A Pulsatrix Studios, um dos estúdios mais promissores do Brasil, vai lançar nesta semana mais um projeto voltado para o terror. Depois do excelente Fobia – St. Dinfna Hotel, que surpreendeu os fãs de survival horror, agora é a vez de A.I.L.A, um jogo com uma pegada mais moderna e focada no terror psicológico.

Acompanhei de perto toda a movimentação para que o jogo finalmente visse a luz do dia, contando com a participação de um dos meus youtubers favoritos, o Max MRM, que além de contribuir bastante no Fobia, esteve ativamente envolvido no novo projeto. Será que a presença de um gamer de verdade ajudou a criar algo ainda mais aterrorizante? Confira em nossa análise a seguir.

Um medo real e cada vez mais iminente

A nossa jornada em A.I.L.A começa quando o protagonista, Samuel, participa de um jogo de terror em realidade virtual. É algo simples, mas com uma sensação tão real que nos dá um gostinho do que está por vir. Mas não se engane: nada vai te preparar para o que acontece depois.

Saímos da introdução e entramos no quarto de Samuel, onde ele leva uma vida solitária ao lado do seu gato, em um apartamento moderno, controlado por voz e repleto de tecnologia. Conhecemos o espaço e descobrimos que ele também trabalha com robótica, algo que combina perfeitamente com todo o aparato do ambiente do protagonista.

São várias nuances que são mostradas para ambientar o jogador na vida do protagonista, mostrando uma total dependência da tecnologia e pouco convívio social.

Assim que passamos um tempo, recebemos um kit de desenvolvimento para testes, de um novo projeto, chamado de A.I.L.A. Samuel faz toda a instalação e dai partimos para testar uma imersão que causará muitos arrepios.

Diferentes experiências de terror

O primeiro contato com o projeto acontece em um ambiente mais claustrofóbico, com portas e uma mudança de cenário, trazendo uma sensação de busca por objetos para avançar para o próximo evento da sequência. Cada “porta” nos leva para um dimensão de eventos diferentes, como em um mundo paralelo do mesmo local, algo que achei bem interessante. Quem jogou Layers of Fears vai se identificar, pois a cada camada revelada podemos ver a luz no fim do túnel, com um final de simulação bem impactante.

Após terminar essa sequências de testes somos questionados por A.I.L.A, que nos faz algumas perguntas, que podem mudar a experiência a seguir. Então tome cuidado com o que vai responder.

Saímos da simulação e voltamos para a casa de Samuel, na qual a Inteligência Artificial vai se intrometendo cada vez mais no ambiente do rapaz, gerando questionamentos e até mesmo irritação, pois nos sentimos cada vez mais invadidos.

Partimos para outras simulações que trazem diferentes experiências, que se você procurar bem dentro do apartamento, fazem parte de livros que o próprio personagem leu. A medida que avançamos em outras simulações, saímos de ambientes mais apertados para vilas, fazendas ou até mesmo locações em um passado bem distante. Sinto que essas simulações acompanham as melhorias impostas por A.I.L.A, que são baseadas na sua experiência. E agora, você é o testador ou uma cobaia?

Cada simulação traz um esquema de armas, puzzles ou mesmo interação com objetos diferentes, além é claro da história ser indo mais bem trabalhada a medida que avançamos nas diferentes simulações. Além disso, em simulações mais avançadas, personagens secundários podem aparecer, gerando diálogos bem interessantes, aumentando o escopo da história.

Jogabilidade

Em A.I.L.A temos diferentes estilos de jogabilidade, que se assemelham por trazerem evoluções do que se tornou o survival horror durante os anos.  Existe um mistura de todas as características do gênero, com ação, resolução de problemas, exploração e até mesmo fugir e se esconder de um inimigo implacável, que mesmo com alguns bugs de travamento no cenário, pode amedrontar o jogador.

Além das ações básicas, é possível atirar com armas de fogo e até lutar com espadas e maças em uma era medieval. Por mais divertido que seja entrar no combate, ainda sinto que essa parte precisa melhorar, pois faltou um pouco mais de precisão nos golpes e disparos, algo em que a desenvolvedora deveria se especializar para alcançar voos ainda mais altos.

Outra questão que me incomodou foi a facilidade na resolução dos puzzles, algo que poderia ser mais elaborado, por mais que tenham partes legais, mas ainda sim muito óbvias.

Existem batalhas contra chefes que poderiam ser melhores, mas nos entretém, além de trazer um bom desafio, que é mais pela falta de precisão de alguns comandos.

O jogo traz diversos colecionáveis espalhados pelas simulações, além de alguns easter eggs que homenageiam o gênero e a própria Pulsatrix, criando momentos divertidos. Há uma conquista em especial que me arrancou boas risadas, mesmo em meio a um cenário tenso.

Som e gráficos

A.I.L.A elevou o nível gráfico em comparação ao projeto anterior da Pulsatrix, apresentando um design realista que acompanha a ambição do estúdio. A modelagem dos cenários é caprichada, com ambientes ricos em detalhes. A única coisa que não curti tanto assim foi o design dos inimigos na simulação da fazenda, pois depois que nos acostumamos, parece que estamos lutando contra uma criatura esquisita e não intimidadora.

O som faz jus ao seu papel, com efeitos impressionantes que realmente transmitem medo e arrepios. O jogo conta com dublagem em português de excelente qualidade e também oferece legendas, caso prefira jogar em inglês, o que contribui para a internacionalização do projeto.

Opinião

A.I.L.A é uma experiência incrível de terror, que mostra a evolução de um estúdio brasileiro que vem se arriscando em criar algo próximo dos grandes jogos do gênero. O grande diferencial do jogo é trazer diferentes experiências de medo para o jogador, que moldam de acordo com nossas escolhas.

A história que é bem atual, coloca uma pulga em nosso orelha com o uso cada vez mais frequente da automação excessiva, além do uso de Inteligência Artificial em nossa vida.

A jogabilidade ainda precisa de alguns ajustes para bater de frente com grandes produções, então é algo que acredito necessitar de um carinho, pois a Pulsatrix tem potencial para isso. Os puzzles poderiam ser mais desafiadores, algo que é sempre exigido pelos amantes do gênero.

A parte técnica está excelente, tanto no aspecto gráfico quanto no sonoro, elevando de fato o nível em comparação ao jogo anterior do estúdio. A dublagem é uma bela cereja no bolo, mostrando as nuances da nossa língua, algo que as vezes pode parecer robótico em outros jogos.

A.I.L.A é um dos melhores jogos brasileiros, mostrando que a Pulsatrix se coloca no topo e já pode partir para algo diferente no futuro, dependendo exclusivamente somente da sua vontade e mais investimento.

Plataformas: Xbox Series X|S
Publicado por: Fireshine Games
Desenvolvido por: Pulsatrix Studios
Data de lançamento: 25/10/2025
Opções de compra: Microsoft Store

* O jogo foi cedido gentilmente pela Fireshine Games para a realização desta análise.

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About Author

Desenvolvedor Web e Analista de TI, gamer assíduo desde a época do Atari, fã de Metal Gear(menos o Phantom Pain) e Gears of War. Ter a oportunidade de trabalhar um pouco com games é um sonho realizado. Falta só ir para E3!!!

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