, o que permitiu efeitos como mísseis mágicos e ambientes interativos. E aqui vai uma pérola: Heretic foi um dos primeiros FPS a permitir que o jogador olhasse para cima e para baixo. Revolucionário, né?

Novidades na versão Xbox

A coletânea Heretic + Hexen no Xbox traz suporte a conquistas, resolução aprimorada e controles adaptados para o joystick. Nada de ficar brigando com o teclado para abrir o inventário. Além disso, há suporte para quick resume e save automático. Ou seja, você pode pausar sua batalha contra o mal para… sei lá, comer um pão de queijo.

O desempenho é fluido, mesmo nos momentos mais caóticos. E a trilha sonora continua épica, com aquele som MIDI que parece ter sido composto por um bardo possuído.

E também conta com 2 novos conteúdos: Heretic: Faith Renewed e Hexen: Vestiges of Grandeur.

Heretic: Faith Renewed

Esse novo episódio é uma continuação espiritual de Heretic, ambientado anos após a queda de D’Sparil. Você volta ao papel de Herege, agora enfrentando uma nova ameaça: uma seita fanática que idolatra o antigo vilão como uma figura divina.

É como se Heretic tivesse lido Lovecraft e decidido que religião e magia negra são uma péssima combinação.

Hexen: Vestiges of Grandeur

Se Hexen já era um labirinto de dor e feitiçaria, Vestiges of Grandeur eleva o caos a um novo patamar. Korax, o vilão original, está entre a vida e a morte, tentando renascer em meio a uma conspiração cósmica.

É Hexen com uma dose extra de filosofia sombria e design de nível que faria Escher bater palmas.

Opinião

Se você é fã de FPS, gosta de desafios e não tem medo de se perder em um templo cheio de armadilhas, Heretic + Hexen é obrigatório. É uma aula de design de jogos, uma homenagem à criatividade dos anos 90 e uma oportunidade de viver aventuras mágicas com gráficos que não vão te fazer chorar.

Prepare-se para rir, morrer, se perder e gritar “Onde está essa maldita chave azul?”. E quando terminar, vai querer jogar tudo de novo com outra classe.

Plataformas: Xbox One, Xbox Series X|S, PC e Xbox Cloud Gaming
Publicado por: Bethesda Softworks
Desenvolvido por: id Software, Nightdive Studios
Data de lançamento: 07/08/2025
Opções de compra: Microsoft Store

* O jogo foi cedido gentilmente pela Bethesda para a realização desta análise.

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